Capitulo 19: Purificação

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 O olhar de Ryam estava mergulhado em negritude.
Era assassino. O vazio tomara conta do seu ser, suas pupilas dilataram-se tomando conta do globo ocular, e tornaram-se negras como um poço sem fundo.

Por trás dele surgira sua sombra sob a forma de um ser sem corpo, suas veias salientaram-se em seu pescoço estendendo-se pelo rosto a cima.

O ser atrás dele sussurrou em seus ouvidos:

"Blood Ryam..."

Sua mão mergulhara a espada em chamas por um momento até sumir.

Ele sabia que aquela não era sua verdadeira força, que era maior do que ele, algo que ia além de sua compreensão e até mesmo da de seus inimigos.

  Afinal, nem mesmo eles sabiam dizer ao certo o que era, e de onde vinha tal coisa.

— É ágora...— disse Mazael.

Mazael atirou-se para Ryam atacando-o com sua espada, este ergueu sua mão desferindo-lhe com a espada...

Como numa luta de esgrima, ambos ficaram desferindo-se golpes mortais com suas espadas. Mazael tomou novamente o seu lugar junto de Eyesel.

— Ele definitivamente... não é deste mundo — disse Mazael ofegante. Ele sabia que era impossível um mero mortal resistir a golpes daquele gênero, então deduziu ser ele de outro plano existencial.

— Você já devia saber... que essas meras armas não fazem efeito em nós, mortal. — ponderou Eyesel, ofegante.

A respiração de Ryam estava acelerada. Eyesel prosseguiu:

— Nossas asas são indestrutíveis, nem mesmo o mais resistente metal deste mundo impuro conseguiria danifica-las. — salientou confiante.

— Eu já disse uma vez... Porém direi novamente: Eu não sou deste mundo. — disse Ryam, respirando com a boca aberta.

Eyesel e Mazael riram.

— Veremos então... até onde vai tal indestrutibilidade — Ryam correu em direção a eles.

Mazael e Eyesel afastaram-se, e as tríades num grito ensurdecedor e atordoante como o rugido de mil leões, lançaram-se contra Ryam.

— Tomarei as vossas vidas. Nem que para isto custe a minha... — Ryam deu um salto para cima de um dos demônios, enterrando em seguida sua espada sobre a mandíbula, de modo a que o demônio transformara-se em cinzas após morto. — Um... — disse ele franzindo o cenho.

Num aperto de aço segurou com ambas mãos o cabo da espada e, precipitou-se para junto de um anjo de olhos escuros, usando seu corpo, deu-lhe um brusco empurrão com o ombro direito, e bateu-lhe no rosto com o cabo da espada enterrando-a sobre o peito dele.

Posteriormente travou com sua lamina um investida já perto de sua cabeça, usou de seus pés para chutar o oponente e rodopiou abrindo os braços com a espada cortando-lhe a garganta.

  Ele manejava a espada como se fosse uma extensão de seu braço, tal maestria era admirável. A lamina era mais leve do que qualquer outra arma que ele já havia segurado até agora. Era simples. Era fácil.

  Após o rodopio, com a mão livre esmurrou o demônio a sua frente, derrubando-o ao chão, ergueu a espada com ambas as mãos pelo cabo com a lamina pra baixo.

O demônio caido de costas no chão vendo o golpe iminente, cobriu-se com as asas, sobrepondo-as uma na outra usando-as como escudo. Ryam abaixou a espada e enterrou nas asas, perfurando-as até chegar ao abdômen, daí empurrou a espada para o lado e para o outro e removeu-a, deixando o sangue esvaindo no chão como agua de uma fonte.

O ASSASSINO DO ALÉM Onde histórias criam vida. Descubra agora