06. Ele era os dois lados da moeda

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Amélia

Eu estava na sala médica, o homem me perguntava o porquê eu tinha feito aquilo, mas eu não respondia, só o pedia para chamar Freya, e depois de um tempo ele satisfez meu pedido, eu vi Gustavo, seus olhos encontraram os meus por um breve segundo antes dela entrar.

Querida... - ela veio correndo até mim, me levantei, já que estava sentada encostada na parede, e a abracei também - o que houve? - eu demorei para responder, eu estava meio inconsciente sobre tudo.

Eu quebrei um espelho, com meu punho. -

Eu sei disso minha filha, mas por que você fez isso? - ela colocou suas mãos em meu rosto e me olhou curiosa.

Eu estava descontrolada, tudo está confuso, eu tinha que me aliviar de alguma forma... - ela deu um pequeno sorriso

Não faça mais isso, certo? - eu assenti, ela me abraçou, eu continuava a olhar para o lado, para a parede, enquanto ela me aperta cada vez mais - dói? - perguntou quando viu minha mão enfaixada

Não, não dói - eu a olhei

Venha, vamos vestir alguma coisa. - ela falou, havia esquecido que estava só de toalha, quando cheguei ao meu quarto, só havia Rosa, eu sorri ao vê-la, a mesma me abraçou, ela e Freya me ajudaram a vestir minhas roupas, um vestido rosa com uma sapatilha de uma cor bege, eu pedi para ficar com os cabelos soltos, Freya disse-me que não sabia fazer maquiagens, só o básico, eu falei que não tinha problemas, eu podia me virar sozinha.

Obrigado por me ajudarem - agradeci as duas - eu vou terminar de me aprontar, por enquanto podem sair - eu disse, mas elas ficaram lá plantadas, eu me virei para elas e sorri - é sério eu vou ficar bem. - elas se entreolharam e depois foram até a porta, quando a abriram pareciam ter visto um fantasma, Freya olhou para mim assustada, e no mesmo instante eu vi Sidney, eu fiquei paralisada por um estante, talvez agora eu não ficaria tão bem quanto pensava.

Deixem-me a sós com ela - ele me olhou rígido e quando saíram fechou a porta bravamente, eu me assustei um pouco, depois virei para minha penteadeira, vendo ele em pé atrás de mim pelo espelho - o que você fez garota?!

Eu? Eu não fiz nada. - falei

Não? E o que é isso em sua mão? - ele segurou com força na minha mão enfaixada, me fazendo soltar um gemido de dor, puxei minha mão da dele e olhei para o espelho, não para ele, mas para mim.

Isso não te interessa! - ele virou minha cadeira e me fez o encarar, ele segurou meus ombros com força e me levantou da cadeira - ME SOLTE SEU VELHO! - eu gritei

Preste atenção no que eu vou lhe dizer Amélia - ele me olhava frio enquanto seu rosto se aproximava do meu, eu o encarava fria também - não tem escapatória. Pode se machucar o quanto quiser, mas você não vai fugir de mim, não vai fugir do seu destino, o destino que a vagabunda da sua mãe te deu, você vai ser MINHA MULHER, MINHA RAINHA, e nada nem ninguém vai mudar isso, eu vou TE TER DE QUALQUER JEITO! - ele gritou e me jogou na cadeira, minhas costas se chocaram com a mesma, me fazendo sentir uma pequena dor, ele segurou em meu rosto e o apertou e começou a se aproximar do mesmo, eu fechei os olhos e olhei para o lado, ele me entregou um selinho, foi o beijo mais nojento da minha vida.

Até mais Amélia. - ele me soltou

SAI DAQUI!!! - eu me levantei bruscamente e gritei com ele várias vezes a mesma coisa, fiquei o encarando em silêncio por um bom tempo, até que bateram a porta, ele a abriu e de longe eu vi Gustavo, fui até ele, trêmula, eu não podia negar, estava com medo.

Acho que não é uma boa hora. - foi tudo o que disse antes de fechar a porta, sem deixar ele falar nada, eu havia sido extremamente grossa e estúpida naquela hora.

PrometidaOnde histórias criam vida. Descubra agora