Proteção

551 45 3
                                    

Margot e eu já estávamos casadas há um mês e já tínhamos voltado à rotina. Estava na delegacia fechando o caso do assassino copiador. O cara tinha sido encontrado e se suicidou antes de ser pego, o que significava mais papelada. Tinha chegado lá as 9, no relógio da minha mesa já marcava 17:00 horas e eu só queria ir embora. Margot a essa hora já deve ter voltado da faculdade, e eu aqui presa assinando papéis. Quando terminei de assinar a última folha, levantei correndo e saí de lá antes que alguém achasse mais alguma coisa pra eu fazer. Entrei no meu carro e liguei o som. Margot tinha deixado no rádio um pen drive de músicas dela, fui ouvindo algumas e me surpreendi quando ouvi, depois de uma música da Rihanna e uma da Miley Cyrus, um arranjo meu no piano, eu escutei ela toda e logo depois entrou mais uma e mais outra. Ela tinha uma seleção de músicas minhas no piano. Aquilo me deixou surpresa e feliz, como se fosse possível, acelerei ainda mais, querendo chegar em casa o quanto antes. Mas antes passei em uma floricultura e pedi um buquê de girassóis e rosas vermelhas, Margot amava girassóis, quando entrei em casa, chamei por ela, que não me respondeu. Ouvi o barulho da televisão do quarto, ela devia estar tomando banho ou qualquer outra coisa. Fui andando até lá devagar.

-Amor, cheguei.

Quando entrei no quarto, Margot estava amarrada numa cadeira, com a boca presa com uma fita. Eu deixei o buquê cair no chão e me aproximei dela. Margot arregalou os olhos, mas não deu tempo dela me avisar, fui acertada por uma barra de ferro.

Nossa, aquilo doía demais, mesmo assim, não foi o suficiente para me derrubar, peguei minha arma presa na parte de trás da calça e apontei para a cabeça do invasor. Era uma fada, uma merda de uma fada, atacando minha Margot. Nunca pensei que isso poderia acontecer. Como ela tinha conseguido entrar ali? Eu olhava a cara dela e ela não estava com um pingo de medo de mim.

-Quem é você e porque veio até aqui pra morrer? - Eu apontava a arma em sua direção e a fada estava recuando.

- Não tenho medo de você, aberração. - Ela sibilou e seus olhos verdes neon brilharam.

-Me responda, sua fada imunda. - Eu nunca senti tanta raiva na minha vida. Estava tão irada que esqueci que Margot ainda estava amarrada na cadeira, gemendo. Me aproximei da fada e apertei seu pescoço, por um momento, senti uma vontade enorme de quebrá-lo.

-Me contrataram pra matar essa vampira nojenta. - Ela falava como se não me conhecesse.

-Quem? Quem contratou você? - Eu a prendi na parede pelo pescoço e ela tremia, sua pele esverdeada empalidecendo.

-Se eu disser você vai me matar. - A fada disse em um sopro de voz.

- Eu vou te matar de qualquer jeito. Vir até minha casa foi sua sentença de morte. Sabe porque todos os místicos e angelicais tem medo de mim? Porque eu não hesito em matar ninguém que ameaça minha família. Quem contratou você?

-Sebastian. - Eu não ouvia falar desse feiticeiro há muito, muito tempo. O que ele queria comigo?

-Porque ele está atrás de Margot?

-Sebastian descobriu que os pais da vampira mataram seu filho. Foi difícil de achar vocês. Ele a está caçando há bastante tempo.

Aquilo sim foi um choque. Eu a princípio não entendi por ter me acostumado com os pais de Margot, pessoas tranquilas, mas me lembrei rapidamente de como eles eram antes. Caçadores a sangue frio de criaturas sombrias.

-E em troca, ele quer a filha deles, minha esposa.

-Uma troca justa. - A fada sibilou em seu tom de voz super irritante.

-Bom, discordo com você nesse sentido, então saiba que essa história não vai pra frente. Mas pode deixar, não vou manchar sua morte dizendo a ele que você o entregou quando encontrar com o feiticeiro. Me diga onde encontrá-lo e você poderá morrer em paz e sem culpa.

Minha Redenção Onde histórias criam vida. Descubra agora