Capítulo 206

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|Narração Paloma|

— Sim! Ele não sabe que eu estou grávida, mas eu sei que se ele souber não vai querer o bebê é muito menos eu. — dei de ombros saindo da maca.
— Você o ama? — perguntou me impedindo de dar um passo a mais, me virei fitando seus olhos claros me olhando atentos.
— Hugo... — li seu nome no jaleco. — Sim, eu amo muito ele. — engoli o choro sabendo o que ele iria me dizer, que eu sou uma burra.
— E esse amor é recíproco? — perguntou desviando seu olhar do meu.
— Não... — abaixei meu olhar e balancei as pernas.
— E compensa você tirar um bebê por causa de um amor não correspondido Paloma? — sua voz era suave, e ele tinha uma doçura no olhar, um homem tranquilo e calmo.
— Eu vou embora, remarco a consulta quando a doutora voltar. — me virei pronta pra sair, mas de novo ele me impediu.
— Acho que ela não volta mais, está presa por causa dos abortos, e eles estão atrás da clínica que ela trabalha. Eu estou correndo o risco, mas tudo pra não morar na rua e passar fome, então eu quero que pensei bem nas consequências dos seus erros, porque eu estou pensando nas minhas. — suspirou pesado e senti que ele não queria fazer isso, e muito menos eu.
Permaneci em silêncio olhando para aquele homem com o olhar triste e caído. Ele era formado mas não deu tanta sorte como muitos outros recém formados que vemos por aí, ele parecia ser humilde e gostar do que fazia, mas por questões de necessidades ele estava aqui, correndo o risco de ser preso.
— Porque você não conta para o cara? Talvez seja o melhor a se fazer, quem sabe ele gosta de você mas não conseguiu enxergar. Homens são burros e lerdos, eu te garanto. — sorriu de canto e me olhou.
— Vou pensar mais alguns dias... Espero que na próxima vez que eu voltar, você não esteja aqui. — deboche rindo.
— Espero que você não volte, e tenha o seu bebê sem depender desse amor... — soltei um longo suspiro e sai dali antes que eu acabasse chorando. Suas palavras mexeram comigo, não posso negar que surgiu uma ponta de dúvida, e se eu contasse pata o Gustavo? E se as coisas pudessem dar certo?

Indecente part. 2 (Continuação)Onde histórias criam vida. Descubra agora