Possession

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Detroit, Michigan.

POINT OF VIEW JULIETA SMITH

— So baby pull me closer in the backseat of your Rover. That I know you can't afford. Bite that tattoo on your shou...

— JULIETA ANGELINE SMITH, VOCÊ TEM DOIS MINUTOS PARA LEVANTAR DESSA CAMA! – Senti minha coberta sendo puxada.

Pulei na cama de susto, ouvindo a batida agitada de Closer, eu ofegava. Encarei minha mãe, que franzia o cenho revelando suas rugas em forma de impaciência. Procurei pelo meu fone, notando que apenas um estava ainda em meu ouvido enquanto o outro, eu tenha arrancado no meio da noite e dormido sobre ele.

— Acabou as férias, meu amor.

— Eu sei mãe, já desço. – Ela tenta ajeitar meus cabelos úmidos e beija minha bochecha.

Levantei da cama e separei uma roupa simples. Calça jeans clara, regata branca e por cima uma blusa social fina com estampa camuflada do exército que ficou larga demais por ser de Dylan, mas dane-se, ficava bem melhor em mim. Abri a porta e entrei no banheiro em frente, tomei um banho rápido e voltei para o quarto, tratei de me vestir e quase me esquecia de por as botas de couro. Apenas sequei meus cabelos castanhos e fiz uma maquiagem leve, para disfarçar as olheiras das noites em claro falando no Facetime com Logan.

Desci rápido a tempo de pegar uma torrada, com a mochila na mão e correr para pegar o escolar. Minha mãe era enfermeira no Henry Ford Hospital iria fazer 10 anos, é encantador o modo como ela é paciente e atenciosa com todas. Pode se dizer que minha mãe é a minha inspiração. Meu pai morreu quando eu fiz 12 anos, em um acidente de carro. Não temos contato com a sua família desde então, já que minha avó nunca aceitou minha mãe Lucy.

Sentei na janela e virei para trás procurando Logan ou Dylan, mas ambos estavam ocupados de mais paquerando as gêmeas Owen. Revirei os olhos e procurei meu celular na mochila, até lembrar que esqueci na cama.

— Merda! Hoje não é mesmo o dia, só pode ser carma, isso sim. – Resmunguei sozinha.

Fui a primeira a descer e esperei pelos dois que chegaram sorrindo como se o mundo fosse um morango.

— Que cara é essa?

— Que cara? – Devolvi a pergunta de Logan.

— De quem comeu e não gostou.

— Desculpa, eu só tenho essa diferente das Owen.

— Wow, pesado. – Dylan passou seu braço pelos meus ombros.

— Sendo o aleatório, vamos à festa hoje? – Logan sorriu animado, andando de costas para a escola.

— Em plena segunda feira, sério isso?

— Deixa de ser chata, Julieta.

— Estou sendo sensata.

— Blá blá blá!

— Eu topo. – Dylan fez toque com o irmão. Senti aqueles olhos azuis me encarando de maneira charmosa, como o do gato de botas, a diferença é que são dois pares.

— Não sei como a tia Diana deixa vocês saírem quando bem querem.

— Temos 18 anos, somos filhos ótimos, dedicados e lindos, preciso de mais argumento? – Revirei os olhos. — E para melhorar, agora sou um senior.

— Oh, gênio todo poderoso, eu também sou.

— Detalhe, detalhe... – Bufou.

— O que tem agora, Jay? – Dylan perguntou sem me encarar.

Abstinence | CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora