Um casamento perfeito e clichê na praia seria aquele com o sol brilhando em um céu azul sem nuvens. A areia estaria fofa e quentinha, o mar estaria calmo, e as gaivotas cantariam ao longe. Eu usaria um vestido com camadas de seda em tons pastel, sem mangas, e uma coroa de flores na cabeça. Talvez o céu estivesse em tons de rosa ou laranja, caso o casamento fosse no fim da tarde, mas todo o resto seria exatamente como eu acabei de descrever.
Porém, como você já sabe muito bem, Harry e eu não somos um casal clichê.
O que não impediu, claro, que nosso casamento tenha sido perfeito.
Bom, é claro que eu diria que meu casamento foi perfeito porque, afinal, foi o meu casamento. E foi com o homem da minha vida, o único que eu sempre quis ao meu lado, então as trivialidades foram apenas isso: trivialidades.
Ok, talvez não tenha sido algo tão trivial assim.
Harry e eu nos casamos em um daqueles típicos dias em que qualquer pessoa normal estaria em casa, enfiada debaixo das cobertas, tomando uma xícara de café ou chá e assistindo suas séries e filmes favoritos.
O céu estava completamente branco, de modo que o sol era como uma pérola brilhando solitária ao longe. Algumas nuvens cinzentas cercavam a praia de Malibu. Os únicos pássaros que víamos e ouvíamos eram os que cortavam o céu migrando para longe da tempestade que estava por vir. A areia estava completamente gelada e as ondas batiam com violência contra as rochas na beira da praia.
E estava frio. Muito frio. Frio mesmo.
O tipo de frio que quase me fez puxar Harry pelo colarinho e falar "nós podemos casar outro dia". Mas, não, não podíamos.
Era 14 de janeiro, o que significava que estávamos em pleno inverno, mas também significava que há sete anos, Harry e eu estávamos sentados em uma sala de reunião sendo instruídos por Simon Cowell a começar um namoro de fachada.
Foi naquele dia que tudo começou. Aquele precisava ser o dia em que escreveríamos um novo começo para nós dois.
Quer dizer, mais um.
Mas, enfim, se eu vou contar essa história, acho que devo contar desde o início, ou, pelo menos, de onde paramos.
Você já sabe que Harry e eu nos reencontramos no casamento de Liam depois de cinco anos de gelo total. O que você não sabe é que, mais tarde, na festa de casamento dele, Victoria e Niall deram um jeito de nos embebedar um pouco mais que o recomendado e nos colocaram no mesmo táxi. A partir daí, a decisão era óbvia: cada um ir para um canto ou os dois irem juntos para algum lugar.
Claro, Victoria e Niall não sabiam que Harry e eu já tínhamos conversado antes e nos resolvido, mas, apesar de tudo, eu sou grata a eles. Provavelmente, Harry e eu arranjaríamos uma desculpa para não sermos vistos juntos naquela noite em especial e só Deus sabe quando nos veríamos novamente e sob qual motivo.
Mas quando você tem dois amigos dispostos a te encher de álcool até que você não consiga soletrar seu próprio nome apenas para te dar uma desculpa para sair de fininho junto com a pessoa que você ama, é claro que as coisas podem ser um pouco mais fáceis.
Então, lá estávamos nós. Dois famosos completamente bêbados, com roupas de festa e dinheiro para apenas um destinatário (Harry percebeu no caminho que estava sem a carteira. Provavelmente, obra de Niall).
Mas, convenhamos, mesmo que tivéssemos dinheiro suficiente para irmos ao Alasca e voltarmos, não estaríamos indo para lugares diferentes naquela noite.
De qualquer modo, era muito mais fácil jogar toda a culpa em Niall e Victoria. Futuramente, quando perguntassem algo, nós poderíamos contar toda a história da armação deles. Era mais interessante que dizer "nos encontramos depois de cinco longos anos e descobrimos que éramos dois idiotas e ainda nos amávamos".
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Pretending
RomanceEla é apenas uma garota que ganhou o terceiro lugar no The X Factor. Ele faz parte da maior boyband do momento. Ela precisa ser conhecida no mundo todo. Ele precisa dar um jeito de acabar com sua fama de "pegador". Os dois precisam fingir que sentem...