Saudades, é fácil dizer que sentimos saudades de alguém, mas poucos sabem o que realmente significa não poder mais ver essa pessoa porquê ela foi tirada de você de forma brusca. E então, vocês passam pelos corredores e se encontram, mas não podem se falar, porquê tem pessoas olhando, e se você dirigir-se um "OI", a ele, todos contariam.
Era isso que eu sentia, eu sentia saudades de falar com Gustavo, saudades de sentir Gustavo, saudades de beijar Gustavo, de rir com Gustavo, eu sentia saudades do Gustavo, era uma sensação terrível.
Ter alguém, ver alguém que você ama tanto e não poder falar com ela, nem ao menos olhar pra ela, parece que seu mundo foi descolorido, a felicidade que havia foi apagada, deixando apenas um lugar vazio. Eu diria que isso é pior que perder alguém, ao menos você pode se deixar chorar pelo luto, aliás, nunca vai vê-la novamente.
Eu sentia falta do meu amor. E aquelas duas semanas sem ele me fez perceber que eu realmente o amava. Eu o amava! Não. EU AMO GUSTAVO!
Sempre quis encontrar meu príncipe encantado, mas havia perdido as esperanças quando cheguei a esse castelo. Mal sabia eu, que o filho do homem, pro qual fui vendida, iria se tornar o primeiro e único amor da minha vida. Agora estávamos a prova disso, eu sentia que ele tinha saudades igual a mim, pois ele parecia infeliz, e eu deveria estar na mesma infelicidade que ele.
Minha vida é tão confusa, mas tão confusa, que até o meu amor é confuso. Imagine, ser vendida a alguém, se apaixonar pelo filho dele, e vocês dois tentarem dar certo, mesmo sabendo que tudo ao redor quer o contrário disso, mesmo sabendo que você será a futura madrasta dele e ele seu "filho". Parecia que o universo não conspirava ao meu favor.
Caramba, se Sidney não tivesse nos separado, eu nunca perceberia a verdade, eu poderia viver na minha pequena ilusão, e se eu tivesse fugido naquele dia, sem ele, provavelmente eu estaria mais infeliz que nunca. Era estranho essa sensação, era uma coisa nova, que eu nunca sentira por ninguém, e eu confesso, eu gostava de sentir isso, gostava muito!
Agora eu estava saindo de fininho de meu quarto e indo em direção a biblioteca, eu não sabia se ele estaria lá, mas alguma coisa me dizia, algo dentro de mim, fazia com que eu seguisse esse rumo, e eu queria, mais que tudo, que Gustavo estivesse lá, a minha espera.
Quando abri as grandes portas da biblioteca, e acendi as luzes do lugar, que antes estava escuro, ouvi passos, me apressei procurando quem seria.
GUSTAVO?! - eu não me importava se fosse só um guarda, ou até mesmo o Rei. Eu só queria achar o meu amor! - GUSTAVO! - corri pelos corredores cheios de livros, esperando uma resposta.
AMÉLIA?! - ouvi a voz dele vindo de algum lugar, parei no mesmo instante - AMÉLIA! É VOCÊ?!
SIM! SOU EU! - meu coração havia pulado de alegria, nossas primeiras palavras depois de duas semanas sem dirigir sequer um "oi".
AH MEU DEUS! EU SENTI TANTO A SUA FALTA! - corri mais um pouco, olhei por todos os lado, mas não o achei em lugar algum, eu estaria ficando louca? - EU TE AMO TANTO!
EU TAMBÉM TE AMO GUSTAVO! - meu coração estava extremamente acelerado - ONDE VOCÊ ESTÁ?!
ONDE VOCÊ ESTÁ?! - corri mais um pouco, em busca de sua voz, e quando olhei para o lado, lá estava ele. O príncipe me olhou e sorriu, como se tivesse me visto pela primeira vez em sua vida. E eu amei aquele olhar.
VOCÊ ESTÁ AI! - dissemos juntos, em uníssono, antes de corrermos um para o outro.
E eu pulei, pulei nos braços dele, e ele me apertou e me girou, e eu não queria que ele soltasse. Ele também parecia nunca mais querer me soltar.
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Prometida
Ficción histórica🏅#6 em tragédias O castelo é trágico e doce, ele é agonizante e silencioso, as paredes guardam horror e beleza. O horror do sangue, das mortes, das tapas, dos abusos... E a beleza dos amantes, dos beijos, do calor de dois corpos. Eu sou Amélia, e...