03. A Sala do Trono

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Já era um outro dia, não me lembro de quantas vezes agradeci por não terem falado nada sobre casamento, mas eu sabia que tinha sido muitas.
Eu estava biblioteca, tentando ler algum livro e esvaziar a mente. Senti uma dor fina na mão, quando olhei vi que a apertava com muita força, as unhas haviam rasgado e perfurado minha pele e carne.
Fui para a sala médica do castelo, nunca fui muito fã de sangue, na verdade, se tivessem me mostrado sangue há uns dois anos atrás, eu provavelmente desmaiaria, mas tive que aprender a controlar isso, eu me cortava enquanto trabalhava para levar sustento a minha casa.
O médico havia feito meu curativo e me despensado, disse para não fazer mais isso, e eu realmente não pretendia.
Perambulei pelo castelo, e realmente era um lugar bonito, cheio de riquezas, ouro, diamantes, prata e bronze, porcelana e algumas outras pedras também faziam a decoração do ambiente. Entrei num cômodo certamente grande, avistei a minha frente uma pasta cheia de documentos, tirando os que estariam dando sopa sob a mesa, tirei que aquela sala pertenceria ao rei.
A intenção não era vasculhar suas coisas, mas eu havia visto algo estranho, uma carta com o nome de minha mãe, Sabrina Albuquerque, peguei-a rapidamente com as mãos trêmulas, meus olhos enxeram-se de lágrimas nas primeiras quatro linhas.

"como pedido meu senhor, formos a casa de Sabrina Albuquerque, mãe de Amélia, pegamos seu dinheiro e tudo que podíamos, e no final, como o senhor havia mandado a matamos. Não sei ao certo o porquê deste pedido repentino sobre a morte da mãe de sua futura esposa, mas já o fizemos e não tem como voltar atrás, Sabrina Albuquerque está morta."

A carta caiu de minha mão e eu me desesperei, virei para correr mas vi um guarda do castelo a minha frente, na porta, o mesmo segurou meu braço e me puxou até a sala do trono, enquanto eu prendia o choro, não queria me demostrar fraca na frente deles.

Me solte! Me largue! É uma ordem! - ele parou na porta de entrada da sala do trono e me olhou, pensei por um momento que ele fazeria o que havia mandado. Pensei errado.

Olhei para Sidney e Gustavo, eles pareciam ter acabado de discutir, pois estavam irritados, ele me olharam sem entender o que estava acontecendo.

O que houve? - o rei perguntou ao guarda

Eu peguei a senhorita Amélia fuçando suas cartas magestade. -

Me solte seu bruto! - balancei o braço e ele soltou facilmente de sua mão, o massageei.

Sidney veio até mim e arqueou a sobrancelha, o guarda logo se curvou.

O quê? Eu não vou me curvar perante a você. - falei a ele. Na mesma hora senti pressionarem meus ombros para baixo, era aquele maldito guarda, ele havia forçado tanto meus ombros que fui obrigada a fazer uma reverência a aquele homem bem a minha frente.

Está satisfeito agora?! - perguntei enquanto me levantava.

Muito. - e então ele simplesmente virou de costas e se sentou ao trono.

Você é muito hipócrita sabia?! - gritei indo até ele, o maldito guarda tentou me segurar mas o empurrei, fiquei cara a cara com o rei, meus olhos transparênciam raiva - É um velho egoísta!

O que o senhor fez pai? - o príncipe perguntou

Seu pai mandou matarem minha mãe! Eu te odeio! Eu te odeio! - eu havia perdido a cabeça, a essa hora eu estava batendo no rei, ou pelo menos, tentando.

O senhor fez isso pai? Como pôde? -

É simples meu filho. Os atos de Amélia me levaram a isso. - avancei encima dele novamente mas o mesmo segurou meus punhos fortemente e depois me soltou, fazendo-me cair ao chão, Gustavo veio ao meu encontro e me ajudou a levantar, no mesmo momento em que ele gritava várias palavras - Ela lhe vendeu! Era uma louca! Deveria me agradecer por isso!

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