30. O fim de uma guerra

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Havíamos chego, e estávamos cada vez mais perto do nosso futuro fim, eu podia sentir que algo ruim aconteceria, algo que todos nós estava esperando, alguém iria morrer, e dentre todos daquele lugar, poderia ser por puro egoísmo, mas se fosse para morrer, que morresse Júlio ou o rei.

As portas se abriram e estávamos prontos para sacar a espada, os cavalos haviam ficado para trás, não adiantaria de nada trazê-los, então ao chegarmos perto do castelo descemos deles e o soltamos, eles agora são livres.

Só o príncipe. - um homem apareceu, eu poderia nunca ter notado sua existência.

Gustavo me olhou e deu um passo a frente.

Não! Eu vou com ele. - o homem apenas deu de costas e saiu

Nós também vamos. - disse Charles

Não. Vocês ficarão aqui, mas se preparem para atacar a qualquer momento. - disse Gustavo

Entramos no castelo, tudo estava destruído. Tudo estava irrelutávelmente morto a sem vida, até as paredes estavam mais gélidas, normalmente quando as olhavam dava pra perceber os segredos que guardavam mas agora tudo estava tão sem vida e sem mistério que pensei que poderia por um momento, acabar com isso.

Eu disse só o príncipe. - a voz rouca de Júlio me fez despertar e perceber que já havíamos chego na sala do trono, ele estava sentado na cadeira, com uma coroa em sua cabeça, a coroa de Sidney.

Saia daí! O trono não é seu! - as palavras escapuliram por meus lábios

Ainda não. - ele disse frio

O que você quer? - Gustavo perguntou - cadê meu pai?

Aquele verme idiota? Está no lugar dele, mas daqui a pouco chegaremos lá, o que eu quero aqui é que você renuncie o trono. - ele sorriu

NUNCA! -

Vamos príncipe, todos sabemos que você odeia esse lugar, e renunciando você poderá viver pra sempre com essa... menina. Sem se preocupar com mais nada e sem estar aprisionado a um compromisso. -

Eu não renunciarei, meu povo precisa de mim. -

Eu visualizei o local, havia quatro de seus capangas, prontos para atacar a qualquer momento, e havia um jornalista, sentado em uma cadeira, tremendo enquanto escrevia o que acontecia, pronto para afirmar que Gustavo desistiu do reino.

O enrrole Gustavo, temos que ganhar tempo. - eu disse baixinho, Charles e Diego não invadiriam agora, ainda era muito cedo.

Observadora ham? O que está pensando? - Júlio falou e um arrepio percorreu minha espinha.

Penso em como acabar com você. - disse a ele, que gargalhou - sarcástico como Sidney, odeio gente assim. Você não vê Júlio? Sua família te odeia agora, não querem nem saber de você, o que ganharia se pegasse esse reino? Provavelmente nenhum dos outros se aliaria a ti, seria solitário e pobre. - ele endireitou a postura e se levantou, vindo até mim, Gustavo passou na minha frente e o encarou, mas eu o afastei, ficando frente a frente com o nosso inimigo.

Eu conquistarei todos os outros, não preciso de aliados, meu exército será o mais forte, e quando todos os outros reinos caíssem perante a mim eu ainda seria solitário, é claro, mas ainda sim rico, e cheio de poder. Ele virou de costas e foi se aproximando do trono novamente - dizem que o dinheiro não traz felicidade, mas acho confortador chorar com uma coroa em minha cabeça e cinco reinos em minhas mãos.

É um plano bastante ambicioso não acha? - Gustavo interferio

Claro que sim. Mas não sou o único ambicioso por aqui, Amélia por exemplo, pode ter propósitos diferentes dos meus, mas se observa-la bem vai perceber que pode ser tão ambiciosa quanto. Aliás, tudo que ela sempre quis foi acabar com o rei, podemos acabar com ele juntos. - Gustavo me olhou, derrepente essa ideia não era tão ruim

Que tal? Talvez eu não fique tão solitário assim com você ao meu lado. - ele me estendeu a mão, andei em sua direção

O QUE ESTÁ FAZENDO? NÃO PODE FAZER ISSO! - Gustavo gritou

Por que não? A idéia é tentadora. Esse lugar nunca me fez feliz mesmo, não me parece tão ruim assim mudar de lado no último estante. -

Mas e a mim? -

Existem muitos homens... Júlio pode ser meu próximo Gustavo. - falei a ele enquanto subia os degraus, segurei a mão de Júlio, e me pus ao seu lado do trono

EU TE AMO AMÉLIA! -

Uma pena... - peguei minha espada e botei toda a força de meus braços, a espada foi na direção de Júlio, ele se abaixou rápido, a espada cravou no trono, apenas com alguns fios de seus cabelos cortados por ela e a coroa separada de sua cabeça, ele se levantou irado e me chutou na barriga, Gustavo atacou os outros e poucos segundos depois Charles e Diego invadiram o local, nos ajudando. Eu tentava desviar, mas estava sem arma alguma, ele me chutou novamente, bati com tudo na parede e cai no chão, senti o sangue correndo pela minha boca, Júlio virou para os outros e gritou

PAREM AGORA! - todo mundo parou - TRAGAM O PRATO PRINCIPAL! TRAGAM-ME SIDNEY!

E então mais dois apareceram, com Sidney amarrado e cheio de ferimentos perto deles, eu tentava arranjar forças para levantar, mas minhas pernas tremiam e a cada esforço eu cansava mais.

Júlio tirou uma faquinha de suas mangas e segurou o pescoço de Sidney, agora ele estava apelando para o lado pessoal. Gustavo tinha que se manter firme, ele tinha!

Ele levou Sidney, o arrastando até perto de Gustavo

Agora soltem suas armas. - a faca no pescoço do rei, o olhar de Gustavo pela primeira vez indecifrável, o tilintar das espadas e outras armas caindo ao chão, todos parados esperando o próximo passo

Solte ele. - ele disse calmamente

Renuncie. Entregue o reino para mim. -

Não! -

Eu o matarei! -

GUSTAVO! - juntei forças para gritar - ele vai matá-lo de qualquer jeito, você renunciando ou não... Por que acha que ele quer tanto que você renuncie? Para te tirar do caminho, porquê o rei já está praticamente morto. Ele sempre pensou nisso! Isso é um jogo psicológico! - consegui me levantar

Amélia! - a voz do rei, agora rouca e nem um pouco intrigante - me desculpe por tudo o que eu fiz... Eu te amei. - eu paralizei - você me lembra Isadora... a mesma personalidade... nunca aceitei o amor, por isso te odiava. Você me fez te amar como eu amava Isadora, e isso me tornava fraco. Você é a minha Isadora, sempre foi. - sua voz saia fraca, sem vida e esforçada - Você pertence a mim, por isso eu te maltratava. Desculpe Gustavo, eu fui um péssimo pai, um péssimo marido, um péssimo rei. Tudo porquê não aceitei o amor, ele nos torna fracos! E eu sou forte! Não podia me deixar abalar por nada, por isso eu era mal, sou mal. Eu...

CALA A BOCA! VOCÊ AINDA VAI PRO INFERNO!- Júlio apertou a faca, Sidney deu um grito enquanto recuperava fôlego, tudo aquilo... eu não podia simplesmente perdoá-lo assim. E não iria. Ele ainda era um monstro. - RENUNCIE AGORA! ME ENTRGUE O REINO! ME ENTREGUE TUDO! EU QUERO O QUE É MEU POR DIREITO! - eu tentava tirar a espada cravada no trono, mas ela estava muito fincada - TODOS VOCÊS VÃO MORRER! EU SOU O PRÍNCIPE! - e eu puxava mais

Não! Eu sou o príncipe! - consegui retirar a espada - sou o único príncipe daqui, e logo serei rei, o único rei daqui. ESSE TRONO É MEU! E NINGUÉM VAI TIRÁ-LO DE MIM! EU TENHO QUE AJUDAR MEU POVO E CONSERTAR O QUE ESSE HOMEM FEZ! PORQUÊ EU MEREÇO ISSO!

NÃO! EU MEREÇO ISSO! - Júlio fincou a faca no pescoço do rei, foi tudo muito rápido, derrepente eu havia jogado a espada na direção dele, não sabia que tinha tanta força assim, e derrepente a espada estava em seu corpo, o atravessava, e ele caia ao chão, perto do rei morto, com todo o sangue saíndo de seu corpo. E então Gustavo olhava para mim, completamente paralisado.

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