σ φµε ƒαƶεɾ, αɠσɾα?

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Marinette fechou os olhos imediatamente. Que porra Chat estava fazendo?! Ela acabou de dizer que estava comprometida, o que pretendia fazendo aquilo?!

— Mari, abra os olhos.

— Não! — ela disse, tentando conter a voz. — Eu não quero... não posso! Chat, eu...

Ele a abraçou, acariciando suas costas.

— É importante, Princesa, por favor.

Hesitou. Era um caminho sem volta. Mas pelo menos teria alguém para apresentar a Hugo, poderia finalmente dar um nome aos pais. Abriu os olhos, e o que viu a fez se afastar bruscamente. Adrien abaixou a cabeça.
Agora sim. Agora havia perdido tudo.

— A-Adrien...

— Perdão, princesa — ele disse.

Plagg se afastou um pouco, dando privacidade aos dois, sem ser percebido, mas ainda assim podendo ouvir.

— Eu não acredito — ela murmurou. — Você... vocês...

— Eu pensava que estava fazendo o certo, Marinette. Quando Hawk Moth finalmente foi parado, eu imaginei que pudesse voltar pra você e revelar minha identidade. Quantas vezes eu não quis me transformar e vir até sua sacada... — ele nem notou as lágrimas escorrerem. — Mas então a mídia, os investigadores. Eles caíram em cima de mim como abutres. E eu jamais poderia te levar pro meu mundo. Era um inferno. Você não merecia. E eu não podia acreditar que meu pai... ele mantinha o corpo dela no subsolo!

Marinette ainda estava processando que o homem na sua frente era o pai do seu filho. E também era o seu noivo. Se encolheu contra a parede, confusa. Não sabia como reagir.

— Mari... — ele tentou se aproximar, mas Marinette o parou com um movimento da mão.

— Não se aproxime — ela pediu, num fio de voz. — Por favor.

Adrien assentiu.

— Me perdoe. Eu sei que fui um imbecil. Mas eu te amo, princesa. Eu te amo muito. Eu quero compensar todos esses seis anos que estive fora. Eu quero reparar meu erro.

Havia tanto arrependimento, tanta dor, que Marinette não poderia nem pensar que ele estava mentindo. Mas não era isso que a atordoava. E sim o fato de nunca ter percebido. Ou nunca ter tido vontade de perceber. Sua cabeça girava.

— Marinette! — Adrien a segurou antes que caísse.

Ele se sentou, a envolvendo com os braços, ali no seu colo, como faziam no começo. E com a cabeça dela apoiada no seu peito, deixou que assimilasse toda a informação. Perdeu a noção do tempo que ficaram ali, em silêncio. Um silêncio carregado, mas não chegava a ser desconfortável. Acariciava os cabelos de Marinette com as pontas dos dedos, e sentiu quando ela apertou sua mão livre, suspirando.

— No fim você tinha mesmo um bom motivo pra me deixar pra trás — falou ela, baixinho. — Eu entendo seus motivos, Adrien. Eu nunca poderia te culpar. Você foi tão vítima quanto eu.

— Mesmo de ter me aproximado como Adrien? Por ter feito você se apaixonar novamente por mim?

Sentiu ela sorrir.

— Foram os melhores meses da minha vida, Adrien. Assim como nosso tempo da adolescência. — ela fez uma pausa e se afastou para olhar nos seus olhos. — Eu estou confusa, e não vou dizer que vai ser fácil explicar que você é o pai do meu filho, mas eu não quero acabar com o que temos. Eu voltei a amar Adrien Agreste, e é com ele que vou me casar. E se vocês são a mesma pessoa isso diminui um pouco os meus problemas. Eu não preciso pedir pra Chat Noir se afastar.

— Então você não vai me expulsar a vassouradas e nem jogar o anel na minha cara? — perguntou, hesitante.

— Confesso que senti vontade. E, provavelmente, faria isso se tivesse se revelado antes de se explicar. — ela negou com a cabeça. — Mas, eu também tenho que te contar uma coisa.

Adrien levantou seu rosto e olhou nos seus olhos.

— E o que seria?

— Eu... eu sou a Ladybug. Ou, pelo menos era.

Adrien ficou olhando pra ela, sem dizer nada.

— Você é a Ladybug? — ele piscou, assimilando. — Esse tempo todo, My Lady e minha princesa eram as mesmas pessoas...

Marinette mordeu os lábios, encolhendo os ombros.

— Sim — murmurou. — Eu não era a garota que você idealizou, mas...

Agreste se inclinou para frente e a beijou, impedindo que dissesse mais alguma coisa, depois a soltou.

— Eu estou surpreso. Não posso negar isso. Mas não existe ninguém melhor pra ser a Ladybug do que você, Marinette. — ele segurou sua mão esquerda, unindo seus dedos e evidenciando o anel de noivado. — Desde que te conheci, não houve um único dia em que eu não ficasse mais surpreso com sua gentileza, com sua fibra e força de vontade. E você sempre foi corajosa, com um grande senso de justiça... Me sinto um idiota por não ter percebido antes, sabe. Bem burro mesmo.

Eles riram.
Adrien a puxou pro seu peito novamente.
As cartas estavam sobre a mesa, tudo esclarecido. Não havia mais nada a ser dito, a não ser aquilo que Gabriel disse... Mas não ia importunar sua princesa com esse assunto agora. Não quando finalmente podia abraçá-la e beijá-la sem se sentir culpado e com peso na consciência.

Iniciaram mais um beijo, que foi desfeito em seguida quando ouviram um barulho no alçapão.

— Mamãe? Você está aí em cima? — era Hugo, que parecia bater alguma coisa ali. Uma vassoura, talvez? — Eu ouvi vozes, tá falando com quem?

Eles se olharam.
O que fazer, agora?

𝔸𝕝𝕝 𝕄𝕪 𝕃𝕠𝕧𝕖Onde histórias criam vida. Descubra agora