Capítulo 15 - Caçador - parte 1

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Os dias estavam ficando cada vez mais frios com o final do outono chegando assim como a relação entre Martin e Keyla

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Os dias estavam ficando cada vez mais frios com o final do outono chegando assim como a relação entre Martin e Keyla. Ele não conseguira mais olhar para ela da mesma forma depois da conversa com Emma naquele dia. Até mesmo nas reuniões que os quatro faziam para discutir a receita de seu avô ele se sentia mal perto dela.

O que o reconfortava era que tinha de encara-la só no final do dia. Os treinos e as aulas estavam cada vez mais intensos e quase não sobrava tempo para outras atividades. E Além da investigação da poção, Martin insistia em procurar o intruso que Rai-daime comentara, mesmo Emma e Keyla dizendo para ele deixar aquilo com os guardiões e não se intrometer. Mas seu medo de ser pego pelo tal intruso e entregue ao Shinigami não permitia que ele deixasse aquilo de lado e Pedro ainda o instigava com suas teorias de que poderia ser Alex.

Eram tantas coisas para pensar que, para refrescar sua mente ele passou a fazer meditações todos os dias no final da tarde em um local ao lado da arena de onde se tinha uma visão de toda a floresta que rodeava a academia até o limite dela que dava para o oceano. As meditações não só ajudavam a pensar melhor como também serviam de treino para melhorar seu controle de Maná.

Em um desses dias, indo para o lugar, Martin encontrou um conhecido no meio do caminho, uma figura esguia com roupas sujas e duas espadas na cintura. Killua estava parado próximo a arena e parecia estar esperando por alguém. Martin se aproximou dele para cumprimenta-lo.

- Oi Killua!

- Oi Martin!! – Killua pareceu um pouco nervoso ao ve-lo - Caramba você cresceu desde que nos vimos??

Martin sorriu.

- Eu acho que não.

- Então deve estar mais magro – Ele insistiu pensativo olhando Martin dos pés à cabeça.

- Está parecendo até minha mãe falando...

- Mãe?...ah! Lily, claro!....eu a vi estes dias.

- Viu?? E como ela está? – Desde a disputa da arena Martin não mandou mais nenhuma mensagem para sua mãe. Se falasse qualquer coisa ela certamente perceberia que algo tinha acontecido, mesmo por uma simples mensagem.

- Está preocupada com você, ela ficou sabendo do acidente na arena.

- Quem contou para ela? – Perguntou Martin surpreso e ao mesmo tempo já pensando em como se desculparia com ela depois por ter escondido o fato.

- É....desculpa... Rai-daime já tinha me informado e eu meio que tive que falar quando ela me perguntou porque que eu viria aqui. Você sabe como ela é, não é?

- Sei bem... – Martin teve pena de Killua ao lembrar como sua mãe sabia pressionar alguém a falar algo.

- Ela ainda não falou com você?

- Não... aposto que está esperando eu contar para depois me dá uma bronca porque escondi dela.

- Só posso te desejar boa sorte. Ela ficava furiosa comigo quando eu exagerava e ia parar na enfermaria. Imagina com você.

- Você também já foi parar lá é?

- Várias vezes! Acho que ainda sou o recordista de presença lá! – Killua falou como se fosse um motivo de muito orgulho – Mas Lily sempre brigava comigo quando saia da enfermaria dizendo que eu abusava demais nos treinos. Uma vez tive que voltar para lá no mesmo dia em que saí, de tanta surra que ela me deu por eu ter ido parar na enfermaria.

Martin riu imaginando a cena.

- Vocês se conhecem bem, não é?

- Bom, nós andávamos sempre juntos quando estávamos aqui na academia. Mas depois que ela... bem.... Nós escolhemos caminhos diferentes e nos distanciamos...

-Você quer dizer quando ela foi expulsa?

- Expulsa? Martin, de quem você tem ouvido essas histórias?

- É o que todos dizem...

Killua deu uma rizada alta.

- Martin, não acredite em tudo o que falam para você. Ninguém gosta muito da sua família e inventam um monte de mentiras.

- Então o que realmente aconteceu?

- Acho que isso você tem que perguntar para ela. O que posso te dizer é que foi ela quem escolheu se distanciar de tudo isso, ninguém a expulsou. É verdade que ela teve uma pequena discussão com seu avô, mas ele não a expulsou como dizem.

Martin percebeu que não conseguiria tirar aquela informação de Killua. Mas havia também outra coisa que o intrigou naquela simples conversa.

- O que faz aqui? Você falou que tem a ver com o que aconteceu comigo?

Ele tinha quase certeza que a presença de Killua na academia tinha relação com a conversa dos guardiões na enfermaria. O rapaz pareceu desconfortável com aquela pergunta.

- Ah, bom, é só um serviço para Rai-daime.

Martin achou a resposta meio evasiva então resolveu pressiona-lo um pouco mais.

- Que tipo de serviço é esse?

- O de sempre, nada demais – Killua estava claramente tentando fugir do assunto.

- Você nunca me contou o que exatamente faz.

- Eu te disse lá na sua casa não se lembra?... sou um caçador...

- Isso é mais uma coisa que todos sabem menos eu? – Depois de meses na academia, Martin já se acostumara que todos ao seu redor falassem termos que só ele desconhecia.

- Bom, eu diria que quase todos sabem mas tentam ignorar...

- Porque?

- Por ser o trabalho mais complicado de nossa sociedade – Killua se calou por um momento refletindo como explicaria ao garoto – eu... caço traidores Martin...

- Traidores?

- Bom, na verdade não são bem traidores, eles são obrigados a se juntar ao Shinigami .... já ouviu falar que ele nos últimos anos tem matado semi-bruxos não?

- Sim, todos falam isso...

- Bom, ele não mata todos. Os mais poderosos são capturados e feitos de experiência. E ele os transforma em Onis...

Aquela palavra não era estranha a Martin.

- Onis? Já li em algum livro, mas não eram um tipo de trasgo que atacavam os não-mágicos?

- Não só não-mágicos, mas humanos em geral. Quando Shinigami começou essas experiências as pessoas que ele usou praticamente se transformavam em monstros, perdiam a consciência humana e viravam uns canibais sem controle. Mas parece que ele melhorou suas pesquisas. Rai-daime suspeita que ele já consegue manter suas consciências e formas humanas e que as está usando para algum plano.

A respiração de Martin estava um pouco mais ofegante e seu coração mais acelerado. Killua estava falando das tais experiências que Rai-daime mencionara na enfermaria. A que provavelmente estaria infiltrada na academia e que deveria estar procurando por ele.

- Rai-daime te chamou aqui para pegar um desses Onis, não é?

Killua pareceu surpreso ao ver que Martin sabia daquela informação.

- Sim....

- E...o que você faz com eles? Prende?

- Não– A voz de Killua saíra mais séria - éuma caça, não uma investigação... não temos como faze-los voltar ao que eramantes. Minha obrigação é mata-los.

continua na parte 2...

O Guardião e a sociedade secreta - Livro 1 (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora