Darkness

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Presídio de Michigan.

POINT OF VIEW JULIETA SMITH

O guarda deu um empurrão em minhas costas, me jogando para dentro da cela. Respirei fundo, virei-me para trás, vendo outra detenta vestindo um macacão laranja. Ela tinha o cabelo azul escuro, com alguns tons escuros na raiz.

— A cama de baixo é sua. – Assenti.

Arrumei minha cama com os lençóis que haviam me dado, depois de ter acabado de esticar a coberta por cima, sentei sobre ela, fechando meus olhos. Não fazia cinco horas que eu havia chegado ao Presídio de Segurança Máxima, entretanto, não suportava mais estar ali.

— Meu nome é Phoenix e o seu? – Abri os olhos, vendo a mulher na minha frente, me encarando de um jeito estranho. Encolhi os ombros. Eu sabia o que acontecia em presídios, você virava lanche ou saco da pancada senão ficasse em seu devido lugar.

— Julieta.

— Bonito nome.

— Obrigada. – Ela assentiu, sentando-se ao meu lado na cama. Phoenix cruzou as pernas.

— Por que tá' aqui?

— Uh! – Perdi as palavras, lembrando-me do julgamento de hoje cedo. Eu queria que fosse um sonho, nada daquilo era a minha realidade. Eu não deveria estar ali dentro, não quando não havia feito nada. Eu só queria ir embora sabendo que foi um maldito engano. — E-Eu...

— Roubo?

— Eu sou inocente. – Ela gargalhou e mordi os lábios, me sentindo humilhada.

— É o que todos dizem, gatinha.

— E você? O que faz aqui?

— Drogas. Peguei três anos.

— E há quanto tempo está aqui?

— Cheguei há três meses. Mas chega de falar de mim, conta aí.

Soltei um suspiro, desviando o olhar e mexendo em minhas unhas.

— Assassinato. Eu "matei" um homem. – Fiz aspas com as mãos.

— Uau, que selvagem você.

— Eu não o matei.

— Então o que fez?

— E importa? Já estou aqui. – Dei de ombros.

— Fala logo!

— Eu fiz uma missão para o meu namorado, roubaria um pen-drive desse cara. Eu fiz, roubei, no mesmo dia esse homem foi morto. E por incrível que apareça, todas as provas batem contra mim.

— Caralho, armaram bonito para você. – Ela mascou seu chiclete. — E quanto pegou de pena?

— 15 anos. – Phoenix arregalou os olhos, se engasgando com o chiclete. — Você está bem?

Bati em suas costas para ajuda-la a respirar novamente, consegui depois de alguns segundos.

— Tem mulheres aqui que fizeram coisas piores e vão ficar nove anos. – Franzi o cenho. — A justiça é uma merda mesmo.

— Eu vou ter que concordar.

— Gostei de você... Smith. – Ela leu meu sobrenome no macacão. — Daqui há pouco é hora de almoçar, te mostro o lugar.

— Obrigada, mas eu não estou com fome.

— Mesmo assim... – Deu de ombros, saindo da minha cama e subindo na sua. — Aqui pode ser uma droga, no entanto, você precisa se alimentar.

Abstinence | CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora