Eternity

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Detroit, Michigan.

Dois meses depois…

POINT OF VIEW JULIETA SMITH

100, 200, 300, 350, 400, 570...

As notas verdes trocavam de lugar rapidamente, tão rápido que era difícil identificar o seu símbolo. O valor delas era sussurros em meus lábios. Juntei todas elas, endireitando-as e sorri para Luke, recebendo meu salário, que era torno de dois mil dólares por mês.

— Tudo certo? – Assinto. — Preciso de um favor seu.

— Diga. – Guardei o dinheiro em minha carteira.

— Hoje o bar não abrirá, preciso que venha comigo para uma das boates. – Arqueei a sobrancelha.

— Achei que já tivesse garçonetes o suficiente.

— E tem. Ultimamente muitos homens estão forçando as meninas ou sendo brutos. Você será a segurança delas. – Parei para absorver suas palavras, antes de rir.

— Como?

— Isso mesmo, segurança. Por uma noite, acompanhará elas desde que estiverem se arrumando até durante a festa, se tiverem problemas ou algo assim. – Explicou. — Você é uma ótima lutadora, sabe se defender e percebi isso durante esses meses. Os homens te respeitam depois que mostrou o que sabe fazer.

— Entendo.

— Muitas delas são novas no ramo, eles tentam se aproveitar da situação.

— Homens... – Revirei os olhos.

— Exato. Não poderei ficar hoje, preciso cuidar de Heather.

— Posso fazer isso. – Sorrio.

Despedi-me de Luke e entrei em meu carro, apenas jantei algo antes de ir para a sua boate e estacionei o carro, eu vestia uma regata branca, calça escura e meu coturno. Alguns dos seus homens me cumprimentaram, outros nem fizeram questão. Eu conhecia bem aquela casa noturna, entrei no corredor, abrindo uma porta e encontrando as meninas se arrumando. Eu conhecia algumas, outras nunca tinha visto.

— Ora, ora... Se não é a primeira dama! – Stefanie se levantou e sorriu, me abraçando e retribui.

— Quanto tempo.

— Muito mesmo! – Riu. — Você continua linda, Julieta.

— E você, Ste.

— Não como antes. – Bufou. — Estou ficando velha, logo não poderei mais ficar nesse ramo. Os homens agora querem meninas mais novas.

— Está treinando elas? – Apontei e ela assentiu.

— Você é a nova segurança?

— Eu mesma. – Cruzei meus braços, encostando-me no batente da porta.

— Meninas, essa é a Julieta Smith. Ela é quem vai cuidar de nós, qualquer coisa que precisarem, é com ela. – Ste disse. Uma das meninas se levantou, parecia ser uma das mais novas, em torno de 19 anos.

— Você é mulher.

— É. – Ri. — Eu sou.

— Como vai nos proteger?

— Passei cinco anos presa, tive que aprender a me proteger e Luke já viu isso, por isso me pediu pessoalmente para fazer isso hoje. Não significa que sou mulher, que eu sou fraca. – Seu olhar mostrava dúvida. — Eu não entro em briga alguma para perder, querida.

Abstinence | CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora