Capítulo 22: Mistérios Desvendados

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    CALIFÓRNIA, DESERTO

O entardecer já era patente. O sol estava prestes a se pôr, o vento ainda assoprava fortemente levantando a areia do deserto.

Estava um homem em pé no mesmo lugar da sangrenta luta de outrora.

Seu cabelo era longo e negro. Trajava vestes tão brancas, que nunca se vira tão claro tom de branco na terra, suas asas eram mais brancas que qualquer outra coisa. Usava uma sinta branca.

Ele era alto, calçava sandálias de couro marrom. Visionava o lugar, as espadas deixadas no lugar, o sangue por toda parte. Franziu o sobrolho e suspirou.
Abriu suas asas e voou para o céu.

O OUTRO LADO

Os cinco demônios juntos de Eyesel assim como o próprio, ainda estavam atordoados por conta do som desesperador e retumbante.

Estava Sonel sentado sobre sua cadeira descontraído, ouvira os passos deles se aproximando do grande salão. Eles entraram ainda com as mãos cobrindo os ouvidos.

— O que aconteceu? Diga-me — disse Sonel, cruzando os pés. — Ele está morto?

— Não, não está. Fomos interrompidos quando estávamos prestes fazê-lo — retorquiu Eyesel, torcendo o pescoço.

A decepção patenteou-se no rosto de Sonel.

— Hummmm — murmurou Sonel. — O que era?

— As Mil e uma Trombetas soaram. — Eyesel estava um tanto... Surpreso ao dizê-lo.

Sonel ficou perplexo, arregalou os olhos e descruzou os pés na hora. Pela primeira vez seu semblante doce, mudara para preocupação.

— Impossível... — disse ele exaltando a voz. — Quem? Quem as fez soar?

Eyesel negou acenando com a cabeça.

— O que aconteceu com o resto da tríade?

Eyesel limitou-se em abaixar a cabeça. As narinas de Sonel arregalaram-se num suspiro profundo.

Pela primeira vez houve uma baixa considerável no Outro Lado.

Sonel sabia que alguma força maior habitava o corpo de Ryam. Uma força destrutiva e, pelos vistos... Vingativa também.

Mas que tipo de força seria essa que queria se livrar deles a qualquer custo? A vingança de Ryam era compreensível mas um tanto... Questionável.

Mas de outro ser...

— Sabe aquela mulher de que o "Primeiro" nos falou? — perguntou Eyesel.

— Sophie? — interrogou Sonel.

— Não, a outra.

— O que tem ela?

Sonel parecia estar mais calmo.

— Ela fez algo que nunca vi um humano fazer. Ela desaparece num lugar e aparece noutro, — estalou os dedos — num ápice, ela não parece ser como os outros.

Sonel arregalou os olhos, parecia surpreso. Retraiu o canto da boca num sorriso.

— Hummm. Pensava que eles já não existissem. Pelos vistos estava errado. Halladianos...

            PRIMEIRO CÉU

Estavam todos em frente ao grande portão dourado. Ladeados por nuvens ultra densas e brancas. O "Primeiro" parecia furioso.

O ASSASSINO DO ALÉM Onde histórias criam vida. Descubra agora