Lua de Mel

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Nós já tínhamos chegado em Athenas e no momento esperávamos numa fila que parecia interminável para alugar um carro e ir para o porto. Quando chegou nossa vez, nos escolhemos um conversível. O clima do final de maio estava quente e seria perfeito para aproveitar a praia sem a infestação de turistas. Eu tinha vontade de trazer Margot aqui enquanto ela ainda era humana, pra ela conhecer todos os restaurantes, talvez eu até comesse com ela, infelizmente não foi possível, mas faria com que ela aproveitasse cada minuto.

Ela estava maravilhada enquanto via a cidade com seu incrível nascer do sol. Ela me disse que não estava cansada, por isso não me preocupei com as horas de vôo. O carro cortava as ruas estreitas da cidade. Tentava chegar ao porto o mais rápido possível, Margot teria uma surpresa.

O píer ainda estava vazio pela hora, mas consegui ver o responsável pelo meu iate. Já tinha entrado em contato com ele e combinado tudo. Ele iria até mesmo devolver o carro pra mim. Era um senhor bem solicito e muito gentil. Quando me viu chegando acenou de longe.

-O que vamos fazer?

-Vamos pegar um barco.

-Não vamos ficar na cidade?
-Não.

Quando descemos, o homem, Ícaro, veio até nosso encontro. Começou a falar grego e Sofia só acenava e sorria.

-O que ele tá falando?

-Está nos parabenizando pelo casamento e disse que você é muito bonita. - Eu virei a cara nessa última frase.

-Sem ciúmes.

Eu respondi Ícaro e ele falou outra vez.

-E então? - Margot perguntou e eu ri baixo.

-Ícaro disse que meu iate já está pronto. Vamos?

-Ah sim, perai, seu iate? - Se ela pudesse, estaria engasgada nesse momento. Eu assenti com a cabeça e apontei para frente.

-Sim, na verdade, é o mais simples que eu consegui achar por aqui. Precisava de um barco pra chegar até a ilha. Comprei ele junto com a casa, e Ícaro toma conta dos dois pra mim.

-Ah, claro.

-Fiz uma pequena modificação há um mês atrás, quando comecei a pensar em trazê-la pra cá. Vem, vou te mostrar.

Eu a puxei delicadamente e ela veio andando devagar, acho que ainda estava em choque. Quando nos aproximamos, puxei ela até a parte de trás do iate e na proa da embarcação, seu nome estava estampado em letra cursiva e letra de forma em baixo, para registro e identificação marítima. Ela tinha um sorriso glorioso em seu rosto, eu me aproximei e segurei sua cintura.

-Você gostou?

-Eu não sei nem o que dizer. É perfeito.

-Vamos, vou te mostrar como é lá dentro.

O iate tinha três andares e era branco, contrastando com a madeira que cobria todo o deck. Entramos e Margot olhava cada detalhe.

-O que está achando da viagem até agora?

-Perfeita. Mas é perfeita porque eu tô com você, sabe que por mim poderíamos ir a qualquer lugar ou até mesmo ficar em casa.

-Nunca gostei de viajar e ficar nessas casas por muito tempo, me sentia sozinha. Já levei Karen e Carol em alguns lugares, mas elas cresceram e ficaram sem tempo...eu também ficava muito ocupada com o trabalho no passado, mas agora, quero mostrar o que eu posso te proporcionar. Uma forma de agradecer e compensar, nem que seja um por cento do que você já me deu. - Eu me aproximei de seu corpo.

-O que eu já te dei? Eu não tenho nada.

-Você me deu uma motivação, Margot. - Disse abraçando sua cintura e a puxando pra mim.
-Um motivo para continuar viva.

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