Perda de controle

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Sofia

Nós aproveitamos o dia em Petrópolis e nossa, eu ficava cada vez mais impressionada com Margot. Ela era tudo que eu um dia poderia ter desejado. Durante nossos passeios eu sentia a necessidade de beija-la a todo momento, mesmo que em alguns lugares isso não fosse de bom tom, como no meio do tour pelo museu, mesmo assim, não deixava nossos corpos muito tempo longe um do outro. Eu ficava maravilhada de perceber como o cheiro de morango dela me acalmava e excitava ao mesmo tempo. Eu via as reações que ela causava a alguns homens que passavam por nós, e mesmo que o instinto me dissesse para arrancar a cabeça de cada um deles, ela apenas ria da minha crise de ciúmes.

-Sofia, deixa de ser boba. - Ela disse segurando minha mão enquanto andávamos pela calçada de pedras. Um grupo de homens tinha passado e jogado uns elogios para a minha garota. E eu não pude fazer nada.

- Eu tinha que ter pelo menos dado uma surra neles.

-Pra você arranjar uma briga na rua e ser presa enquanto a gente passeia? - Ela parou na calçada e me encarou. Eu estava com raiva, mas não conseguia ser rude com ela.

-Você está certa. Não vale a pena. -disse derrotada. Ela se aproximou e me abraçou apertado, encaixei meu rosto em seu pescoço e respirei aquele aroma, mentalmente controlando meus pensamentos. Beijei sua testa e me afastei pra ver o sorriso em seu rosto. Aquela mulher era um escândalo de linda. Não seria novidade ela chamar atenção na rua.

-O que você disse? - Ela perguntou de repente.

-Nada, não disse nada. -Respondi confusa. O que estava acontecendo?

-Não sei, ouvi sua voz. - Ela disse distraída enquanto encarava minhas mãos. Eu levantei seu queixo e olhei em seus olhos.

-Gogo, eu não perguntei nada. - A cara de confusão foi tomando seu semblante aos poucos.

-Você perguntou o que estava acontecendo. - Ela disse num tom mais firme, como que para se convencer também.

-Não amor, eu só pensei isso. Não falei nada. - Eu te amo, pensei olhando pra ela.

-Também te amo. - Ela disse distraída e beijou minha mão.

-Gogo...Você está lendo a minha mente.

-Como? Lendo, tipo, ouvindo seus pensamentos?

-Exatamente assim. Você já tinha feito isso antes?

-Não, acho que não.

-É bem raro o caso de algum vampiro adquirir habilidades especiais. Você consegue ouvir mais pessoas agora, ou só eu? - perguntei animada, aquilo era demais. Ela parecia não ter ciência de seu dom ou de como controlar ele, mas com isso nós podíamos trabalhar.

-Não estou conseguindo ouvir mais, nem você.

-Você não sabe ainda como controlar isso, não tem problema, temos bastante tempo pra isso. -Disse puxando sua cintura, a rua nesse momento estava praticamente vazia e eu beijei seus lábios devagar, sentindo a maciez deles, pedindo passagem para sua boca, eu estava tão animada pela descoberta de seu poder, mas também tinha que me conter para não assustá-la. Eu não tinha nenhum dom especial, minha mistura de anjo e vampiro já me proporcionava habilidades a mais, mesmo assim, seria interessante ver como o poder dela iria funcionar.

Eu ainda não tinha soltado ela, e comecei a ver que ela estava desconfortável. Ela não gostava de demonstrações públicas, então eu me forcei a nos separar, mesmo que eu quisesse ficar agarrada em seu corpo todo o tempo. Nós andamos e andamos o dia todo, vendo tudo que se podia ver naquela cidadezinha antiga. Em um determinado momento nós tivemos que ir pra casa, estávamos morrendo de sede.

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