Capítulo 33

22.3K 2.4K 265
                                    

- Sente-se. - Peço para Victor.

- Não precisa Lya. - Ele diz.

- Não me faça pedir novamente. - O encaro séria.

Ele me obedece mais que depressa e se senta na cadeira.

Pego o kit de primeiros socorros e coloco sobre a mesa, e o abro em seguida.

- Foi apenas um pequeno corte Lya. - Ele fala. - Não é necessário.

- Fique quieto. - Peço.

Alguns minutos depois termino de fazer seu curativo. Não foi um corte muito profundo, mas é melhor cuidar antes que infeccione seu machucado.

- Mark me acertou em cheio. - Ele leva a mão ao lábio inferior.

- Você mereceu. - Dou de ombros.

- Eu sei. - Suspira alto. - Merecia bem mais do que um murro.

- Nisso você tem toda razão. - Cruzo os braços abaixo dos seios.

Depois de agredir Victor, pedi para Mark ir embora, já que nossa conversa não precisa ter espectadores. Anne também não ficou em casa, mas me desejou sorte antes de sair.

Mark não queria ir embora, mas Emília o obrigou. Esse assunto não é da conta dele, apesar dele achar que lhe diz respeito.

Ele foi embora muito contráriado, e antes de partir falou poucas e boas para Victor. Por sorte ele não deu com a língua nos dentes, e não contou sobre minha gravidez.

Pelo que parece Victor acha que Mark ficou bravo por ele me dar um pé na bunda e sumir em seguida, mas o assunto é ainda mais sério do que isso. Ele até aceitou as broncas de Emília e Mark em silêncio e de cabeça baixa.

Tenho que admitir que nunca imaginei Victor baixando a cabeça para alguém, mas acho que ele sabe que se falar ou fizer algo sem pensar, vai complicar ainda mais para ele.

- O que está fazendo aqui? - Pergunto.

- Bem... eu... - Ele se embaraça. - Senti sua falta.

- E daí? - Retruco. - Então decide aparecer depois de meses, e diz que sentiu minha falta e acha que está tudo perdoado?

- Eu sei que pisei na bola. - Ele assume. - Fui covarde ao fugir, eu assumo que errei.

- Sim, você errou. - Falo.

Minha barriga ronca alto, me lembrando que estou com fome e preciso me alimentar.

Victor sorri ao escutar minha barriga rugindo e pergunta:

- Quer que eu prepare algo para você comer?

- Você sabe cozinhar?

- Sim. - Fala. - Aprendi com minha mãe.

Acho bom que ele faça isso, já que não sou uma boa cozinheira. Comer minha comida é quase uma sentença de morte, então não seria uma boa ideia, já que preciso me alimentar bem por causa do bebê.

Ele se levanta e caminha até a geladeira e a abre. Victor a observa por um tempo em seguida começa a tirar alguns ingredientes e coloca sobre o balcão da pia. 

- O que você vai fazer? - Pergunto.

- Sanduíche. - Fala. - É mais rápido, e você parece estar com fome.

- Estou. - Assumo.

Comi um pouco no hospital, mas não foi o suficiente para matar minha fome.

- Já já está pronto. - Sorri abertamente.

Apesar de não querer, tenho que assumir que senti muita falta desse homem. Parece que o tempo que ele esteve longe foi uma eternidade, e apesar de estar muito brava, meu coração não me deixa odioa-lo.

Um Estranho Irresistível  (Livro 4)Onde histórias criam vida. Descubra agora