E mais uma vez um novo dia vem a nascer, e eu como todos os dias desde que cheguei ao castelo, só queria ficar na cama e não sair dela nunca mais.
Agora eu estava tomando meu café, o rei não havia falado nada, muito menos o príncipe, o clima estava extremamente tenso, eu sentia isso, e não significava boa coisa.Conseguiu falar com ele? - perguntei ao príncipe ao sairmos da sala em que tomamos o café da manhã, estávamos afastados o bastante do rei.
Desculpe Amélia, mas ele não quer mudar de idéia. - ele abaixou a cabeça.
Ah... Entendo, bem, obrigada de qualquer forma. - e então se afastamos novamente, Gustavo não havia nem me olhado nos olhos, ele só havia jogado as palavras fora o mais rápido possível, talvez estivesse fugindo do assunto.
Amélia! - o grito forte de Gustavo me fez virar rapidamente me fazendo quase cair da escada. Ele vinha correndo em minha direção e só parou quando chegou ao primeiro degrau, uma distância relativa se formava entre nós - Você está bem?
Perfeitamente bem. - o respondi e virei para terminar de subir, abri a porta de meu quarto. - poderiam me deixar sozinha? - Rosa e Freya me olharam, talvez notando o quanto eu estava sendo grossa naquele momento - Agora. Por favor.
Elas saíram, fechei a porta e as lágrimas começaram a sair de meus olhos. Eu não queria chorar por ela! Ela havia me colocado nessa! Era tudo culpa dela!
Era injusto eu sofrer por minha mãe, eu chorar por causa de sua morte, mas de qualquer forma, ela era a mulher que havia me criado, e também, a única que pelo menos fingia se importar comigo.
De alguma forma eu a amava, e eu me sentia mal por isso.
Agora eu não tinha ninguém para por a culpa, ninguém me esperando lá fora e ninguém para se glorificar por meu provável reinado. Eu já não tinha ninguém, e era horrível se sentir tão só.
Minha alma estava desesperada, eu estava entrando em desespero só pelo fato de não ter mais ninguém comigo. Nunca havia me visto daquele jeito, tão transtornada.
Não me lembro do dia em que chorei e gritei tanto ao ponto de quebrar um espelho, mas lá estava eu, vendo os pedaços do mesmo se espalhar pelo chão e cair sob meu pés, cada pedacinho de espelho quebrado era um pedaço irreconhecível de mim.
Me sentei ao chão e observei o sangue dos cortes que haviam se formado em meus punhos, era um dor fina e silenciosa, tão bonita, pelo menos foi, por um momento.
Escutei abrirem a porta e vi um homem entrar, era o príncipe.Você disse que estava bem! - ele gritou e veio até mim, me levantou e dessa vez olhou em meus olhos, seus olhos castanhos estavam tristes e cheios de mistérios, ser olhada daquela forma me trazia uma sensação ruim.
Gustavo estava com medo... Com medo de mim.
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Prometida
Fiksi Sejarah🏅#6 em tragédias O castelo é trágico e doce, ele é agonizante e silencioso, as paredes guardam horror e beleza. O horror do sangue, das mortes, das tapas, dos abusos... E a beleza dos amantes, dos beijos, do calor de dois corpos. Eu sou Amélia, e...