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(POV) Lauren.

05:23. Novembro.

Me mexi em minha cama grande e fria tentando arrumar uma posição confortável para tentar dormir. Era assim todas as noites. Eu não pregava os olhos e quando dormia sonhos ruins me acordavam.

Sentei na cama e cocei os olhos, olhando a porta da sacada aberta e um o vento da madrugada estrelada (e rara) de Londres aparecia pra mim em uma visão quase que perfeita. Eu não conseguia dormir a dias, desde que decidi voltar a dormir no meu quarto.

Peguei o baseado que estava apagado dentro do cinzeiro e o isqueiro, o acendendo em seguida.

Puxa. Prende. Solta.

Nem a maconha tinha mais efeito relaxante em meu corpo e eu já não sabia mais para onde correr ou o que fazer. Eu havia me fechado do mundo, não saia de casa nem para ir a empresa, havia mais de três meses que eu não ia ao shopping.

Me coloquei de pé caminhando até a sacada, respirando fundo ao sentir o vento gelado bater contra minha pele me fazendo arrepiar por inteiro. Olhei o jardim muito bem cuidado, meus carros estacionados e o céu estrelado.

Virei me para dentro do quarto e caminhei até a porta indo para fora do quarto. Caminhei em direção a escada e desci a degrau por degrau observando toda a decoração detalhada da minha casa.

Suspiro.

A casa estava vazia e limpa, muito limpa por sinal o aroma de lavanda me fez relaxar.

Silêncio.

Soltei a fumaça presa e comecei a sentir meu corpo pesar. Caminhei até o sofá, abri o mesmo e me estiquei encostando meu corpo no encosto e olhei o teto. Senti um nó em minha garganta e lágrimas se formarem em meus olhos, nada diferente das outras noites.

Inferno.

Eu estava vivendo o próprio inferno. Nem a morte do meu pai havia sido tão dolorosa quanto aquela perda, aquela perda havia feito com que eu perdesse muita coisa, quase que minha própria vida se não fosse pelas mesmas pessoas que não me deixaram quando meu pai morreu.

Eu havia perdido minha estabilidade emocional, parte da minha saúde, meu foco, minha essência, meu corpo. Eu havia perdido quase vinte kilos, depois daquela garota e tudo o que eu não queria era ter notícias dela. E não tinha.

Dinah havia se aproximado mais da garota do que tudo, eram quase que melhores amigas. Normani segurava o tranco aqui em casa e diversas vezes veio dormir comigo para que eu não tivesse uma treco com as bebidas. Ally havia tido sua filha, Lili e estava ocupada demais sendo uma ótima mãe para a menina.

A empresa estava nas mãos de Dinah, a subi de cargo para minha segunda e ela havia cortado toda e qualquer parceria com Lucy.

Lucy.

Estávamos juntas, quase que casadas e elas estava em uma viagem a um mês no Japão e só então eu estava em paz. Ela ficaria lá por cinco meses e desde que o inferno começou foi a única vez que consegui respirar.

Respirar.

Desde que fui forçada a ter um relacionamento com Lucy as coisas foram de mal a pior. Eram discussões, porradas, xingamentos, tudo o que é aceitavel e inaceitável, inclusive antes da mesma viajar eu quebrei o braço dela.

É.

Eu havia me tornado um verdadeiro monstro e de verdade. Eu estou ótima.

Meus olhos estavam pesados e meu corpo parecia pesar uma caminhão com toneladas de elefantes.

TUDO de uma VEZ. (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora