Masturbação

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Menton, 2005

Assim que ouvi o barulho da porta se fechando e o motor do carro ligando, corri para cobrir todas as janelas da casa. Voltei para o meu quarto e tranquei a fechadura da minha porta. Deitei na cama aliviada, o clima estava fresco por conta do ar-condicionado que ficava no canto esquerdo, em cima da cama do meu irmão, que obviamente não estava ali. Todos saíram, exceto eu.

Despi minhas roupas, inclusive as de baixo, deitei-me por cima do cobertor aconchegante da minha cama de solteira. Apoiei minha cabeça no travesseiro e controlei a respiração. Calmamente, vedei minhas pálpebras e segurei meu seio nu, vulnerável a qualquer sopro de vento que corria no cômodo.

Concentrei meus pensamentos, regulei minha imaginação. Lentamente, fui imaginando cada objeto do quarto de olhos fechados, a cama em que eu estava, sua dimensão e estrutura, a cama do meu irmão, a escrivaninha que as separavam, o armário ao lado da porta. Tudo. Calibrei ainda mais minha criatividade e pude até mesmo ouvir a maçaneta de metal se curvando para a lateral.

O som da porta se abrindo fazia meu coração acelerar de leve, mas sabia que era um som artificial, que eu mesma estava programando. Assim que a porta se abriu, a figura de Luna adentrou no recinto, usando apenas um pijama com babados de renda floral, com transparência mediana do seio para baixo. O tecido cobria toda sua barriga — que fazia uma curva para dentro a partir dos quadris — e um pouco da sua virilha, que estava despida e depilada.

Estava com tanta saudade dela que meu coração se acalentou ao imaginá-la ali, havia passado pouco tempo desde que ela voltara para sua casa, mas sua ausência já estava acabando comigo.

Ela se aproximou de mim sem falar nada, seus lábios estavam brilhando por conta de um batom gloss rosa escuro que acentuava ainda mais sua boca carnuda. Seu cabelo estava um pouco mais curto, passando sutilmente a altura dos ombros. Fechou a porta atrás dela com um movimento delicado, e caminhou sensualmente a meu encontro.

Agachou-se na altura da cama e veio deslizando como uma leoa para perto de mim, retirou minha mão do meu próprio seio e levantou meus braços, por fim, firmou meus pulsos juntos, segurando-os com força. Seus joelhos batiam um pouco abaixo das minhas costelas, ela me direcionou um olhar vibrante e desceu o rosto bem próximo do meu.

Quando nossos olhos se encontraram, senti minha vagina se lubrificar expelindo uma razoável quantidade de libido. Então a boca de Luna pacientemente foi em direção ao meu pescoço, mordendo-o com cautela enquanto sua respiração quente se sobressaía no meu ouvido. Senti sua língua molhar um pouco minha pele e seus dente acariciarem-na com precisão.

Notei-a se afastando sem fazer estrondo, suas mãos deslizaram do meu pescoço até os meus seios enquanto ela deslocava o corpo para baixo. Percebi seu rosto se abaixando gentilmente de encontro à minha vagina, ela abria minhas pernas de uma forma afável. Sua língua raspava os cantos dos lábios maiores com habilidade descomunal. Suas mãos caminharam pelas minhas coxas — deixando meus pelos do corpo inteiro eriçados — de encontro com minha virilha. Pelo seu toque acanhado era possível entender que estava apenas testando minha elasticidade.

Sua saliva aos poucos ocupou toda a parte dos meus lábios inferiores e deixou uma marca relevante na minha uretra. Luna levantou-se de súbito, ficando de joelhos na cama, esticou dois dedos para perto da minha boca e ficou esperando que eu os chupasse; chupei-os. Ela me encarou mordendo os próprios lábios com força no canto enquanto acariciava meu clitóris e então me penetrou com os dedos.

Gemi.

Não tinha nenhum problema gemer, não havia ninguém em casa, e de alguma forma ela sabia disso. Bem, eu a estava projetando então não era tão absurdo assim. Seus dedos estavam um pouco gelados e o barulho de pele contra pele me excitava ainda mais. Ela usava a mão livre para apertar meu seio e brincar com o bico. Um momento ou outro ela colocava sua mão na minha boca, deixando-me morder seu polegar.

Estava começando a transpirar, meus batimentos aceleravam e a circulação do meu sangue praticamente dobrara a velocidade. Não contive o assanhamento e fiz força com os braços para me manter sentada, segurei suas bochechas com uma mão enquanto ainda mordia seu polegar e por fim agarrei seus seios. Apertei-os com força, queria senti-los, queria saboreá-los, desfiz o fecho de seu lingerie e a ajudei a despir-se por completo também.

Apesar de não serem muito grandes, seus seios eram absurdamente atraentes, pareciam bexigas médias cheias até quase o final, fazia uma pequena curva para baixo e acompanhava o tom de pele do resto do corpo, como se ela se bronzeasse frequentemente. Eles eram durinhos, mas havia uma "pele extra" que os ajudavam a dar uma elasticidade agradável. Chupei seus bicos rosados e molhei meus dedos com minha própria saliva. Abaixei a mão em direção a vagina dela e a masturbei enquanto segurava sua nuca, colocando a boca dela ao lado do meu ouvido. Conforme aumentava a intensidade, maior e mais gostoso o gemido abafado dela ficava, e quanto maior e mais gostoso, mais eu aumentava a intensidade.

Mesmo sem trocar uma palavra sequer sobre isso, colocamos no mesmo instante uma perna por cima da perna da outra, fazendo-nos ficar em uma posição da qual nossas vaginas pudessem se tocar. Ambas estávamos lubrificadas, com uma mistura de libido interno e saliva.

Nos roçamos com veemência e concentração, ela segurava meu cabelo com força e eu segurava o dela. Minha mão direita estava em seu seio esquerdo e vice-versa. Parecia que estávamos entrando em comunhão, nossos músculos se mexiam atentamente, e nossos lábios — os de baixo — obedeciam uma sincronia.

Nossos gemidos vinham num volume semelhante, nossa exaltação aumentou, como se estivéssemos chegando ao topo de uma montanha russa. Houve um momento em que nossos corpos pareciam simplesmente ter parado de responder, apenas começaram a chacoalhar e voltamos a lembrar o como é difícil respirar. Roubei um longo beijo em Luna, ela respondeu à altura. Nos encaramos, nossas pernas estavam apoiadas uma na outra. Um sorriso sigiloso se formou no canto da boca dela. Vi seus lábios se esticando para frente e seu rosto se movendo para frente, senti um toque suave na testa e, por fim, acordei.

Me sentia bem aliviada, meus pulmões ainda estavam se acostumando à aceleração ofegante do meu corpo. Olhei ao redor e Luna não estava ali, tudo que sobrara foi o meu dedo encharcado de uma gosma clara de textura fina descansando na minha virilha.

A Maldição de LunaOnde histórias criam vida. Descubra agora