- Tá, e o que aconteceu depois?
Aparentemente interessado, Freddie mascava chiclete de melancia, ansioso pela resposta. Brian havia narrado o encontro todo, e o mais velho ouviu atentamente, ou tentou prestar atenção.
- Depois?
- É, Brian. Depois.
Parecia pensativo, tentando se lembrar dos acontecimentos em ordem
- A gente saiu da roda gigante e eu trouxe ele pra casa...
- Puta merda, Brian!
- O que foi?
- Vocês não se beijaram?
Demorou bons segundos para formular uma resposta e optou por apenas negar com a cabeça, se sentido derrotado.
- Não acredito que vocês ficaram num puta clima desses e nem deram um beijinho. Nem que fosse um selinho, Brian! Porra, Brian...
- Tá, eu admito. Eu vacilei. Eu deveria ter beijado ele.
- Quero dizer, o cara disse com todas as palavras que te amava, você também ama ele, vocês tavam no momento mais romântico e clichê possível e... Na moral, se fosse um filme seria a parte mais brochante da história.
- Eu sei...
- E ainda-
- Freddie, quer parar de me lembrar da oportunidade que eu perdi?
- Desculpa.
•
Ao telefone, Roger ouvia os bipes, ansioso pelo momento que John o atenderia. Balançava os pézinhos ao ritmo de uma música alegre que tocava ao rádio, sorridente. Havia tido a melhor noite de sua vida e estava louco para contar tudo para seu melhor amigo.
As vezes, se sentia em um filme de comédia romântica.- Bom dia, Roger.
- Alô, Deaky! Eu te liguei pra... Espera, como sabe que sou eu?
- Eu não tenho amigos, quem mais seria?
- Isso é meio deprimente, sabe?
- Eu sei.
- Te liguei pra falar do encontro.
- Oh, oh. Estava esperando por isso. Espera um minutinho, vou pegar meu chá e aí você me conta.
- Chá?
- Chá preto com limão.
- Como alguém consegue gostar tanto de chá?
- Como alguém consegue não gostar tanto de chá?
- Você é maluco.
Ouviu a risada através do aparelho, se pondo a sorrir de leve.
- Ele chegou uma hora depois do combinado, uma hora! Eu me senti tão mal, Deaky. Me senti usado e jogado fora. Mas aí, ele... Ele chegou e explicou pra mim. E daí eu fiquei tão feliz, mas tão feliz, porque ele não tinha se esquecido. - Já soluçava, com poucas lágrimas escorrendo pelas bochechas. - Droga, eu fiz de novo...
- Você sempre faz de novo.
- Boboca. - Fungou e limpou o rosto com a manga da camisa que usava.
- Se divertiu?
- Bastante.
- Que bom.
Silêncio. Ficaram sem dizer nada, apenas ouvindo a respiração um do outro através do telefone por cerca de trinta segundos.
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Letters for Roger Taylor
FanfictionBrian Harold May constantemente se perguntava por que seu vizinho chorava todos os dias na sacada de seu apartamento, então resolveu passar pequenas cartas anônimas por baixo da porta do rapaz tentando descobrir o motivo de tanta tristeza. Como reme...