Capítulo 1 - O filho tão esperado parte 1

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Em um bairro de classe alta de São Paulo moravam o Sr

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Em um bairro de classe alta de São Paulo moravam o Sr. e a Sra. Grace, um casal aparentemente normal. Pelo menos era essa a impressão que passavam para a sociedade. Qualquer um que os conhecesse jamais diria que algo estranho ou misterioso pudesse acontecer com eles.

O Sr. Grace era um homem alto, em boa forma para sua idade e grisalho, que era para dar um charme a sua aparência, e também era diretor de uma empresa. Já a Sra. Grace era uma mulher de descendência asiática, elegante, de estatura média, com cabelos pretos longos e lisos e rosto fino. Ela era aparentemente bem mais jovem do que o Sr. Grace apesar de sempre afirmarem que a diferença de idade não era muita. E isso era tudo o que se sabia sobre eles.

Por serem um casal muito reservado e por quase não se ver movimento na mansão deles, pouco se sabia a respeito de suas vidas pessoais. Até mesmo como eles chegaram a ser uma família tão rica era um mistério inclusive para os amigos mais próximos.

Mas uma coisa era certa, os Grace tinham tudo o que o dinheiro poderia dar, mas o que eles mais queriam não podiam ter. O maior sonho da Sra. Grace era ter um filho, o que foi logo destruído pelos médicos assim que casou, quando descobriu que seria incapaz de engravidar. Passado o susto e a grande tristeza que a notícia trouxe, o que demorou alguns anos, a sra. Grace havia decidido pela adoção. O que o Sr. Grace foi totalmente contra. O motivo era um grande segredo que eles possuíam e que não queriam envolver ninguém nele, principalmente uma criança.

No dia em que nossa história começa, uma Quinta-Feira pacata e nublada, havia sido uma madrugada quase inteira de discussões sobre o assunto da adoção. Pela manhã, mesmo cansado, o Sr. Grace se arrumou como sempre para o trabalho, desceu para o primeiro andar da casa e foi logo à sala de jantar para tomar seu café da manhã onde a Sra. Grace já se encontrava sentada a mesa conferindo suas redes sociais no celular, onde se concentrou durante toda a refeição. Ela se quer deu atenção ao marido quando ele comentou, tentando descontrair o ambiente, sobre uma notícia que estava lendo em seu tablet de um vulcão no Japão que entrara em erupção no dia anterior depois de milhares de anos desativado.

Aquele silencio incomodava mais o Sr. Grace do que se sua esposa gritasse com ele. Resolveu então fazer mais uma tentativa para que ela falasse algo. Nem que tivesse que tocar no assunto que originou a discussão do dia anterior.

- Você conseguiu mandar a carta para sua irmã? - Ela nem sequer se mexeu. - Ela teve o bebê ontem não?

Mas a Sra. Grace continuou sem responder. Desistindo de obter qualquer palavra dela e terminando de beber seu café, o Sr. Grace se levantou e deu um beijo em sua esposa que o rejeitou. Recolheu seu terno e sua pasta de trabalho, se dirigiu à garagem, entrou em seu carro e saiu. Quando estava quase na esquina olhou em seu retrovisor e viu de relance uma silhueta de um homem com uma roupa larga e esquisita no meio da rua parado encarando em sua direção. Ele freou e dessa vez se virou para olhar para traz na rua, mas não viu nada suspeito. "Deve ter sido um reflexo da luz do sol no retrovisor", pensou. Retomou então seu caminho até o trabalho que foi conturbado como sempre com o enorme transito da cidade.

O resto da manhã do Sr. Grace foi absolutamente normal e cheia de compromissos como de costume. Quase na hora do almoço, como sempre fazia, ele checou novamente os e-mails e o noticiário na internet, e mais uma vez ele deparou com a notícia do vulcão, mas desta vez reparou em algo que não tinha visto antes. Na foto, da reportagem, entre a fumaça que o vulcão expelia parecia haver uma silhueta parecida com a que havia visto na rua de sua casa. Assustado e confuso, resolveu tirar isso da cabeça, supôs que aquilo poderia ser só uma coincidência e voltou sua atenção para seu trabalho.

Mais tarde, quando estava comendo tranquilamente com seus colegas de trabalho, no intervalo do almoço, o assunto de desastres naturais entrou em pauta então, lembrando do que vira na internet, o Sr. Grace resolveu, sutilmente, tentar tirar sua dúvida. Em seu tablet abriu a notícia do vulcão e mostrou a todos da mesa apontando a silhueta que havia encontrado.

- Tem razão - disse um deles - parece mesmo um homem.

- Pela roupa parece a de um samurai - complementou o outro.

- Samurai? -Aquela simples afirmação perturbou o Sr. Grace. Como pôde se esquecer? Já havia visto filmes sobre os samurais. O colega tinha razão, aquilo parecia mesmo.... Mas não poderia ser, sua esposa havia perdido contato com eles a muitos anos, não havia motivo algum para virem atrás dela agora.

- Isso se chama pareidolia! - Disse outro colega - É como o que acontece quando olhamos as nuvens e elas parecem ter um formato de alguma coisa....

Pensando bem, seu colega devia estar certo, era só uma parei-não-sei-o-que-la, e pela manhã olhou tão rápido o retrovisor que teve a impressão de ter visto algo, mas era tudo da sua imaginação. Tentando fazer com que aquele pensamento fosse uma verdade na sua cabeça, o Sr. Grace se acalmou um pouco pelo resto do dia a medida do possível, porque não lhe faltaram papeis para conferir e assinar.

Ao final da jornada de trabalho ele retornou a sua casa. Quando saiu do carro deu uma olhada no final da rua onde achava que vira a tal silhueta, mas nada de anormal havia ali. " Deve ter sido tudo da minha cabeça", repetiu mais uma vez a si mesmo. O que ele não sabia era que mais algumas surpresas lhe aguardam dentro de casa.

Continua na parte 2....

O Guardião e a sociedade secreta - Livro 1 (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora