13. Um dia depois

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Eu havia acordo fazia duas horas, não havia nem conseguido dormir direito, mas tentava relaxar de algum modo. Fiquei tempo o bastante sozinha na banheira até perceber que minha pele estava ficando enrrugada.

Me arrumei, a mesma coisa de sempre, eu iria batalhar por mais um dia. Coloquei um vestido verde e calcei uma sapatilha preta, penteei meus cabelos, se desse para pentear. Fiz tudo que deveria ser feito, as oito horas saí do quarto, o clima no castelo parecia magnífico, como se nada de ruim estivesse acontecido, ou acontecesse sob aquelas paredes de concreto e madeira.

Ao primeiro passo da porta senti olhares para mim, olhares de pessoas que não entendiam o que eu havia feito. Eu não ligava, não podia mudar o que já tinha sido acontecido, eles que convivessem com isso.

O que fez no cabelo? - Rosa me olhou com dó, como eu odiava aquele tipo de olhar.

Nada. - foi tudo o que respondi.

Segui para a minha primeira refeição do dia, ao entrar na sala os olhares de Sidney e de Gustavo caíram sobre mim, o clima entre eles estava tenso, eu conseguia captar aquela informação.

Sidney me olhou com desprezo e depois voltou a se concentrar em seu prato de comida. Já Gustavo, ele ficou boquiaberto em surpresa e me olhava sem entender nada. Me sentei, sem falar nada, me alimentei e fui embora, eu não tinha muitas coisas para fazer no castelo, eu apenas andava, lia, andava, lia e andava, tinha a companhia de Gustavo na maioria das vezes, e até mesmo a de Charles, mas agora isso seria quase impossível.

Depois do almoço, a tarde, fui cavalgar, era libertador, eu gostava de me sentir livre.

O que fez com o cabelo? - a voz de Charles ecoou em meus ouvidos, eu o olhei e virei o rosto - é sério, o que fez? - ele chegou mais perto e me ajudou a sair do cavalo

Cortei. Não vê? Está cego?-

Por que fez isso? -

Nova moda. Gostou? -

Ele não falou nada, então fez-se um enorme silêncio por certo tempo.

Por que não foi me ajudar? - o encarei

Eu tentei, quando ouvi seus gritos tentei ir até lá... Mas me seguraram, acha mesmo que eu não te ajudaria Amélia? - ele perguntou enquanto andávamos pelo estábulo, levando o cavalo ao seu lugar inicial.

Não sei. -

Foi eu. - ele parou para me olhar

O quê? -

Foi que te pedi calma no grande salão, eu queria te ajudar, mas você apenas saiu correndo pelas escadas, eu bati na porta várias vezes, mas você não quis atender. - ele abaixou a cabeça

Desculpe, eu não estava bem. -

O que aconteceu? - agora o cavalo estava na cela, e estávamos saindo do estábulo

Nada. - menti.

Nada? - assenti - quando vai me dizer a verdade?

Como eu disse, não foi nada. - me retirei, ele não havia tocado no assunto do casamento, ninguém havia tocado nesse assunto, mas eu sabia que eles falavam sobre isso, só que longe de meus ouvidos.

Fiquei no jardim, no balanço, esperando Gustavo chegar, eu queria que ele fosse até mim, mas ele não foi, desistir da ideia e subi para meu quarto.

Eu queria ficar um tempo sozinha. - disse a Rosa, ela não falou nada, apenas saiu daquele lugar. Por causa do ocorrido da fuga eu sabia que não ficaria completamente sozinha no quarto, havia um guarda na porta, evitando que alguém entrasse.

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