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Detroit, Michigan.

POINT OF VIEW JULIETA SMITH

Passei a língua entre os lábios, sentindo minha boca seca e começo a tossir, fazendo com que uma dor se iniciasse na lateral do meu corpo. Abro meus olhos, tendo que os fechar novamente por conta da claridade.

— Julieta?

Pisco consecutivamente, até me acostumar o suficiente com a luz e vejo Justin me encarando, seus olhos fundos e o semblante preocupado. Abri um sorriso, percebendo que ainda estava fortemente afetada pelo analgésico. Aperto sua mão, usando meus cotovelos para me apoiar e arfo.

— Não faça esforço. Deixe-me te ajudar. – Ajustou o travesseiro para que eu sentasse confortavelmente.

— Água. – Pegou o copo, enchendo e segurando enquanto aproximava da minha boca. Tomei uma grande quantidade, agradecendo em seguida. Encarei meu braço, vendo que estava coberto por uma faixa. Franzi o cenho, não me recordando do que havia acontecido. — O que aconteceu?

— Não se lembra?

— Vagamente. – Minha voz saiu rouca.

— Fomos atacados no bar do Luke e você decidiu bancar a heroína, matou alguns homens e quando se virou, outro atirou em você. – Sua voz saiu em um rosnado. — Eu disse para ficar atrás do balcão e você não me ouviu!

— Eu levei um tiro? – O sorriso se formou em meus lábios e comecei a rir, ignorando a dor que causara. — Isso é demais!

— Você é louca? Se você não tivesse se virado ou eu ter gritado, provavelmente acertaria suas costas e talvez você morresse ou nunca mais pudesse andar. – Seu tom era sério e reprimi a risada.

— Entendo, mas não acertou. Até que não dói tanto. – Tentei afastar a faixa, olhando o ferimento. Justin bufou estressado, sentando-se na cama. Havia uma cicatriz, grande e que ainda estava crua, mostrando duramente os pontos e suas linhas. Cobri novamente, olhando Justin agitado, irritado, querendo explodir. Segurei suas mãos, apertando. — Eu estou bem, entenda isso.

— Não, eu não entendo. – Balançou a cabeça. — Você poderia ter morrido. E como eu ficaria, Julieta?

— Então seguiria sua vida normal.

— Não, sabemos que não. Eu te amo, Julieta. E se eu te perdesse, jamais conseguiria continuar a minha vida normalmente. Nada fez sentido para mim, além de Tristan, quando você foi presa. A minha única motivação era te tirar de lá e eu consegui. Porém não posso trazer você de volta a vida. – Assinto e arrasto-me para perto dele, deitando a cabeça em seu ombro. — Nunca mais deixarei você fazer isso. Pode ficar brava comigo ou gritar, mas isso não irá mudar essa decisão.

— Tudo bem.

— Tudo bem? – Franziu o cenho. — Sem reclamações? Briga?

— É, tudo bem. – Sorri.

— Mesmo?

— Claro! Eu fiz aquilo por que queria te proteger, assim como você faz comigo e consegui, eu aguento as consequências que for ao seu lado, Justin. Deveria já saber. – Uma risada contagiante escapou de sua boca, ele abaixou a cabeça e aquela havia sido uma cena que eu jamais queria escapar, passou a língua entre os lábios e me encarou. — O que é tão engraçado?

— Você não é desse mundo, Julieta Smith.

— Eu sei. – Dei de ombros. — Quanto tempo eu estou dormindo?

— Cerca de dois dias e meio. Você foi fortemente sedada.

— E posso ir embora?

— Vou falar com o seu médico. – Assenti e ele depositou um beijo no topo da minha cabeça, saindo do quarto. A porta se abriu e Blair entrou, carregando flores de muitas cores enquanto Austin segurava balões, Chris chegou atrás dela com um sorriso.

Abstinence | CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora