Emma

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- Eu não sei como responder sua pergunta, amor. Só que eu prometi a mãe dela que a protegeria de qualquer jeito. Ela merece uma boa vida, era o que Samanta queria dar a filha. - Disse enquanto sentava com ela no sofá da sala.

-Você está certa. - Margot sussurrou.

-Nós podemos colocar ela pra adoção. - Falei enquanto segurava suas mãozinhas pequenas.

Naquele momento ela se mexeu e começou a acordar. Eu me levantei e peguei uma das mamadeiras que tinha colocado na geladeira. Esquentei no microondas até ela ficar morna e alguns segundos depois, Emma chupava o bico da mamadeira. Ela nao tinha aberto os olhos ainda, mas eu ainda olhava pra ela.

-O que vamos fazer? - Me dirigi a Margot sem olhar pra ela, ainda observava o rosto da pequena criatura em meus braços. Ela era tão minúscula que eu tinha medo de segurar ela com muita força.

-Acho que já sabe o que vamos fazer. -Margot disse rindo e se aproximou de nós, passando o braço na minha cintura e fazendo carinho na bochecha de Emma.

-Espera, você está brincando né? - Me virei e a encarei assustada. Ela não poderia estar falando sério.

-Devia ver o jeito como você olha pra ela. Ela só tem um dia de vida e já conquistou você. - Ela realmente era diferente, era forte. Conseguiu se desenvolver e ficar forte mesmo em um ambiente tóxico, que era o corpo da mãe dela.

- Não é isso, é só que...Eu ajudei ela a nascer, isso é uma grande coisa pra mim, sabe? Geralmente quando eu me envolvo só gero mortes, nunca participei de um nascimento. E nunca achei que seria possível também.- Eu falava com Margot, alternando a visão entre ela e Emma que estava em meus braços, quase terminando o leite.

-E ela é tão linda né? - Margot disse me olhando, eu percebi que ela também queria aquilo. Éramos um casal lésbico de vampiros. A chance de conseguirmos um filho eram nulas e eu nunca tinha pensado nessa possibilidade.

-Sim, mas...Margot. Não sei se eu estou preparada para não ter você pra mim a todo momento.

-Você me terá pra você quando quiser. A única diferença é que vamos tomar conta dessa pequena.

-E nossas viagens? Tem tantos lugares que eu ainda quero te mostrar.

-Temos tempo para fazer isso tudo, além do mais, não estamos sozinhas.

-Nossa, como vamos contar isso pra Karen e Carol? E seus pais? Deuses, seu pai vai me matar. E você nem terminou a faculdade ainda.

-No fim do mês vou defender meu trabalho, já está acabando. E meus pais não vão fazer nada com você, eles são tranquilos. Ou ficaram tranquilos, enfim.

-Nós teríamos que nos mudar. O apartamento é pequeno demais pra criarmos uma criança. Tem problema?

- Não, mas pra onde iríamos?

-Tenho uma casa aqui perto de Karen, que eu reformei também. Nunca consegui morar nela porque me sentia sozinha, ela é grande demais pra mim.

-Podemos dar uma olhada. O primeiro passo é falar com Karen e Carol. Vou fazer um jantar e você manda uma mensagem avisando as duas e os meninos.

-Temos que comprar coisas pra ela. Onde ela vai dormir?

- Bom, hoje ela vai dormir no nosso colo. Amanhã, depois que tivermos passado pelo jantar, compramos algumas coisas pra ela.

-Nós vamos fazer isso? - Perguntei assustada.

-Nós vamos fazer isso. - Margot disse com confiança na voz.

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