Prólogo

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Minhas pernas estavam cansadas, mas eu não parei de correr

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Minhas pernas estavam cansadas, mas eu não parei de correr. Minha vida dependia disso. Tão logo cheguei ao meu destino e puxei o ar com força, sentindo a garganta arder por estar seca e o peito doer, devido ao esforço.
As batidas na porta de madeira eram incessantes. Minhas mãos doíam e meu coração batia acelerado. De medo, cansaço, adrenalina... Tudo junto.

- Vai derrubar? – escutei a voz de Agnes reclamar e logo vi sua cara em minha frente. – Minha filha, você pretende arrombar minha porta? – ela cruzou os braços e me encarou com seu jeito abusado. Eu não tinha tempo para aquilo.
- Você precisa me emprestar dinheiro, Agnes. Logo. – digo sem rodeios.
- Certo, Mariana. E o que te leva a crer que eu tenho dinheiro para te emprestar? – eu entrei em sua casa sem ser convidada. As vielas estavam cheias. Gente passando, conversando na porta de casa, estendendo roupa. A vida girando na comunidade.
- Agnes. É sério. – seguro em seu braço e encaro seu rosto quando fecha a porta. Ela deve ter prestado atenção que eu estava desesperada. – Eu preciso de dinheiro, eu preciso sumir! Vou catar minhas coisas e ir embora.
- O que aconteceu, Mari? – perguntou assustada, deixando o sarcasmo de lado. Solto um suspiro.
- Não tenho tempo para explicar. Mas você vai acabar sabendo, aqui nada passa despercebido... – solto uma risada irônica e sem humor.
- O que você fez, cara? – ela está mais assustada.
- Agnes, só me arruma o dinheiro logo. – peço e ela não pergunta mais.

Deve ter se alertado que eu realmente não tinha tempo e precisava desesperadamente. Ela me dá as notas que estavam guardadas e me encara. Eu a abraço forte, talvez venha a ser a última vez que verei a minha amiga de infância e isso dói.
Mas eu também não tenho tempo para doer.

- Obrigada. Eu vou te pagar quando der e te mando algum sinal de fumaça. – aviso.
- Se cuida.

Separamos o abraço, acabo enrolando as notas juntas e soco dentro do meu short. Abro a porta e saio correndo.
Minhas pernas realmente estão cansadas quando abro a porta de uma vez e não vejo Liz por ali.

- Liz! – chamei. – Elizabeth! – gritei e ela apareceu na sala. Sua feição assustada me parte o coração.
- Estava pegando o senhor Pig. – aponta para o urso velho e surrado em seus braços.
- Certo meu amor, a gente precisa ir. – lhe digo. – Ok? – ela assente. – Pega na cozinha a bolsa de comida que separei enquanto eu pego nossas bolsas. – peço.

Corro em direção ao quarto, sentindo meu ar faltar. Eu quero chorar, mas não posso. Preciso ser forte por mim e por minha irmã mais nova. Respiro fundo, pego nossas mochilas e Liz está a minha espera na sala. O carro que vai nos tirar dali às escondidas já está lá em frente, ouço a buzina. Seguro na mão de Liz para irmos embora, olho para trás uma última vez sabendo que nossas vidas mudarão para sempre.

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Olá, turu bom?
Finalmente o domingo chegou e trouxe nossa tão sonhada NLDSO!
Eu e Nanda esperamos que vocês gostem dessa nova aventura.

Sejam bem-vindos!!

Beijos de luz no coração de vocês. ❤️

Na luz do seu olharOnde histórias criam vida. Descubra agora