Narrador P.O.V
Lucy dirigia numa velocidade confortável. Claro que não estava seguindo o limite de velocidade da via, porém não ultrapassava muito. Seus olhos castanhos prestavam atenção no tráfego à sua frente e vez ou outra ela olhava Lauren de rabo de olho.
— Se quiser dormir um pouco não tem problema. — Diz Lucy, vendo que Lauren vez ou outra piscava o olho e se assustava ao cair no sono. A loira aproveita que havia parado no sinal e fita a morena ao seu lado com interesse e preocupação.
— E não ver para onde está me levando? Não mesmo. Já tive surpresas o suficiente por hoje. — Devolve Jauregui, sacudindo a cabeça em negativa. Sua garganta estava com aquele gosto ruim de bile devido ao vômito e tudo que ela queria era se deitar. E tomar um Tylenol.
— Tudo bem. Se prefere assim. — Lucy dá de ombros, abrindo o porta-luvas e pegando um drops de bala de morango, estendendo para a mulher ao seu lado. Ao notar o olhar desconfiado de Lauren, revira o olho e fala: — Não vou envenenar você, Lauren. Para com isso. — E estende a bala novamente. Vencendo sua desconfiança, Lauren pega o doce. O sinal fica verde e Lucy arranca.
Lauren deve admitir que o ambiente dentro do carro era até agradável. Ar-condicionado, música lo-fi tocando, e droga, aquelas balas eram gostosas e um bálsamo pra sua garganta. Mas Lucy estava ali, bem ao lado dela, e isso era algo não possível de ignorar. Não depois de tudo que andava acontecendo na vida de Lauren. Brigas e mais brigas, e agora, duas pessoas que tentaram forçá-la a transar com elas. Seu estômago embrulhava novamente só de se lembrar da cena desprezível vivenciada na boate. Ela nunca pensou que passaria por uma situação dessas e só queria ligar para Camila, queria estar naqueles braços e pedir desculpas pelo modo rude que se comportou mais cedo. A aeromoça realmente não estava tendo muita noção dos seus atos. E admitir isso era quebrar seu orgulho, mas necessário. Talvez tenha se acostumado a pensar exclusivamente em si e como tudo reflete em sua vida e se esqueceu dos outros.
Como Lucy.
Lauren realmente foi uma idiota com a mulher dirigindo bem ao seu lado. Deu esperanças para depois despedaçá-las como um nada. E agora, vendo como a loira se preocupava com seu estado, foi inevitável não sentir uma pontinha de remorso. Não totalmente, afinal Lucy disse coisas ruins e sem justificativa. Ao avistar a conhecida fachada do seu prédio ela não consegue segurar um suspiro de alívio. Que não passa despercebido de Lucy, que parece murchar ao notar a reação da morena.
— Está em casa. E não foi envenenada. — Diz Lucy, olhando para o volante do carro. Lauren olha sem jeito para ela, sentindo um calor repentino nas bochechas. Ela chegou em segurança. Lucy lhe ajudou a vomitar sem fazer uma grande bagunça, lhe deu água, balas, e uma carona para casa. E agradecer por tudo isso seria o correto. Mas por que, ao olhar agora para aqueles olhos castanhos tristes, ela se sentia tão... ansiosa. Desde o momento que conheceu Lucy sabia que havia algo nela. Algo que ainda parecia incomodar Lauren.
— Muito obrigada, Lucy. Por toda a ajuda. — Jauregui fala, ainda vermelha, fitando seus pés. Não, não, não. Nada de se sentir como a errada da situação. Lucy foi legal. Mas isso não anula toda aquela situação no ateliê. Não mesmo. Porém, Lauren não contava com uma coisa: que Lucy fosse começar uma conversa que ela não esperava de jeito nenhum.
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Comandante Cabello | Intersexual
Фанфик(SHORT FIC) (CONCLUÍDA) Lauren Jauregui conheceu vários lugares nesse mundo. Apaixonada por voar, ela se diverte no trabalho de aeromoça, que é como conhece Camila. Comandante Cabello. Camila é a tentação em pessoa, uma mulher linda, séria, totalm...