αℓℓ σƒ ɱε - The End

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What would I do without your smart mouth
Drawing me in, and you kicking me out
Got my head spinning, no kidding, I can’t pin you down
What’s going on in that beautiful mind?
I’m on your magical mystery ride
And I’m so dizzy, don’t know what hit me, but I’ll be alright


O prazo de dois meses já tinha passado. Marinette estava muito menos ansiosa com a situação toda, passear aos finais de semana foi bom demais. Era como reviver os momentos iniciais sem preocupações. Adrien se perguntava se deveria tocar no assunto da clinica de fertilização, mas acabou decidindo que caso Marinette voltasse a se estressar ou quanto fosse o tempo dela, voltariam a falar sobre as possibilidades.

Outra coisa que tinha mudado é que Adrien sugeriu a ela que voltasse a patrulhar Paris como Ladybug enquanto ele ficava com Hugo alguns dias. Ela argumentou que tinha perdido o jeito que a cidade poderia se perguntar por que ela apareceu novamente. Mas Adrien apenas disse que não precisava se mostrar, podia sair tarde e passar em alguns bairros, dar uma parada na Torre e voltar para casa. E Marinette só se deu conta de quanta falta tinha sentido disso na primeira noite! O vento no rosto, a força e a velocidade... Como pode viver tanto tempo sem aquilo? Da Torre ela via Paris iluminada, realmente, nos últimos meses tinha se focado tanto em uma única coisa que curtiu menos os demais momentos.

Quando voltou para casa Adrien estava no quarto de Hugo terminando de contra a história de como Perseu havia enganado e matado a Medusa. Ela parou ao lado da porta ouvindo um pouco da narrativa sem atrapalhar os dois. Adrien não lia apenas livros de histórias infantis, ele tinha uma coleção de livros de lendas de outros países e lia muitas coisas diferentes para Hugo. Às vezes ela se preocupava com o conteúdo sanguinário das histórias, mas o próprio Hugo era agressivo em alguns momentos, ela se admirava de como as brincadeiras de um menino podiam ser violentas, seria só por causa dos jogos? Era cada explosão de nave e acidente de carrinhos que ele simulava com os brinquedos! Mas como com as outras crianças ele não tinha problemas, ela aceitava aquilo como sendo normal para a idade.

***

Era uma quinta feira, Adrien estava um pouco irritado com um erro de agenda que tinha acontecido na Gabriel fazendo com que um desfile tivesse que ser reagendado para uma data seguinte. Quando chegaram em casa ele quis um tempo e saiu como Chat Noir para patrulhar. Depois de evitar um acidente entre uma moto e um carro em um cruzamento em um dos bairros periféricos de Paris ele decidiu voltar para casa.

Quando chegou Marinette estava preparando alguma coisa para o jantar, parecia espaguete à carbonara e Hugo estava jogando videogame.

– Você já terminou as tarefas da escola, Hugo?

– Já, caso contrário a mamãe não me deixaria jogar. – Adrien olhou na direção da Marinette que assentiu. Há alguns dias o Hugo tinha esquecido alguma tarefa escolar por preguiça ou falta de prioridade e por isso eles estavam perguntando sobre a lição de casa com maior frequência.

– Então posso jogar também? Duplas?

– Ah! Você não pode terminar o jantar? Assim a mamãe joga comigo, ela joga melhor!

Marinette riu e Adrien fez uma careta antes de continuar falando.

– Mas ontem vocês jogaram e eu nem jogo tão mal assim! – Hugo mostrou a língua para Adrien em brincadeira encerrando aquele jogo e entregando o segundo controle a ele.

Alguns instantes depois o espaguete ficou pronto e eles jantaram de sobremesa comeram um pedaço de Tarte Tatin da padaria dos pais da Mari e quando Adrien estava tirando os pratos da mesa Mari pediu ao Hugo.

– Por que não vai buscar o presente que falei para abrir com seu pai mais cedo? – Adrien ficou confuso, presente? Tinha perdido alguma data especial? Mas não fazia sentido aquele mês não tinha nenhuma data especial... Hugo correu para o quarto.

– Eu esqueci de alguma coisa, Mari? – Ela só deu um sorriso e balançou a cabeça. E Hugo voltou com uma caixa embrulhada, mais ou menos do tamanho de uma caixa de sapatos.

Adrien começou a abrir descobrindo um jogo de PS4 (Guardiões das Galáxias) um bilhete e outra caixa embrulhada. “Espero que você jogue muitos e muitos jogos conosco, nós amamos você!” Hugo estava feliz com a caixa do jogo na mão e curioso com o que mais o pai iria ganhar.

Adrien abriu a segunda caixa dentro tinha um croqui dobrado com vários modelos de roupas infantis e um pen drive colado com fita adesiva e no verso do croqui estava escrito. “Sem a Gabriel a Cheng nunca teria saído do papel e não tenho ideia o que seria do nosso futuro...”

E mais uma caixa menor, com três macarons, um bilhete “Só com você eu posso dividir tudo que temos, desde as tarefas mais simples como assar macarons, até as mais complicadas e secretas!” Com um desenho de um gatinho e uma bolinha vermelha com cinco pintinhas pretas. Hugo já estava com um dos macarrons na mão, Adrien pegou outro e Marinette se aproximou pegando o terceiro para si.

Adrien abriu a última caixinha e nela havia um par de sapatinhos de pano muito pequenos e nenhum bilhete. Ele tirou os sapatinhos da caixa e olhou para ela meio sem entender exatamente. Isso era algum tipo de resposta ou dica sobre a clínica de fertilização? Mas então Hugo olhou para os sapatinhos na mão do pai e olhou para a cara da Marinette.

– Caramba, mãe! Eu vou ter um irmãzinho?!

E só então Adrien viu a fita do teste de farmácia protegida dentro de um envelope plástico no fundo da caixinha com duas linhas rosinhas... Era sério?! Mas como?! Eles tinham tentado tanto! No instante seguinte ele queria perguntar se era verdade, mas as palavras simplesmente tinham sumido e os olhos ardiam com alguma emoção que ele nem ao menos sabia direito o que era. Eles iam ter outro bebê?! Ele realmente já tinha desistido! As bochechas já estavam molhadas e Hugo agora não estava entendendo nada. E finalmente ele achou as palavras outra vez!

– Você está... Está mesmo grávida?! – Marinette assentiu, mas ela mesma já tinha esfregado sob um dos olhos com as costas da mão. Adrien levantou do sofá indo a sua direção abraçando e levantando do chão deu um rodopio na sala com ela em seus braços. Era tanta felicidade que o coração parecia que ia explodir dentro do peito!

𝔸𝕝𝕝 𝕄𝕪 𝕃𝕠𝕧𝕖Onde histórias criam vida. Descubra agora