Heitor Stein Müller é o herdeiro da SM Interprise Ltda, empresa multimilionária que sua família comanda há décadas. Só que Heitor não gosta de pertencer ao mundo em que nasceu e vive. Heitor é simples e não gosta do glamour que encobre até a alma de...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Água.
Socorro.
Henri.
Heitor!
Acordo sufocado.
Sinto meu pulmão arder e fecho meus olhos novamente tentando regular a minha respiração que quase não existe.
Esses pesadelos tinham acabado por um tempo, mas agora não me abandonam mais. Respiro fundo e saio da cama, olho pela janela e vejo a pouca claridade que existe lá fora. Mais um dia. No lema de um dia de cada vez, acordei em mais um. Fiz a minha higiene e aparei um pouco a minha barba. Coloquei o terno que tanto me sufocava e fui em direção à cozinha.
- Bom dia, Lurdinha. – Dei um beijo em sua cabeça. Lurdinha era minha Bá, agora ela é cozinheira da minha família. Me serviu de um copo de suco de laranja.
- Bom dia meu filho. – Ela sorriu. – Sente para tomar seu café.
- Não vou comer nada, só vou tomar esse suco e já vou. – Ergui o copo para ela.
- Saco vazio não para em pé, menino!
- Eu como algo na empresa. Minha mãe? – Lurdinha virou-se para pia novamente.
- No quarto. Seu pai já foi para empresa. – Terminei o suco e fui colocar o copo na pia.
- Cuidado com a megera. - Disse a ela.
- Menino Heitor! – Ela queria sorrir, mas tentou fazer cara de brava. – Eu sempre tomo cuidado. Agora ande, já está atrasado.
- Já vou. Até mais. – Dei um beijo em sua cabeça e fui para garagem.
Enquanto dirigia meus pensamentos me levaram aos sorrisos que eu ganharia e daria à tarde. Antigamente a única que conseguia me arrancar alguns sorrisos era Lurdinha, mesmo que com muito custo, hoje existe um serzinho que consegue esse feito apenas com um sorriso.
Cheguei a SM Enterprise alguns minutos depois. O transito de Curitiba estava controlado, o que era algo raro. Ao passar pelas portas vi as duas recepcionistas conversando animadas, mas assim que me viram os sorrisos foram transformados em faces sérias.
- Bom dia senhor Müller.
- Bom dia senhoritas.
Passei por elas e fui em direção ao elevador exclusivo da presidência. Assim que as portas de metal se fecharam respirei fundo. Era hora de encarar aquilo que eu não tinha a menor animação, uma reunião com o grande Müller sênior.