Comandante Cabello | Intersexual

XVIII

N/A: quem é vivo sempre...

Lauren P.O.V

Normani toma um gole do seu suco de maracujá, me olhando de uma forma assustada.

— Eu não consigo entender porque ela agiu desse jeito. — Minha amiga resmunga, passando a mão em seus cachos. Harry, Louis, Normani e eu decidimos almoçar juntos, claro que o maior objetivo era conversar sobre nossas vidas e tudo o mais, só que eu não podia evitar de contar sobre o episódio Lucy. Sua fala agressiva ainda estava em minha cabeça.

— Eu consigo. — Diz Louis, ajeitando uma mecha de cabelo que estava caindo no rosto de Harry. Diante de nossa surpresa e confusão, ele se adianta. — Quer dizer, estava mais do que óbvio que ela gostava de você. Na verdade, ela ainda gosta, deu pra identificar só com essa resposta. Ela estava ali, se preocupando com você, querendo que tudo desse certo, e você, na primeira oportunidade, cai de amores por aquela safada de novo.

Abro a boca em surpresa ao ouvir como Louis se refere a Camila. Dos meus três amigos, ele sempre foi o mais compreensível e amoroso, procurando sempre entender o meu lado e o de Camila. Harry solta um risinho debochado e o olho de cara feia. — Tá, eu entendo, Lou, mas... agir daquele jeito? Dizer aquelas coisas? — Retruco, pescando uma batata-frita do saquinho. Eu estava sendo a diferente dos três, todos haviam pedido sushi e eu comendo um Whooper do Burger King. Prioridades, sim?

— Mas ela sabia de tudo. Sabia da forma que Camila te tratava, honestamente, eu ficaria do mesmo jeito se fosse comigo. — Louis dá de ombros e bebe do seu suco.

Normani faz sons de concordância e reviro meus olhos. Ok, talvez eles estivessem certos. Camila me fez passar por poucas e boas, mas, dessa vez, era real. Ela pediu o divórcio e agora me pertence. Quer dizer, não literalmente, os papéis ainda estão sendo feitos, afinal o patrimônio delas é considerável e isso gasta tempo. Mas... estávamos juntas. De um jeito torto, mas juntas. — Apesar de tudo, eu gosto dela. Da Lucy. Ela tem um jeito de me fazer sentir especial e importante, e isso é algo que eu não consigo explicar, mas valorizo. Quem sabe ela esteja mais calma daqui uns dias. — Mordo o lábio.

— Sabe estrelinha, se eu fosse ela, com toda certeza não estaria. Eu iria querer quebrar a cara da Camila. Pow, pow. — Exclama Harry, fingindo golpes de boxe e caímos na risada. Esses três tem um jeito único de me fazer sentir bem, mesmo que tudo parece prestes a desmoronar.

Como meu lanche, observando Harry debochar de como ele conseguiria dar uma surra em Camila e somente rio. Seria engraçado ver isso, de verdade. Camila não parece ser do tipo que briga, mas ela tem um corpo bem... malhado, então acho que alguma força ela deve ter. Harry e Louis continuam fazendo gracinhas, e então Normani me chama para irmos ao banheiro juntas. Concordo prontamente e saímos. Minha amiga tagarela sobre as últimas novidades da alta sociedade de Chicago, contando como a questão do divórcio entre Camila e Kiera estava deixando todos em brasas, apostando num grande colapso. Não era segredo que a família Cabello-Gray e Gold tinham laços bem firmes, o pai da ex-esposa de Camila era um homem dono de grandes posses e investira bastante nos negócios de Stephen. A companhia era o único negócio de Stephen que não possuía dinheiro de Thomas Gold, o que deixava Camila e seu padrasto preocupados. O homem poderia colocar em colapso todo o patrimônio deles e ela podia até disfarçar, mas eu sabia que andava preocupada.

A sombra desse maldito Thomas pairava sobre minha cabeça o tempo todo, eu tinha um verdadeiro medo dele prejudicar mamãe, Taylor, Chris, e até mesmo o imbecil do meu pai, isso sem contar Harry e Louis. Normani entra no banheiro, só havia três mulheres, e para minha surpresa ela pega minha mão e se enfia dentro de um dos compartimentos. Aposto que devem achar que vamos nos pegar aqui dentro. Olho confusa para minha amiga, que faz um gesto de silêncio, aproximando seu rosto do meu.