Black Hair - MarkHyuck ✔️

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Donghyuck passou a mão por seu rosto, na esperança de secar as lágrimas que insistiam em descer. Ele andava pelas ruas completamente sem rumo. Seu corpo doía e sua dignidade tinha ido embora junto com sua autoestima.

Era tudo tão injusto, sabe? Ele nunca fez nada de ruim, ao contrário. Ele sempre estava tentando fazer o bem, para que no futuro, ele só recebesse coisas positivas. Mas infelizmente, não era isso que vinha acontecendo com ele desde a morte de sua mãe.

A vida tem o dom de ferrar com Donghyuck sem ele ter feito absolutamente nada. Ele realmente não fazia nada e mesmo assim, sofria muito. Tudo era realmente injusto de fato.

Ele parou em frente a uma ponte e olhou lá pra baixo. Ele deu um meio sorriso. Seria rápido, fácil e talvez indolor. Era péssimo ter esse tipo de pensamento, sabe? Mas o que ele podia fazer? Todas essas ideias e vontades vinham e iam embora sem ele notar.

Donghyuck se sentou no chão e sua cabeça foi direto na grade que tinha ali. Doía um pouco, mas era melhor do que sentir a dor que ele tinha dentro de si.

- Isso não dói não?

Donghyuck permaneceu na mesma posição.

- Um pouco.

Ele escutou passos atrás de si e se virou. Tinha um estranho lá parado. Ele realmente não o conhecia.

- Então porque você está fazendo? - O estranho se sentou ao lado de Donghyuck e ele voltou pra mesma posição. Não tinha disposição suficiente para encarar alguém.

- A dor na cabeça é menor do que a dor que eu tenho dentro de mim. - Respondeu ele. Donghyuck finalmente resolveu encarar o estranho. Era um homem e devia ter uns vinte e cinco anos ou mais ou menos, era difícil saber. Ele sorria na direção de Hyuck e aquele sorriso lhe era familiar.

- Nossa, que profundo. - O estranho sorriu para si e depois olhou para a frente. - Eu sou o Jaehyun, qual o seu nome?

- Donghyuck. - Respondeu e ele parecia não ter mais vontade de fazer nada. Isso era assustador para uma pessoa de apenas dezenove anos.

- Você parece ser alguém legal.

Donghyuck riu.

- Não concordo, mas no momento eu não estou com disposição para debater. - Falou ele e Jaehyun riu.

- Jaehyun, finalmente eu te achei.

Jaehyun e Donghyuck se viraram e lá estava um cara alto, moreno, magro e segurando três copos de café.

- Oi. - Falou Jaehyun rindo.

- Fala ae, tampinha.

- Você precisa parar com isso. - Repreendeu ele. O estranho começou a rir na direção dos dois e Donghyuck viu o homem ao seu lado estender a mão e receber um dos copos de café. - O que tá fazendo aqui?

Donghyuck encarou Jaehyun, que piscou para si.

- Nada, só fazendo amizades.

Donghyuck riu e abaixou a cabeça.

- Quer um café? - Perguntou o mais alto e Donghyuck o encarou com o cenho franzido em confusão. - Eu to falando com você mesmo.

Donghyuck assentiu, um tanto sem graça e não demorou nada pra ele receber um dos copos de café.

- Eu sou Doyoung, marido do baixinho ao seu lado. - Falou ele e Donghyuck riu ao ver Jaehyun revirar os olhos. - Amor, a gente tem que ir, o Johnny tá esperando a gente e nós temos que comprar outro café pra ele.

Donghyuck olhou pro copo de café que estava em sua mão e em seguida encarou Doyoung, que riu e deu de ombros.

- Não tem problema nenhum. - Donghyuck nem disse nada, mas só pela cara do mais novo, ele percebeu.

- Tudo bem. - Respondeu Jaehyun se levantando e limpando a sujeira da roupa. Ele encara Donghyuck, que já o olhava. - Toma. - Ele tirou um cartão de seu bolso e entregou para o mais novo, que pegou sem entender. - Se quiser conversar ou sair para tomar um café, pode me ligar.

Donghyuck encarou o cartão e em seguida olhou para aqueles dois estranhos que estavam em sua frente.

- Tudo bem. - ele deu um sorrisinho e Jaehyun achou extremamente fofo.

- Vamos. - Doyoung segurou na mão de Jaehyun e riu para Donghyuck. - Tchau Hyuck, espero te ver de novo.

Donghyuck ficou vendo eles irem embora e pela primeira vez em anos, ele se sentiu acolhido.

◌♡◌

Donghyuck pela primeira vez em algum tempo, estava feliz. Seu cabelo estava amarelado e isso era um avanço. Já tinha anos que isso não acontecia. Ele entrou na escola aquela manhã e não queria matar ninguém. Ele só queria ficar na sua, sem ser perturbado.

E ele conseguiu

As primeiras aulas passaram rápido e parecia que tudo ia continuar bem. Ele foi até a cantina, comeu, admirou seu crush supremo de longe, porque chamar pra sair ou fazer qualquer outra coisa, estava fora de questão.

Até porque, Mark Lee parecia ser alguém inalcançável, mas ao mesmo tempo não, era um tanto confuso. O canadense tinha um jeito simples, era simpático, conversava com todo mundo e todos pareciam gostar dele. Porque de fato, ele era legal.

Mas para Donghyuck, ele era alguém que nunca teria, porque não tinha a menor chance de Mark Lee, retribuir seus sentimentos ou qualquer coisa do tipo. E isso era um tanto triste.

Donghyuck deu de ombros e se levantou com a bandeja na mão, assim que sinal tocou. Ele jogou o resto de comida no lixo, colocou a bandeja no lugar certo e saiu do refeitório, indo para sua próxima aula.

O Lee saiu de sua sala todo serelepe. Estava feliz, porque querendo ou não tinha feito novas amizades e ele não sabia como fazer amizades, embora fosse bem sociável às vezes.

Ele passou pelo portão da escola e ao olhar pra frente, ele parou em choque. O cabelo de Donghyuck de amarelado foi pra preto instantaneamente. O Lee sentia a alegria e a felicidade se esvaindo de si, junto com a cor de seu cabelo, que mais uma vez voltou pro preto. Ele suspirou derrotado. Não tinha paz e tranquilidade nem dentro da escola. O que ele tinha feito de tão ruim pra merecer passar por isso?

O que ele estava fazendo ali?

Mark estava ali perto e sentiu um aperto no peito. O que será que estava acontecendo com Donghyuck?