αƶƭεcα

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Assim que Adrien chegou em casa, foi direto tomar um banho. Aquela conversa com Gabriel fora tão estranha.
De onde ele tirou Emma? Ele conhecia Hugo? Marinette o visitou?
Tomou um banho demorado, ainda tentando entender o que ele queria dizer com a alma da mãe estar presa no Miraculous do pavão. Aquilo era possível?

Enquanto se secava, ouviu o celular tocar em cima da cama e o pegou, sorrindo ao ver quem era.

— Oi, Mari.

— Oi. Eu liguei pra saber como você está. Ocorreu tudo bem? — a voz dela era suave e preocupada.

O Agreste mordeu o lado interno da bochecha, pegando sua troca de roupas.

— Foi estranho, no mínimo — disse, se vestindo. — Ele ficou tão feliz com o giz de cera, me abraçou chorando. Eu não sabia como reagir. Nunca tinha visto ele assim.

— Espero que ele possa se recuperar um dia — Marinette disse.

— Depois de seis anos assim? Não sei, Mari. Às vezes ele parecia lúcido e atento. Em outros momentos ele não falava coisa com coisa. Ele chegou a mandar alguns esboços pra Nathalie. Mesmo feitos com giz, ele não perdeu a mão pro desenho.

— Quando a inspiração vem, qualquer coisa serve, Adrien. Um carvão, um giz, caneta. Não ficam perfeitos, mas dá pra expressar bem.

— Imagino que seja assim, infelizmente eu não tenho esse dom — sorriu, ao ouvir a risada dela. — E Hugo?

— Lá embaixo com meu pai. Eles inventaram de fazer cookies. Estou prevendo uma grande bagunça e incontáveis minutos de banho.

Adrien suspirou com certo pesar. Gostaria de estar lá com eles. Sentir o calor da família que era sua. Se sentia tão vazio e sozinho.

— Adrien? Está aí ainda?

— Sim! Estou sim. Desculpa, eu estava divagando.

— Quer me contar? — ela perguntou, e pode ouvir o som de algo cair. — Droga!

— O quê foi?

— Huh, nada, só estava procurando uma coisa, mas já achei.

— Ok — ele riu. — Eu estava pensando em te convidar pra jantar comigo.

Ficou aflito. Corria risco de perder a amizade dela, mas... cacete, ela mesmo havia tomado a iniciativa do beijo. Isso significava interesse da sua parte, não é? Gostou tanto da sensação de ter novamente suas bocas unidas. Sentiu tanta falta! Obviamente tinha medo que ela acabasse o reconhecendo como Chat, mas não conseguia mais se manter longe.

Sua linha de pensamento foi interrompida ao ouvir Marinette rir divertida do outro lado.

— Está me chamando para sair, Sr. Agreste?

— É o que parece.

— E se eu aceitar? — ele podia apostar que ela estava sorrindo.

— Então eu ficaria muito feliz, Srta. Cheng. Adoro sua companhia. Quero passar um tempo com você, sem ser na Gabriel.

— Quando?

— Você...

— Eu aceito, Adrien. Só me dizer o dia.

— Amanhã? Te busco às oito, que tal?

— Estarei te esperando.

[...]

Marinette se olhou no espelho, logo depois de fechar o vestido azul escuro. Confessava: estava um pouco nervosa. Adrien foi o cara por quem suspirou durante quase toda a adolescência, e agora voltava a nutrir sentimentos por ele. Céus, ainda não sabia de onde havia tirado coragem para beijá-lo, mas simplesmente não conseguia se arrepender daquilo. Adorou a língua dele contra a sua.
Mordeu os lábios, colocando os sapatos de salto. Se sentia culpada de deixar Hugo com seus pais, mas Sabine quase a obrigou a ir tomar banho, quando se viu prestes a desmarcar.

𝔸𝕝𝕝 𝕄𝕪 𝕃𝕠𝕧𝕖Onde histórias criam vida. Descubra agora