α ƒเƭα ɳα รαcα∂α

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I need another story
Something to get off my chest
My life gets kind of boring
Need something that I can confess

Till all my sleeves are stained red
From all the truth that I've said

Música: Secrets - OneRepublic

Fazia cerca de três semanas que Adrien tinha feito o pedido e Marinette aceitou. E ele já considerava seriamente esquecer que um dia foi Chat Noir. Ser herói em Paris tinha lhe dado liberdade quando era a única coisa que não poderia ter, mas agora? Agora Chat Noir era a principal informação do seu passado que poderia fazer com que perdesse Marinette e Hugo...

Mas ele ainda saia à noite, não tinha nada para fazer quando estava sozinho e sempre verificava a sacada dela procurando pela fita. Tinha pedido a oportunidade de se explicar, se ela concedesse o mínimo que poderia fazer era dizer a ela por que havia feito as coisas daquela maneira. Era direito dela de saber ao menos.

E a fita rosa estava lá, atada a grade em lugar bem visível. Droga! Justo agora? O que ela poderia querer ouvir de Chat Noir, depois de ter aceitado casar com Adrien? Por que nesse momento, Princesa? Em movimentos rápidos ele se aproximou da casa olhando pela janela. Hugo dormia e Marinette costurava algo. Desceu na sacada com cuidado para não fazer barulho e bateu de leve o bastão no chão para avisá-la que estava ali. Encostou-se à grade de costas olhando para o alçapão esperando que se abrisse.

— Chat Noir, você veio! — A surpresa dela tinha razão de ser, mesmo ele tendo pedido para que a ouvisse, tinha sido ele a sumir por seis anos...

— Vim, você tão graciosamente me concedeu seu tempo, seria muito descaso lhe pedir a oportunidade e não responder nesse momento. — Ele se aproximou e pegou sua mão beijando o dorso, em um galanteio como faria em uma situação comum. Mas prestou atenção de pegar a esquerda para não ver o anel de noivado que sabia que deveria estar usando. E voltou a se afastar depois.

— Mesmo? Sabe quantas vezes eu abri aquele alçapão e vim nessa sacada a sua procura, antes que você resolvesse dar o ar da sua graça na última vez?! Eu passei por tudo, sozinha, Chat! Você me deixou ser julgada por todos, eu confiei em você e quando eu mais precisei... — E aquilo doía nele também, porque ele nunca realmente quis que ela passasse por algo assim.

— Eu sinto muito, Princesa... Você não faz ideia quanto! Mas você amarrou essa fita por que lhe pedi que me deixasse explicar. Na última vez que eu estive aqui, as coisas que eu falei, a forma como me comportei... Eu tinha certeza que o Hugo não era meu. Quando eu sumi, achei que você tinha procurado calor nos braços de outra pessoa. Eu morri de ciúme, mesmo sabendo que tinha sido eu a me afastar.

— De quem poderia ser Chat?! É bom saber que você me tinha em tão alta conta para ficar com o primeiro que aparecesse! Então, naquela noite, você veio aqui apenas para mais? Esperando que eu quisesse foder com você outra vez, pelos velhos tempos?

— Eu queria você outra vez Princesa, estava cego de tanto desejo! Mesmo achando que o Hugo não era meu, eu não me importava na minha cabeça, você não estava com o pai dele, eu tinha uma chance. Quando eu sumi, por problemas pessoais não sabia sobre ele. Eu achava que não pudesse ter filhos.

— Realmente! Eu também! Eu também achava que com dezoito eu não pudesse ter um filho! Que nunca iria acontecer comigo! Nós transamos algumas vezes sem camisinha, Chat!

— Não, Princesa, sem ironia. Eu achava... Eu achava que era incapaz de ter filhos, por uma doença que tive na adolescência. Na época nós usávamos preservativos por que eu não queria nem pensar em falar a você sobre isso. Porque esterilidade é muito associada à impotência e no fundo, eu era só um adolescente retardado e inexperiente.

— Conta outra, Chat! Eu era inexperiente, você foi meu primeiro namorado! Vai saber com quantas garotas você transou antes de mim, vai saber por quantos telhados você andou antes do meu!

Chat Noir virou de costas para ela e se apoiou na grande olhando para a Torre no horizonte.

— Ah, Mari... — Disse balançando a cabeça. — Se nem a Ladybug acreditaria em mim, quem poderia, né? Eu nunca quis ninguém antes de você, não que não tivesse tido uma ou outra oportunidade na minha vida civil. — As incontáveis vezes que Lila tinha tentado alguma coisa... Mas ela era tão falsa e mentirosa! Ele voltou a olha-la de frente antes de continuar a falar.

— Eu era um cabaço, idiota eu deixei que você acreditasse em qualquer coisa que tinha fantasiado a meu respeito porque achei que se sentiria mais segura, se eu fosse experiente. E depois que passei aqui no dia que você me expulsou eu fui, finalmente, eu fui num médico, e colhi o exame para comprovar o que você já sabia.

— E descobriu que sua doença na adolescência não foi nada... Quantas vezes depois você esqueceu um preservativo pensando que não pudesse ter? O Hugo foi o primeiro que você descobriu?

— E eu sempre usei preservativo depois, existem DSTs, sabia? E continuei não tendo a segurança de chegar em uma mulher e falar algo como “Ei, vamos fazer sem, eu sou estéril, não pega nada.” Eu não tive nem coragem de falar para você... E meu exame não deu normal. O Hugo... O Hugo em si foi ao mesmo tempo muito azar e muita sorte, seu eu quiser mais filhos meus, talvez precise recorrer à inseminação artificial.

Marinette sentiu-se aflita pela primeira vez. Talvez Chat não estivesse ali por causa dela nesse momento, mas por causa do Hugo! E se tudo que ele tinha dito fosse verdade! Mas... por que ele mentiria agora? Caramba! Quando ela amarrou a fita só queria ouvir qualquer explicação que pudesse dar, dizer que amava outra pessoa e pedir que não viesse mais. Só... Conversar com ele pela última vez de forma civilizada. Mas se o Hugo tivesse se tornado tão importante para ele!.. Chat Noir apenas a observava em silêncio, agora que tinha explicado e pensava em ir embora, porém, ela tinha o direito de saber mais, o direito de saber tudo.

— Você ainda me odeia, Princesa?

— Não eu... Aquele dia eu estava furiosa. Eu não poderia odiar você, é o pai do Hugo e ele foi feito com muito amor... Eu só... Eu só não estou mais livre, Chat. Agora eu amo outro homem e ele está sendo incrível com o Hugo, o pai que ele nunca teve perto. — Chat Noir se aproximou dela impedindo que continuasse a falar colocando o indicador sobre seus lábios. Não queria que falasse a ele sobre Adrien ou não teria coragem para fazer o que precisava.

— Guardar garras.

Podem surtar mais um pouquinho, além do Oblivion hoje.

Haha, talvez a continuação saia hj. Bisous :3

𝔸𝕝𝕝 𝕄𝕪 𝕃𝕠𝕧𝕖Onde histórias criam vida. Descubra agora