- Calma! Calma! Somos alunos da academia, ele está com um problema no celular e viemos pedir sua ajuda! – Disse Pedro quase em um grito recuando até a parede atrás dele junto com Martin.
- Como vou saber se não são espiões atrás de minhas pesquisas??!!
Os dois garotos estavam tão confusos quanto aquele cara com a faca.
- Eu te disse que ele é doido – Sussurrou Pedro a Martin
- Calma nós não somos espiões... só queremos que dê uma olhada no meu celular – Disse Martin se desgrudando da parede e se aproximando cautelosamente do homem – Prazer... meu nome é Martin e aquele ali é o Pedro – Pedro deu um aceno sem graça ainda grudado na parede.
- Martin? – Ele abaixou a faca e ajeitou os óculos novamente para ver melhor o garoto a sua frente - O famoso Martin Hinoko que estão falando por aí?
- Então até você me conhece.
- Quem não conheceria? Seu avô ficou bastante famoso! E você é bem parecido com ele fisicamente, tirando os olhos.
Martin se sentiu constrangido como sempre se sentia quando falavam de sua família.
- Vocês me assustaram! Nunca mais façam isso quando entrarem aqui, estão escutando??
"Depois daquela recepção, eles não iriam mesmo voltar para aquele lugar" pensou Martin.
- Eu sou Rufos Macmillan! Muito Prazer! – Ele estendeu sua mão de um jeito totalmente amigável. O comportamento dele tinha mudado de repente. Não era para menos que todos pensavam que ele era louco.
Martin cumprimentou Rufos para não parecer mal educado ou para ele não surtar de novo mesmo.
- E do que você precisa?
- Meu celular, não tem sinal. – Disse Martin pegando o aparelho do bolso e mostrando ainda cauteloso, com medo de outra reação inesperada do rapaz.
- Ah, é isso?? Me assustou daquele jeito para isso?? – Martin e Pedro deram um passo para trás com medo de outra reação violenta. Rufos respirou fundo. – Me dê aqui.
Martin entregou o celular.
– Se for para se comunicar com alguém da sociedade pode usar a rede de Maná que vou instalar. Duke!! Me traz aquele instalador!
Uma criatura do tamanho de uma criança pequena apareceu. Ela tinha orelhas compridas como de morcegos, um nariz grande e pontudo e vestia roupas velhas e rasgadas e maiores do que seu dono. Em seus bracinhos ele trouxe um aparelho quadrado e entregou a Rufos.
- Está aqui mestre.
- Obrigado Duke.
- Isso não é um elfo? – Perguntou Pedro se aproximando mais do primeiro balcão para observar a criatura que o olhou com desprezo.
- É sim – Respondeu Rufos naturalmente.
- Mas eles não são um tipo de escravos dos bruxos? Nunca vi um por aqui – Perguntou Pedro.
Martin se perguntou mais uma vez como o amigo sabia tanto sobre os bruxos, será que aquilo fazia parte das pesquisas de seu pai também?
- Ah, esse aqui era da família da minha mãe, como eu sou o único sobrevivente da família ele acabou ficando comigo. Eu já tentei me livrar dele, mas ele diz que não tem para onde ir, pelo menos ele me ajuda aqui no laboratório já que não tenho nenhum ajudante.
- Porque será? – Disse Pedro sussurrando para Martin que o cutucou mandando ele ficar quieto.
- Sua mãe era bruxa? – Perguntou Martin
- Era sim – Disse Rufos ligando alguns cabos no aparelho que o elfo trouxera.
- Então porque veio para essa academia? Seu eu fosse bruxo iria viver entre eles e não aqui! – Disse Pedro
– É... minha mãe era bruxa... mas meu pai é como nós e eu acabei nascendo com os genes dele. Então o único jeito foi vir para cá.
- Mãe bruxa e pai semi-bruxo? Isso é muito difícil de acontecer. – Disse Pedro
- Porque? – Perguntou Martin se voltando para o amigo.
- Não tinha prestado atenção à aula de história? – Zombou Pedro. Martin virou os olhos – Nossa sociedade vive escondida não só dos não-mágicos mas dos bruxos também! Se casar com um deles é correr risco de sermos expostos.
- Mas meu pai escondeu isso muito bem da minha mãe – Disse Rufos – Ela morreu sem saber o que ele realmente era.
Rufos terminara de ligar os cabos ao aparelho e agora conectava o celular a ele.
- Você deve saber muita coisa sobre os bruxos não? – Perguntou Martin sem tirar os olhos do aparelho, queria ver o que aconteceria ao seu celular.
Rufos riu.
– Nem tanto... minha mãe morreu quando eu ainda era criança. Mas sim, sei algumas coisas e inclusive uso esse conhecimento para desenvolver as bugigangas que faço aqui.
O celular de Martin tocou um alerta dizendo que o processo havia terminado.
- Pronto agora a rede Maná está instalada. Você vai gostar, dá para fazer qualquer coisa com ele.
- Qualquer coisa?
- Por assim dizer... além do uso comum desse aparelho dá para enviar e receber qualquer tipo de objeto é só usar sua câmera e acionar esse aplicativo para fazer o tele transporte.
Martin entendeu então como sua mãe mandara a carta a Killua naquele dia. Ele abriu o aplicativo recém instalado. Era um programa simples que mostrava uma série de círculos de transmutação.
- Isso é muito melhor que o sistema de corujas que os bruxos usam – Disse Rufos num tom zombador.
- Tem razão e é muito mais seguro! Eu não sei porque eles ainda usam esse sistema velho de pássaros! – Concordou Pedro
Os dois pareciam estarem começando a se dar bem. Pareciam até velhos amigos conversando sobre um assunto em comum.
- Ah e dá para conjurar algumas magias também e fazer algumas transmutações com os círculos – Rufos estava empolgado explicando os usos da rede - além do tele transporte... bastante útil para os semi-bruxos menos talentosos....
- Da para selar elementos também! Eu vivia mandando jatos de agua para o meu irmão mais velho ficar ensopado. – Disse Pedro rindo.
Martin estranhou o amigo falar no irmão outra vez. Pedro já havia negado que tinha um.
- Mas você não disse que....
- Minha invenção não é para ficar brincando garoto! – Interrompeu Rufos que havia ficado bravo de repente.
- Ah...desculpe...eu.... – Começou Pedro
- Sua invenção? – Interrompeu Martin – Quer dizer que você inventou essa rede?
continua na parte 3...
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O Guardião e a sociedade secreta - Livro 1 (COMPLETO)
FantasyVocê gostaria de possuir magia? E se o método para obtê-la fosse obscura e perigosa e afetasse inúmeras gerações? Martin, um jovem que achava que era tão normal quanto seus colegas de escola, terá que corrigir o terrível erro de uma sociedade enquan...