Desintoxicação

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Eu levantei o rosto da cama e tudo em volta rodava, não sabia se já tinha escurecido, mas estava cansada. Levantei e vi Margot dormindo, sem fazer barulho, fui ao banheiro do outro quarto, quando me olhei no espelho tomei um susto. Meu rosto estava completamente pálido e meus olhos mais uma vez vermelhos.

Minhas presas apareceram e eu não consegui escondê-las mais uma vez. Eu estava literalmente acabada, como se estivesse morrendo. Minha barriga se contorcia e eu tinha vontade de vomitar. Me sentei no chão e tentei controlar minha respiração. Eu estava sem forças, e não entendia o que estava acontecendo.

Eu nunca tinha ficado assim em toda minha vida. Sempre tive a saúde de um cavalo, graças a minha parte vampira. Eu não sabia o que fazer, mas sabia que tinha que sair dali depressa. Mesmo com o carro eu iria demorar, cheguei na varanda e abri minhas asas. Voei até a boate e simplesmente caí na varanda do escritório do Yuri. Ele estava sentado em sua mesa e tomou um susto quando me viu caída ali.

-Sofia, o que aconteceu? Alguém te atacou?

-Nao... estou passando mal. -Eu falava devagar e minha respiração ainda estava descompassada.

-Ok, venha. -Yuri veio e me levantou em seus braços, me deitando no divã de seu escritório. Eu poderia soltar qualquer gracinha se não estivesse quase morrendo.

-Yuri, o que está acontecendo comigo?

-Quando você se alimentou pela última vez?

-Tem 2 dias. Eu vim aqui.

-Então agora tenho certeza, você está se desintoxicando. Não tem sangue humano suficiente no seu corpo.

-Eu não entendo.

-A escolha que você fizer agora, vai mudar tudo. Você quer que eu te dê sangue humano ou sangue animal?

-Porque? O que pode mudar?

-Algumas coisas vão mudar. Você vai dormir mais, vai ter menos sede, mas vai perder uma parte de sua força. Entre outras coisas. Eu deveria ter falado sobre isso com você antes.

-Yuri, o que eu faço?

-Se você transformar a Margot bebendo sangue animal, ela não vai querer beber sangue humano.

-Ela não vai matar?

-Bom, ela vai matar animais.

-Santo Deus, que dor. Não consigo pensar. - eu me contorcia deitada enquanto sentia espasmos por todo meu corpo.

-Escolha, Sofia. - Yuri tinha a mão em minha testa. Ele estava muito gelado ou eu estava muito quente?

-Não sei o que fazer.

-Só você pode escolher isso.

Eu queria pensar mais naquele assunto, mas eu tinha uma queimação horrível na garganta e meu corpo todo doía cada vez que eu tremia.

-Pegue o sangue animal. -Disse me controlando para falar. Yuri saiu do escritório e cinco minutos depois estava de volta com quatro bolsas de sangue. Ele foi abrindo uma a uma e eu bebi todas. Quando terminei de beber, meus olhos ficaram azuis, de acordo com Yuri. Eu finalmente estava começando a me sentir melhor, mas não estava pronta para levantar do divã.

-Deixe-me ver suas asas, Sofia.

-Porque?

-Preciso vê-las. Quero ver uma coisa.

Quando eu as liberei mais uma vez, elas estavam diferentes. Ao invés de brancas, elas eram pratas. Minhas penas estavam completamente prateadas, Yuri soltou um palavrão em russo e riu.

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