Adrien se debruçou na sacada e observou o céu, se perguntando como Marinette e Hugo estavam. Pensou em ligar, mas não achou uma boa ideia. O quê ia dizer? Oi, Marinette, liguei pra perguntar se você e meu possível filho estão bem. Era tudo tão complicado. Não via a hora de ver logo aquele resultado do espermograma (francamente, nunca se sentiu tão constrangido), e ter certeza absoluta de que podia ser pai. Se o resultado fosse positivo, então teria certeza, praticamente absoluta, de que Hugo era seu. E isso o arrebentava por dentro... a deixou sozinha com um filho na barriga. A mulher que amava.
Nem ele se perdoava. Era tão egoísta da sua parte, insistir como Adrien. Mas já havia perdido muito na vida, simplesmente não poderia aceitar que acontecesse com ela e com Hugo. Por mais que dessa vez a culpa fosse sua.
— Vai acabar caindo daí — Plagg disse, engolindo um pedaço de queijo. — Você por acaso dormiu? Parece que foi atropelado por um caminhão.
— Você é tão sutil, Plagg — ele murmurou. — Eu quero vê-los. Seria muito estranho bater na porta dela?
— Você não batia na porta dela na adolescência, por que faria isso agora?
Levantou os olhos verdes para fitar o kwami e riu frustrado.
— Ela me odeia como Chat. Provavelmente ia quebrar aquela vassoura na minha cabeça.
— E a culpa disso é sua e desse seu jeito impulsivo — Plagg deu de ombros. — Mas ela não precisa saber que está lá.
Adrien já estava tão sem opções, que não se importou em acatar a ideia do gatinho preto. Mas outra ideia acabou piscando na sua mente, e precisava ao menos tentar, então pegou uma agenda e uma caneta.
[...]
Corria sobre os telhados de maneira ágil, tendo em mente um único lugar: a padaria dos Dupain Cheng.
Assim que se viu diante da construção, olhou pela janela, procurando sinal da sua princesa e do seu pequeno. Sorriu consigo mesmo.
Viu os dois de frente pro computador dela, pareciam estar assistindo alguma coisa , talvez um filme infantil? Suspirou pesadamente.Daria qualquer coisa para estar lá com eles. Tinha perdido tanto tempo.
Percebeu o menino rir e apontar algo, recebendo um beijo na bochecha. Lembrou-se de Emilie instantaneamente. Sua mãe saberia ajudá-lo? Primeiramente, talvez ele jamais estaria nessa situação se ela não tivesse partido. Não teria sido Chat Noir, e não teria conhecido Marinette.
Pegou o envelope no bolso e o olhou. Precisava de uma segunda chance. Precisava falar com ela pra tentar se explicar... explicar algo sem explicação. Caralho, precisava muito tentar de novo.Abriu silenciosamente o alçapão e deixou a carta cair na sua cama. Esperava que ela ao menos pensasse em aceitar o que pedia. Sob qualquer condição que ela pudesse impor.
“Sei que provavelmente você vai rasgar e queimar isso assim que ler, ou talvez tenha pensando em fazer isso quando percebeu quem é.
Eu sinto muito pela outra noite, Princesa. De verdade.
Você não tem culpa da minha própria frustração. Eu só peço uma oportunidade pra tentar explicar meu comportamento. Explicar tudo par você. E pode ser do seu jeito e nas suas condições.
Se aceitar, por favor, amarre uma fita cor de rosa na sua sacada. Eu prometo não te incomodar mais depois disso.”
Marinette leu e releu aquela carta, se perguntando pra quê diabos ele queria falar com ela, mas não pensou muito no assunto porque precisava dormir. Tinha muito trabalho naquela semana, e certamente precisava do máximo de descanso possível. Chat Noir há muito tempo havia deixado de ser seu assunto principal.
[...]
Na data que o resultado saia na internet, a primeira coisa que Adrien fez ao ligar o computador foi checar o site e... merda, devia ter algum encosto pessoal, porque aquilo não era possível! O resultado daquela droga deveria ser positivo ou negativo, assim, para pessoas lerdas como ele... Mas ele não era um completo tapado, a questão é que o resultado não estava dentro do considerado normal, dos valores de referência. Tinha alteração, ele só não sabia se isso chegava à infertilidade. Mas que inferno, teria que voltar no retorno! Pelo menos aquela consulta tinha tido uma vantagem, coletar a amostra sozinho numa saleta foi muito menos embaraçoso do que acharia antes.
— Sr. Dupuy... Você é azarado, não é? — Aaaah tá, agora conte algo que eu não sei. Ou melhor, me diga logo o que significa essa porra, certo?
— Mas o resultado, significa infertilidade ou não?
— É isso que quero dizer, o ideal seria que o senhor conseguisse para de fumar e beber e coletasse uma nova amostra daqui algum tempo. Com esse exame de agora posso lhe dizer que você está no pior dos mundos. Se não utilizar um método contraceptivo, sim, sua parceira pode ficar grávida. Porém se você quiser filhos poderá demorar para conseguir e talvez não consiga sem inseminação. Não é possível afirmar com esse exame, que não seja possível uma gravidez pelo método natural.
— Mas seu eu não fumasse...
— É especulação, mas os parâmetros da amostra poderiam ser, sim, melhores. O que eu posso recomentar é, se não deseja filhos, faça uma vasectomia. Se quiser e estiver tentando, pare de fumar e tente por seis meses a um ano. Se quiser posso deixar uma guia com você para repetir o exame em um mês...
Mas Adrien não precisava disso, para ele só a possibilidade era o suficiente. Queria a Mari, ansiava que ela e Hugo fossem sua família de qualquer forma. E só estava indo aos poucos por ter medo de tomar um fora. Numa coisa o médico estava certo... vivia no pior dos mundos, um que ele mesmo criou..
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𝔸𝕝𝕝 𝕄𝕪 𝕃𝕠𝕧𝕖
FanficMarinette não estava preparada pra passar por aquilo sozinha. Nunca esteve nos seus planos. Mas Hugo se tornou seu tesouro mais precioso, e ela faria qualquer coisa pra proteger o seu bebê. ℳℒℬ•ᗅႮ ℳᗅℛⅈℂℍᗅᝨ ᗅⅅℛⅈℕℰᝨᝨℰ