Você gostaria de possuir magia? E se o método para obtê-la fosse obscura e perigosa e afetasse inúmeras gerações?
Martin, um jovem que achava que era tão normal quanto seus colegas de escola, terá que corrigir o terrível erro de uma sociedade enquan...
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Todos pararam suas conversas assim que ele apareceu.
- Sejam bem-vindos a Mahou Dojo! – Disse o homem alto, de cabelos pretos, calvo, com uns quarenta anos de idade e em boa forma vestido com um kimono preto que ia até seus calcanhares – eu me chamo Akihiko e serei o guia de vocês por hoje! Como vocês já sabem antes que sejam aceitos aqui irão passar por um pequeno teste, digamos que...de força de vontade.
Martin se perguntou o que seria um teste de força de vontade e percebeu pelos rostos dos demais que não era o único confuso ali.
- Durante muito tempo muitos dos que entravam nesta academia desistiam no meio por não aguentarem os treinos. – Explicou Akihiko – então por isso decidimos saber o quanto vocês realmente desejam entrar na academia e se vão suportar os treinamentos até o final antes de aceita-los!
O burburinho recomeçara entre os candidatos a alunos.
- Não se preocupem! – Disse o homem percebendo os rostos nervosos – O teste é bem simples! – Então apontou para o alto do morro onde se encontrava a academia – Basta que subam até lá pelas escadarias e cheguem a academia antes do anoitecer!
"Como subir toda aquela escadaria seria um teste para provar sua vontade de entrar? " Se questionou Martin olhando para o tanto de escadaria que teria que subir. "Talvez a subida pudesse ser muito dura e muitos desistiriam ali mesmo".
Akihiko sorriu como se estivesse se divertindo com o murmúrio de alunos confusos e continuou.
– Podem deixar suas malas ao lado da entrada, elas serão levadas direto a academia. E desejo boa sorte a todos! Encontro vocês lá em cima! – Dito isso ele desapareceu assim como aparecera ali.
- Ufa! Achei que teria que demonstrar algum poder... – Disse Pedro aliviado.
Martin também estava mais tranquilo quanto a não ter que mostrar seus poderes que nem sabia como controlar. Mas começara a se preocupar porque esforço físico não era o seu forte.
Todos então começaram a se mover deixando seus pertences ao lado da entrada e iniciando sua subida. A maioria se empolgou logo de início e subiram freneticamente. Os que ficaram por último foram Martin e os outros três mais velhos.
- Idiotas. Eles vão ficar exaustos antes mesmo da metade – Disse a menina que fora abordada pelo Tengu para si mesma. E começou a subir em um ritmo mais lento que os outros.
- E aí vamos? – Pedro chamou Martin.
- Ah, claro! – Martin havia se distraído vendo os demais subindo com empolgação. Então deixou sua mala ao lado da entrada e começou a subida atrás de Pedro. Quando pisou no primeiro degrau olhou para trás e viu a outra garota também de sua idade. Ela parecia estar observando com atenção os três à sua frente, mas quando percebeu o olhar de Martin disfarçou e abaixou a cabeça. Martin achou que a tinha intimidado de alguma forma sem querer e então desviou seu olhar e recomeçou a subir.
As escadas eram íngremes e estreitas, só dava para passar um de cada vez e faziam um zig e zag pelo morro. Quando estavam ainda na segunda escadaria, Martin entendeu o porquê consideravam aquilo como um teste. Não era só o desafio de subir, algumas armadilhas foram armadas durante todo o trajeto. Ele teve que se desviar de diversas flechas, por vezes tinham que se apertar contra a parede para passar por um enorme pedaço quebrado dos degraus ou desviar de pedras que caiam das escadarias mais acima a toda hora além de ter que tomar cuidado por onde pisava para não cair em algum degrau falso. A uma certa altura se perguntou se aquilo era um teste de força de vontade ou de sobrevivência. Ele e Pedro haviam começado com um ritmo lento e constante, imitando a garota marrenta a frente deles. Como exercícios físicos não eram o seu forte, quando Martin chegou a sétima ou oitava escadaria, já estava exausto. O aluno mais novo que estava se mostrando na entrada aproveitou de seus poderes se elevando com montes de terra até a próxima escadaria. Outros alunos também tentavam o mesmo com jatos de agua e pequenas explosões.
- Trapaceiros – Disse Pedro indignado.
- Não impuseram nenhuma regra, então, tecnicamente, eles não estão fazendo nada de errado – Respondeu a garota marrenta que já estava a uma escadaria na frente deles.
- Ela é bem nervosinha hein? – Sussurrou Martin para Pedro.
- Eu disse que é melhor tomar cuidado com ela – respondeu Pedro.
Eles continuaram a subida por mais algumas horas. Lá de baixo Martin já via alguns dos alunos chegando a academia. Devia ser já quase quatro horas da tarde. De repente, na escadaria acima ouviu-se um baque e Martin viu alguém escorregando e caindo pela lateral das escadas. Ele reconheceu a garota marrenta, correu em sua direção e conseguiu, por pouco, agarra-la antes que rolasse mais escadarias abaixo. Um outro estalo aconteceu assim que que ele segurou a garota. Uma pedra grande o bastante para esmaga-los ali estava caindo em sua direção. Ele não sabia o que fazer, por instinto levantou sua mão como se pudesse parar aquela rocha com os próprios braços. Martin fechou os olhos e virou seu rosto. Não queria ver o que ia acontecer. Então escutou uma explosão e um estalo, sentiu sua mão quente, mas não queimava. Se voltou outra vez para ver o que acontecera. Uma poeira e pequenos pedaços da grande rocha que havia explodido estavam caindo ao seu redor. Martin pode ver pequenos raios em meio a poeira também. Olhou para a garota que tinha salvo, ela ainda tinha os olhos arregalados e assustados para onde esteve a rocha e também estava com sua mão levantada de onde ainda saiam alguns raios.
- Você está bem? – Perguntou Martin
Ela voltou a si, tentou fingir que não perdera sua coragem – Estou sim! Ai! – Ela tentou levantar mas levou suas mãos ao tornozelo sentindo dor.
- Vai com calma! Olha a altura que você acabou de cair.
- Co...com licença.... – Era a outra garota tímida que ficara para trás deles – E...eu posso ajudar – dizendo isso se inclinou para a garota machucada. Posicionou suas mãos no tornozelo dela e uma luz azul brilhou entre suas mãos e o tornozelo. Manteve aquela posição por alguns segundos, depois retirou de uma bolsinha que carregava uma atadura e enrolou no pé da garota. – Meus pais são médicos mágicos. Me ensinaram algumas coisas. Consegue ficar de pé? – A primeira garota se levantou e testou caminhar. Conseguia dar alguns passos mancando.
