The One and Only

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Detroit, Michigan.

POINT OF VIEW JULIETA SMITH

Não foi nada fácil nos despedirmos de todos. Jazmyn abriu o choro assim que teve que dar o abraço de despedida em Justin e Jaxon trocou o tapinha nas costas por um grande abraço de irmão urso, o que me comoveu. Não foi fácil para mim também, foram dias de muitas emoções, mas eu havia conhecido pessoas incríveis e que jamais esqueceria.

Durante a viagem, não consegui pregar os olhos, consequência da noite passada. Eu não ouvi a reciprocidade ao dizer que estava apaixonada por Justin, muito menos beijos ou um sorriso simples, ele apenas ignorou e continuamos como se nada tivesse sido pronunciado. Aquilo quebrou meu coração.

Era como eu pensei. Apenas eu estava apaixonada.

E eu já conhecia isso, no final apenas uma pessoa sairia com o coração partido e essa pessoa, sem dúvidas, não era Justin.

Estava louca para correr para os braços de minha mãe e buscar algum refúgio, ou ouvir as loucas palavras de Blair, sentia falta dos meus meninos. Eles talvez soubessem o que me dizer.

Eu nunca havia me apaixonado com tanta intensidade. Isso me matava.

Ao voltarmos para casa, Justin me largou primeiro na minha e depois foi para sua. Sem beijo, sem abraço, sem qualquer palavra dita. Então, tudo que diziam sobre ele era verdade. Justin era um incurável Bad Boy, sempre seria. Apenas na minha cabeça, eu pensei que ele pudesse abrir um espaço em seu coração para mim.

Então depois de comer um grande pedaço de pizza, eu corri até o quarto da minha mãe Lucy, envolvi-me em suas cobertas e chorei como um grande bebê. Ela disse o que eu precisava ouvir, me abraçou fortemente e me deixou dormir ao seu lado.

— Você é uma menina forte, Julieta.

Não naquele momento.

Os dias passaram lentamente. Aproximadamente, uma semana e meia. Eu havia conseguido um emprego na Livraria do Senhor Louis. Ele não podia ficar tanto tempo, pois estava cuidando da sua esposa Donna, por isso assim que voltei, ele imediatamente me ligou pedindo para começar o mais rápido possível. Era agradável trabalhar ali, além do mais, eu passava muitas horas lendo depois de sair da escola.

Hoje eu teria a peça na escola sobre Romeu e Julieta, Tristan foi um ótimo parceiro de teatro e me ajudou muitas vezes nas cenas e nas falas. Eu estava um pouco, ok, muito nervosa e toda escola veria.

O palco estava todo montado quando começou, eu usava um vestido longo e de algumas camadas, verde escuro e meus cabelos soltos com duas mechas presas. Tristan deu dois singelos beijos em minha mão antes de entrarmos no palco, eu tremia como uma vara, meu coração iria explodir.

— A paciência e o furor, equilibrados, inativos me deixam com seus brados. Vou sair; mas o intruso que hoje é mel, será amanhã o mais amargo fel. – Tebaldo diz, antes de sair.

— Se minha mão profana o relicário em remissão aceito a penitência: meu lábio, peregrino solitário, demonstrará, com sobra, reverência. – Tristan interpretando Romeu, diz para mim.

— Ofendeis vossa mão, bom peregrino, que se mostrou devota e reverente. Nas mãos dos santos pega o paladino. Esse é o beijo mais santo e conveniente. – Digo alto para Tristan que abre um sorriso de canto.

— Os santos e os devotos não têm boca? – Tristan pergunta.

— Sim, peregrino, só para orações. – Respondo para ele e ouço alguns burburinhos, tento esconder minhas bochechas coradas e olho para o fim da plateia. Meu coração dispara, Justin está encostado, próximo à porta de braços cruzados ao lado de seus amigos.

Abstinence | CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora