Tell em that is my birthday

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20 anos.

Foi o primeiro pensamento que tive ao abrir os olhos na manhã de 2 de maio. Um sorriso apareceu no meu rosto ao pensar que estava deixando a fase da adolescência pra trás e finalmente me tornando uma adulta. Também foi algo que me deixou nostálgica por um momento, mas eu ainda me sentia jovem e disposta a aproveitar minha vida. A partir de hoje mais do que nunca. Eu só acordei com a sensação de que seria o dia em que tudo começaria a mudar. E mudaria pra melhor.

Me virei na cama, mas não encontrei Harry ao meu lado. Ele tinha pedido pra passar a noite no meu ônibus após o show. Eram cerca de sete horas do Chile à Argentina, mas é óbvio que pegamos algum trânsito e coisas assim. Passamos a noite inteira simplesmente abraçados no espaço mínimo que tínhamos pra dormir, o que nos deixou bem próximos. Harry me contou histórias de sua infância e adolescência e eu fiz o mesmo, tiramos fotos, fizemos brincadeiras idiotas e conversamos sobre o show daquela noite.

- Aproveitou bem seu último dia com 19 anos? – ele me perguntou enquanto mexia no meu cabelo.

- Não poderia ter sido melhor – eu respondi enquanto o abraçava e fazia carinho em suas costas – Obrigada por tudo que tem feito por mim, Harry. Foi uma semana incrível.

- Não é nem a metade do que você merece. Obrigado por não desistir de mim.

Assenti enquanto me perdia em seus olhos de um verde incomum e irresistível. Eu me sentia tão bem por ter a chance de estar com Harry depois de tanto tempo apenas imaginando se algum dia aconteceria. Era tão bom saber que ele nutria algo por mim e que não tentaria ir embora, que não tentaria fugir. O problema é que meu amor por Harry crescia a cada dia mais e eu ainda esperava por algo vindo dele. Ainda esperava pelas três palavras que ele vinha mantendo guardadas até de si mesmo. Talvez eu não devesse esperar. Talvez seus sentimentos por mim nunca passassem do que eram agora. Seria melhor se eu parasse de esperar por algo que não viria.

Ele afastou os cabelos do meu pescoço e brincou com a corrente que tinha me dado.

- Não importa quantos anos faça, sempre vai ser minha princesa de vidro.

Aquilo me deixou sem fala por um instante. Harry não se importou, aproveitou a pausa para continuar falando.

- Alguns dias atrás li uma pergunta de uma fã no twitter que questionava por que eu te chamo de princesa de vidro e não de cristal? – ele deu um riso fraco – Ela disse que cristal era um termo mais bonito e... Rico do que vidro.

- Então por quê?

Ele desviou os olhos para os meus novamente.

- Porque eu acho que cristal é algo facilmente quebrável. Você encosta com um pouquinho de força a mais e é o suficiente para ter apenas cacos na sua mão. Vidro aguenta um pouco mais, racha antes de quebrar, pode levar várias batidas e não se partir em pedaços. Acho que você é assim. Quebrável, mas não sem resistir.

Eu não soube o que falar depois daquilo. Harry apenas beijou meu pescoço e me abraçou. Ele cantou Over Again pra mim até que eu dormisse embalada por sua voz.

Me livrei das lembranças da noite anterior e empurrei a cortina da cama vazia para poder descer. A luz vinda das janelas me cegou por um instante. O ônibus estava parado e vazio, o que eu estranhei. O normal seria Jack, o motorista, ter me acordado ou Harry ter feito isso para que fôssemos para o hotel. Fui ao banheiro, escovei os dentes e lavei o rosto antes de voltar para a “sala”. Estava arrumando algumas coisas na mala antes de descer e ir para o hotel quando ouvi o barulho de passos nos degraus e Harry apareceu com um buquê de rosas vermelhas na mão e um sorriso no rosto.

Ele andou até mim e me deu um selinho demorado.

- Bom dia, princesa – ele me estendeu as flores – Feliz aniversário.

PretendingOnde histórias criam vida. Descubra agora