Capítulo 22

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Olá luzes, feliz 2020!!
Desculpa a demora, mas o ano já começou puxado.
Espero que gostem do capítulo e nos contém lá em baixo.

MARI

Eu lutava para que as lágrimas não caíssem do meu rosto, mas estava praticamente impossível. Algo parecia que estava me sufocando, fazendo pressão para que as benditas saltassem de meus olhos, mas eu não faria isso, não assustaria mais a minha irmã por conta de um ser enganador como Heitor.


- Mari nós vamos perder o ponto. – despertei com a voz de Liz. Estávamos próximo a nossa descida, e estava dando graças ao céus por estarmos chegando em casa.
- Vamos. – levantei e  puxei a cigarra. Logo estávamos em casa, e pude respirar um ar de alívio, Liz estava quieta e sentada em sua cama, era visível sua carinha de triste.
- Por que você não deixou o príncipe Thor nos trazer? – respirei fundo, como explicar para uma criança que aquele lá não tinha nada de príncipe? Que não passava de um ridículo enganador.
- É coisa de adulto Liz, eu não acho que ele seja uma boa companhia para nós.
- Mas Mari, ele faz parte da família. – vi seus olhinhos cheios e me senti um pouco mais destruída.
- Nós somos a nossa família, Liz. Ele fez uma coisa muito feia, ele mentiu pra gente e isso não se faz, mentir é muito feio.
- É tão grave assim? Não é só uma mentirinha de nada? 
- Não existe mentira ou mentirão Liz. Existe a mentira, e ela pode destruir qualquer tipo de relacionamento. – passei a mão em sua cabeça.
- Então eu não vou mais ver o príncipe?
- Não sei querida, eu realmente não sei. – aconcheguei Liz em meu colo e tentei consolá-la com pequenos afagos de conforto. – Você precisa tomar banho Liz, enquanto isso eu faço um macarrão pra gente, ok? – ela assentiu tristonha. – Então vai lá.


Liz foi para o banho e eu para nossa pequena cozinha, deixei que algumas lagrimas caísse por meu rosto ao me lembrar dos momentos em que passávamos juntos ali, por que ele havia mentido que era rico? A verdade era que ele deve ter vergonha e medo de que a gente quisesse seu dinheiro. Eu devia ter desconfiado de alguma coisa, se tivesse enchergado o que estava a minha frente não estaríamos assim agora. Foi um custo fazer Liz dormir, mas quando o cansaço a venceu e ela finalmente capotou na cama, pude me dar à chance de liberar todas as lagrimas que ficaram presas em minha garganta.


Seria a ultima vez que eu choraria por Heitor.


Nosso amanhecer foi silenciosamente estranho, Liz soltou apenas um bom dia e ficou quieta o caminho inteiro para a ONG. Eu sabia que ela assim como eu estava pensando naquele mentiroso de uma figa. Fiz questão de levá-la até a porta de sua sala.


- Fica com Deus, Liz. – disse lhe dando um beijo na testa.
- Mari.
- Diga princesa. – olhou-me com seus olhinhos tristes.
- Se o prin... Se o Heitor aparecer eu posso falar com ele? – respirei fundo. Eu particularmente não o queria perto dela, perto de nós, mas não podia proibi-lo de entrar na ONG.
- Pode princesa, faça o que o seu coração mandar, ok?
- Ta bom, tchau Mari. – entrou na sala e eu suspirei. Minha princesa estava sofrendo isso fazia com que meu coração ficasse ainda mais comprimido. Maldito Heitor e sua mentira.


Segui para lanchonete e entrei quando Regina estava pondo a placa de aberto. Ela estava sorridente como sempre e me permitir imaginar se as coisas não seriam diferentes se os meus pais ainda estivessem aqui, se eu ainda estaria em meu curso e seguindo o meu sonho e não aqui, escondida e tendo que recomeçar sozinha. Era tão difícil recomeçar, era tão difícil saber que agora era somente eu por Liz.

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