Capítulo 308

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|Narração Agatha|

Ele não entende, ninguém entende. Toda vez que alguém fala de amor, me vem o Eduardo na cabeça, e é como se eu tivesse um remorso grande desse sentimento, e dessa palavra.
Eu não vou mentir, eu gosto muito do Luan, até cogitei estar apaixonada por ele a um tempo atrás. Mas não. Eu não consigo. Só de pensar que eu posso passar por tudo aquilo de novo, noites acordadas, coração dilacerado, lágrimas rolando pelo meu rosto, olhos inchados e sem vontade alguma de viver.
Eu sei, com ele pode ser diferente, mas algo ainda me impede de tentar. Eu me fechei totalmente para o amor, e foi para o meu próprio bem. Nem sempre eu tive todos os caras que eu quis, no Colégio por exemplo os garotos mal olhavam pra mim, eles brincavam comigo como se aquilo fosse a melhor coisa do mundo.
Minhas amigas sempre diziam que eu não acreditava em amor porque eu só tinha conhecido garotos idiotas em minha vida, e eu nunca discordei, porque é a mais pura verdade. Mas com o Eduardo eu realmente acreditei que era amor, eu acreditei que ele me queria, e depois são machucada, essas são as desvantagens de você acreditar em um amor, você sofre.
Eu tenho medo.
Só isso.
Eu só queria que o Luan me entendesse que eu não quero o mal dele, mas eu não posso corresponder ao seu amor, não agora. Aconteceu tanta coisa na minha vida nos últimos meses e ano, que ele era como uma calmaria pra minha mente, e eu jamais quis usá-lo para passar meu tempo.
Arrumei minha mala com o coração em mãos, as legumes molhavam todo o meu colo e eu mal conseguia respirar direito sem suspirar igual uma doida. Sim, eu estava chorando. Eu sei que ninguém merece um amor não correspondido, mas eu não sei mais o que fazer.
Me sentei na cama e fiquei olhando para a parede bege em minha frente, esperando que algo iluminasse minha mente, e que eu pudesse ter argumentos favoráveis que fizessem o Luan entender que eu estava sofrendo com tudo isso, e que eu não queria o mal dele.
— Oi amiga. — falei assim que Paloma me atendeu.
— Aconteceu alguma coisa amiga? — perguntou preocupada, afinal, eram duas horas da manhã.

Indecente part. 2 (Continuação)Onde histórias criam vida. Descubra agora