O crepúsculo já havia sumido. A escuridão tomara conta da cidade. A lua já estava visível no alto céu, a sua luz prateada iluminava a cidade até as partes mais remotas.
O Vácuo ainda trocava palavras com Ryam e os outros.
— Você está querendo dizer que... Tanto os anjos como os demônios só expulsaram Ryam dos dois planos porque não queriam ser interrompidos, é isso? — perguntou Sophie.
— Olhe... No dia em que Ryam morreu, era só mais um dos dias em que os anjos preparavam os anjos que eles sacrificariam. Neste dia os anjos de plantão nos grandes portões eram a tríade que trabalham com Sonel. Por isso se eles deichassem de fazer o que estavam fazendo para receber Ryam, de alguma maneira seriam apanhados. Por isso eles o mandaram para o "Outro Lado".
— E por que também foi expulso do Outro Lado? — perguntou Madeleine.
O corpo do Vácuo se mexeu como fumaça.
— Os demônios estavam ocupados também. Não tinham tempo para receber uma alma naquele momento. Suas asas eram mais importantes.
Uma alfinetada de tristeza passou pelo rosto de Ryam.
— Junto ao Outro Lado, tem um abismo sem fim. Foi para lá que os guardas dos portões de lá te jogaram quando você quis retrucar com eles para saber o que estava acontecendo. Foi neste abismo que te encontrei. De certa forma tal abismo está ligado a um plano completamente vazio. Levei você para lá. Alimentei você com o nada, e você se fortalecia com a raiva e o desejo de vingança. Afinal, você só queria descansar não importando o lugar, o dencanso que você nunca tivera.
— Por que disse que eu sou você?
— Você esteve um ano dentro de mim. Dentro do vácuo. Nós nos tornamos um. Dois seres no mesmo corpo. Por isso eu tenho agora a tua aparência. Eu dou força, e poder para você, por que partilhamos a mesma sede de vingança. Por isso trouxee você de volta.
— Como detemos Luzel? — perguntou Ryam, sentando no sofá. Sophie sentara na borda do sofá a destra dele.
— Vamos atraí-lo. A ele e a todos os outros para este plano. — retorquiu o Vácuo. — Porém tem mais algumas coisas que vocês devem saber.
— O que é? — incitou Ryam levantando a sobrancelha esquerda.
— É sobre a torre que você viu enquanto... Dormia. Ela fazia frio?
Madeleine mostrou-se interessada e aconchegou até um metro do Vácuo.
— Sim fazia frio. Falando nisso, sempre que os demônios estão próximos eles emanam um frio absurdo e um cheiro a enxofre. — informou Ryam.
— Na verdade aquela torre representa o "Outro Lado".
— O Outro Lado!? — exclamou Madeleine em tom curioso.
— Ao contrário do que todos os humanos pensam o "Outro Lado" não é ao todo um lugar totalmente quente. O "Outro Lado" é basicamente um deserto...
A medida que Vácuo falava seu "corpo" semelhante a fumaça, se movia aleatoriamente.
— Um deserto? — indagou Sophie.
— Sim. Um deserto. Mas, um deserto de puro... Gelo...
Os olhos de ambos arregalaram-se-lhes, exprimindo tanto incredulidade, como perplexidade.
— Impossível... — disse Madeleine. Ainda com os olhos arregalados.
— É bem possível, e credível assim como o fato de você ser o que es, menina Madeleine. Por esta razão eles são tão frios quanto o próprio gelo. O cheiro à enxofre faz parte deles.
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O ASSASSINO DO ALÉM
FantasyAssassinado severamente por malfeitores, espancado e deixado no Hudson como lixo... Este é Ryam. Por desgraça, fora expulso do céu tanto quanto do inferno, agora misteriosamente de volta a vida, após um ano morto de baixo do rio Hudson, ele descobr...