As Surpresas de Magic Paul

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Lauren Mendes:

Minha criança? Então esse deve ser o Mágico Mascarado que cuidou Petter. Seguimos Paul até passar a porta, encontramos uma mesa enorme e farta de coisa pra comer, tão apetitosa que meu estômago ronca, acho que ele está dizendo "Oi, estou aqui viu, não esqueça de mim!" Há quatro cadeiras duas em cada lateral voltadas para mesa e há uma quinta na ponta, de costas para a mesa.

- Chegamos - Paul anuncia olhando para cadeira virada - E temos fome!
- Principalmente Lauren - uma voz sai da cadeira, não percebi que havia alguém sentado, - estou certo, Principe?

Ei Principe?

- Tirou as palavra da minha boca
- Ei! - Eu intervenho - Principe? Então você é o...

A cadeira se vira e ele fala sorrindo

- Magic S! Sim sou eu! Como vai Q?
- Vou, bem espantada! - falo tirando o riso dele e do nosso J - Então você é nosso Às?
- É, sim, um modo a me chamar
- E convenhamos né! - Paul fala - Às é melhor que Salústio
- Respeita que eu te eduquei direito!
- Você então é o repórter?
- Sim eu sou e sim Salústio é o meu nome mesmo

Eu começo a rir como uma doida, é claro quem seria tão bom para nos manipular desse jeito.

- Essas crianças, crescem e ficam assim

Paul sorri, se senta (sim ainda estamos em pé).

- Sim Magic S é bom - Paul fala rindo - porém, não faria tudo isso sozinho, estou certo Roger?

O Mágico Mascarado tira a máscara e sim é o desgraçado em pessoa, Roger Robinson

- Está J, como sempre - ele fala e se volta a minha cara de espanto - Sim Lauren, sou eu, já disseram que você é linda
- E talentosa! - Paul acrescenta
- Sim claro, só um total idiota diria que não tens talento
- Tipo você? - Pergunto ironizando
- É tipo eu!

Eles riem e caralho Paul descobriu tudo isso sozinho. Olho e vejo Petter também com os olhos arregalados acho que está mais espantado que eu, vivera com os dois e sempre pensou ser a mesma pessoa, o K da hipnose fora facilmente hipnotizado.

- Bom Magic S, já que eles preferem ficar aí em pé, eu vou me servir de uma dose se não se importar
- Não príncipe, não me importo, sirva-se da comida também, e vocês também.

Nos sentamos e nos servimos das muitas gulodises a disposição e tem muita a disposição.

- Agora que estamos a vontade, pode nos contar da história toda e por que nós fomos escolhidos? - Paul diz a S, que suspira e começa:

- Só vocês poderiam ter encontrado o livro e vocês precisavam estarem juntos. Afinal eu te disse várias vezes isso Lauren, todo príncipe precisa de uma princesa, você que interpretou sempre errado
- Como assim?
- Você sempre achou que eu jogava você pra cima dele, mas eu nunca te disse que você seria uma princesa se casasse com ele
- Tá agora fiquei confusa, tão confusa quanto o Petter está com a aparição dos dois

Eles riem e caramba não foi piada.

- Princesa você já era Lauren, isso que ele está dizendo - Paul explica - afinal a gente sempre foi como irmão
- É sempre foram como irmãos, porém, príncipe não são apenas por consideração, Lauren também foi filha de Paul Harris
- Quem é esse?
- Meu pai - Paul explica - É eu já sabia disso também.

Paul surpreende a todos inclusive S, que pergunta como ele sabia

- No dia que fui parar no hospital, você pediu que todos fizessem exames de sangue eu vi o resultado
- Então meu pai biológico é o teu pai?
- É isso aí
- E por que nunca me contou?
- Nunca achei isso importante, sempre te amei como uma irmã e esse amor sempre foi recíproco.
- É tem razão!

Falo sorrindo pra ele, além desse amor que ele disse, Paul sempre cuidou de mim como um irmão mais velho, com um carinho enorme, não há como não ama-lo.

- Sua mãe foi uma das muitas amantes de Paul Harris, quando esse a largou, você era pequena ainda, depois de uns anos ela te  abandonou no orfanato, Paul chegou lá quase três anos depois, com o pai de vocês sendo morto e sua mãe se matado. São especiais desde pequenos e unidos, inclusive quando me assistiam. Quando os vi sabia que seriam, sem dúvida herdeiros da magia e estariam na Palma da Magia, faltava um, no entanto, foi quando, tempo depois, eu comecei a notar um piá nas nossas apresentações e do quando se "vidrava" nos números de controle, foi então que eu encontrei o K de Ouros, quando aquele fatídico incêndio ocorreu pensei ter perdido a chance de unir a trinca real. Foi quando Roger Robinson apareceu e salvou o garoto com a ajuda de...
- Joseph March! - Paul interrompe
- Sim, ele me ajudou com a casa para cuidar de Petter, com equipamentos e com esse refúgio secreto, ele é o único não mágico que conhece esse local e sabia dos três, apesar de ser um tanto desligado e deixar escapar as coisas na frente de Paul.

Caramba quanta história, somos manipulados desde pequenos, eu entendo o porquê nada disso foi nos dito antes, precisávamos amadurecer como mágicos foi necessário que nos virassemos sozinhos, só algo me vem a mente agora:

- E o que será do daqui para frente?
- Vocês podem seguir juntos lotando casas de shows, prendendo falsários e afins, ou podem seguir adiante sozinhos, com toda a segurança de estarem na Palma da Magia, vocês decidem.
- Bah! Por mim não há dúvida, tchê - Petter em fim se manifesta - Sigo com vocês até me aposentar!
- Bom eu também, depois que reencontrei Paul, acho que não saberia seguir sozinha

Paul sorri, sei o que pensa, típica frase de um elefantinho de circo, ele se serve de mais uma dose de whisky, abaixa a cabeça e encara o líquido, prenúncio de algo não muito agradável.

- Principe?
- Sim eu sei, Magic eu devo uma resposta. Vocês dois devem se lembrar que eu disse que tinha duas surpresas para vocês, a primeira é a que vocês já perceberam, os responsáveis por tudo que passamos esse ano e a segunda... Bom a segunda é que eu estou me aposentando!
- O QUE???? - Perguntamos todos de modo uníssono e assustados, o que faz Paul sorri
- Sabe eu penso nisso há uns dias, não ando muito afim de ficar viajando, sabem? Depois que vim pra cá, minha terra natal, fixou ainda mais esse desejo de criar raízes de ter família e eu recebi a proposta de ser diretor de marketing da casa de shows Smile For Live e fazer um programa na tua emissora Magic e  pretendo aceitar.

Ficamos sem palavras, nunca que esperávamos por isso, é claro que o desejo é lícito e que quem conhece Paul sabe que isso sempre foi algo importante para ele e sempre foi uma vontade.

- E uma certa amiga minha linda e fofa ainda balança muito esse teu coraçãozinho solitário, estou certa Paul?

Ele responde com um aceno de cabeça, para a sorte dele eu sei que há uma reciprocidade

- É justo a tua vontade Paul, e bom torço para que seja feliz. - Falo me levantando e abraçando ele que sorri - Mas será uma pena perdê-lo nos palcos
- Pretendo fechar esses últimos quatro meses uma turnê como despedida, queria contar com vocês e com vários amigos com quem dividir o palco e já estou trabalhando nisso, quero fechar a turnê contigo meu mestre, topa?

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