Gustavo
(Antes de ir ao quarto de Amélia)
Gustavo! Eu iria justamente falar com você, precisamos discutir sobre o ataque dos rebeldes, depois de um ano, eles resolverem aparecer por essas terras. - disse meu pai, ao me ver entrar em sua sala.
Você precisa deixá-la ir. - foi tudo o que disse, e ele entendeu do que se tratava imediatamente.
General, por favor, nos deixe as sós. - e então a porta se fechou atrás de minhas costas.
Não pode proibí-la de ir ao túmulo de sua mãe. -
Já conversamos sobre isso e minha resposta é não. - ele voltou seu olhar para um monte de papéis a sua frente.
Mas pai, ela precisa ir! - falei novamente, talvez um pouco mais excêntrico que da última vez.
Por que se importa tanto com essa menina? - ele me perguntou, eu sentia que se eu desse uma resposta na qual ele não quisesse ouvir, aquela sala poderia ficar completamente quebrada em poucos instantes.
Ela será minha madrasta. - ele se levantou.
É só isso? - e agora meu pai iria começar a gritar - Tem certeza que não está interessado nela? - ele não gritou.
Não estou. - minha resposta saiu rapidamente, quase que o impedindo de terminar sua pergunta.
Ela não vai. -
Por que não? - parecia que agora tudo iria ficar calmo novamente.
Ela não vai, está surdo?! - ele bateu na mesa fazendo alguns arquivos caírem ao chão - De qualquer forma... - um riso surgiu - Não há túmulo. O corpo de Sabrina foi jogado no rio.
O quê?! -
Saia daqui Gustavo. -
Me retirei da sala, ele não iria mudar de idéia, eu o conhecia muito bem, Sidney nunca volta atrás, ele tem muito orgulho para pensar em mudar de idéia ou em pensar duas vezes antes de falar algo.
Fui em direção a Amélia, como eu iria falar isso a ela?
Meu desespero começou quando escutei barulhos vindo de seu quarto, as pessoas passavam por alí mas ninguém parecia ligar muito para o que estava acontecendo, é claro. Aquela gritaria era tão familiar, e eu não estou falando de Amélia, ela não foi a única que gritou desesperada em seu quarto.
Abri a porta rapidamente e a vi de um jeito que nunca imaginaria, ela estava jogada ao chão do banheiro, pressionando as mãos contra o peito, para que parassem de sangrar, havia cacos do espelho quebrado por todo o banheiro, e eu estava me sentindo terrivelmente culpado.Você disse que estava bem! - falei a ela enquanto tentava ajudá-la, aquela imagem havia mexido tanto comigo...
É, eu já havia encontrado alguém nesse mesmo estado.A levantei e a levei para a sala médica o mais rápido possível, não me deixaram entrar, falaram que eu estava bastante alterado, bobagem, na minha opinião.
O que houve? - a voz de Freya ecoou por meus ouvidos
Não deveria ter deixado-a só! - me levantei do chão e gritei.
Desculpe senhor, eu não sabia, Amélia não queria ninguém lá, se eu soubesse que isso iria acontecer eu.. -
Você deveria estar lá! Cuidando dela! - uma lágrima desceu por meu rosto
Eu não tive culpa! - Freya falou no mesmo tom que eu havia falado, foi então que percebi o quanto eu estava sendo ridículo com ela.
Desculpe. Desculpe Freya. A culpa é minha. - por um impulso eu a abracei e comecei a chorar, eu estava muito desesperado, mas eu sabia que parte do meu desespero não era só por ela.
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Prometida
Historical Fiction🏅#6 em tragédias O castelo é trágico e doce, ele é agonizante e silencioso, as paredes guardam horror e beleza. O horror do sangue, das mortes, das tapas, dos abusos... E a beleza dos amantes, dos beijos, do calor de dois corpos. Eu sou Amélia, e...