Heitor Stein Müller é o herdeiro da SM Interprise Ltda, empresa multimilionária que sua família comanda há décadas. Só que Heitor não gosta de pertencer ao mundo em que nasceu e vive. Heitor é simples e não gosta do glamour que encobre até a alma de...
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- Vamos Liz! – Era segunda vez que eu a chamava. - Já vou! – Ouvi seus passos acelerados, e quando a vi entendi o motivo de seu atraso. – Desculpa Mari, estava pegando o senhor Pig. – Hoje era dia das crianças levarem seus brinquedos e o único que Liz tinha era o seu velho urso. - Tudo bem querida, nós temos que ir ou nos atrasaremos. – Liz assentiu e pegou em minha mão. Fechei a porta do apartamento e descemos pelas escadas. Não tínhamos elevador no prédio e eu agradecia por morar apenas no segundo andar. - Você vai chegar cedo para me buscar hoje? – Liz ergueu sua cabeça e pude olhar em seus olhos castanhos escuros como duas jabuticabas, assim como os meus. - Tentarei. - Você vai conhecer o príncipe Heitor! – Seus olhos brilharam ainda mais quando pronunciou o nome do tal príncipe. Eu realmente precisava conhecer essa criança. - Talvez sim, mas em todo caso, o conhecerei na sua noite especial. – Ela deu de ombros. - O importante é você o conhecer. - Ok, princesa Liz. – Sorrimos uma para a outra. Quando chegamos a parada de ônibus o mesmo já se encontrava lá. - Bom dia seu Henrique! – Saudei o motorista que sempre nos levava. - Bom dia seu Rique! – Liz lhe deu tchau com a mão. - Bom dia meninas!
Sentamos juntas em um dos bancos, demos sorte de irmos sentadas, mesmo que Liz tenha que ir em meu colo. Naquele horário a baldeação fica lotado de gente indo e vindo do trabalho. Alguns poucos minutos depois estávamos em frente a Sol Nascente.
- Bom dia seu Osvaldo. – Saldei o porteiro. - Bom dia Mari e Liz, como estão? – Ele era um senhor sorridente. - Bem com a graça de Deus! – Respondi lhe retribuindo o sorriso. - Eu tô maravilinda seu Osvaldo. – Ri com a nova palavra de Liz. Essa menina inventava cada coisa. - Vamos, te deixarei na porta da salinha. – Ela assentiu e começou a saltitar em meu lado. – Está entregue. – Abaixei-me e lhe dei um beijo na bochecha, senti seus bracinhos agarrarem meu pescoço e me puxar para mais perto me dando um abraço. - Tchau Mari, bom trabalho. Traz um cupcake pra mim, está bom? – Assim que se afastou ela piscou e entrou em sua sala. Sorri com a sagacidade que ela tinha.
Encaminhei-me para saída e me despedi de seu Osvaldo apenas com um aceno. Tinha meia hora para chegar ao café, o que me era o suficiente já que o mesmo ficava a duas quadras daqui. Os meus pensamentos estavam em Liz, eu precisava comprar algum brinquedo para ela. Desde que cheguei aqui só trabalho para pagar o aluguel e colocar comida na mesa, mas a minha irmãzinha merecia um presente, só não sabia ainda o que poderia dar. Precisaria fazer uns cálculos e comprar o presente rápido, amanhã já era o dia especial dela. Os meus pensamentos foram interrompidos quando senti um muro em minha frente e acabei caindo de bunda no chão. Eu estava tão distraída que sequer prestei atenção, só caminhava como de costume pois aquele caminho é conhecido por mim.
- Me desculpe... – Ouvi uma voz dizer. - Minha nossa, cara! Você me jogou longe. – Levantei do chão limpando a minha bunda. - Eu sei, por acaso eu vi. – A ironia presente na voz me fez fazer uma careta e olhar para minha bunda, ainda bem que a calça jeans não tinha rasgado.
