Capítulo 3 - O convite parte 1

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Era um homem baixo e magro, com a aparência de um asiático, tinha cabelos arrepiados e despenteados que pareciam não terem sido lavados a um bom tempo

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Era um homem baixo e magro, com a aparência de um asiático, tinha cabelos arrepiados e despenteados que pareciam não terem sido lavados a um bom tempo. Usava calças e camisa largas e sujas que ressaltavam a sua magreza e que sua mãe, com certeza, jamais deixaria que entrassem em sua casa em uma situação normal, além de carregar duas espadas, uma mais longa que a outra em sua cintura.

- Martin! – Ele se levantou da poltrona e se precipitou em direção ao garoto para cumprimenta-lo como se fosse um velho amigo que não via a muito tempo tamanha felicidade que ele demonstrava ao vê-lo.

O homem cheirava a terra molhada e maresia. Martin reparou em algumas manchas em sua roupa que pareciam ser de sangue.

- É.....nós nos conhecemos? – Perguntou Martin confuso e desajeitado.

O homem soltou uma gargalhada.

- Me desculpe. Não, não nos conhecemos mas deduzi que era você pela idade....meu nome é Killua e....Lily!! – O homem reparou em Lilian que estava parada atrás do filho tão estupefata quanto ele, passou pelo garoto e a abraçou. Martin achou que a mãe surtaria já que tinha aversão a todo tipo de sujeira extrema. Mas não foi o que aconteceu. Ela estava tão surpresa que não teve reação nenhuma. Quando a soltou o homem continuou.

- Como você está? Faz tanto tempo que não te vejo. Eu estive aqui quando Rai-daime veio entregar seu sobrinho, mas ele não me deixou te ver, disse que era melhor não me reaproximar naquela hora. Mas quando ele me pediu para vir hoje eu fiquei muito feliz! – Ele parecia mais uma metralhadora falando. Martin não conseguia entender boa parte do que ele estava dizendo.

- O....o que você está fazendo aqui? – Disse sua mãe com uma voz assombrada.

- Vocês se conhecem?? – Perguntou Martin surpreso olhando do homem para sua mãe. Mas sua pergunta foi ignorada.

- Eu vim falar com seu sobrinho claro! Afinal a magia dele finalmente despertou, não é?!!! – Respondeu Killua alegremente como se estivesse comemorando um grande feito de Martin.

O garoto ficou mais confuso do que antes. Afinal quem era esse homem, como ele tinha entrado em sua casa, como ele o conhecia, porque parecia tão íntimo de sua mãe e de que magia ele estava falando?

- Confesso que eu já não esperava mais que você tivesse algum tipo de poder. – Continuou Killua se voltando outra vez a Martin - Mas é assim mesmo, existem casos em que ela vem mais tarde.

A empregada chegou apressada na sala assustada.

- Desculpe, ouvi barulho aqui achei que estava acontecendo algo...

- Não é nada Fátima, obrigada – Disse logo Lilian.

- Ah, está bem, gostariam de alguma coisa? – Disse a empregada lentamente, observando Killua dos pés à cabeça.

- Que tal um chá? Hein? – Disse o homem sorrindo para Lilian. Ele parecia uma criança feliz pedindo algo para a própria mãe. – Acabo de sair de uma missão, uma bebida quente iria bem.

- Ah...está bem...pode trazer chá para nós três? – Perguntou confusa Lilian à empregada.

- Claro, venho em um minuto. – Respondeu Fatima.

Assim que ela se retirou, Martin, que estava com inúmeras perguntas pipocando em sua cabeça, falou com o homem.

- Desculpa, eu não entendi...do que você está falando? – Perguntou ao estranho.

- Como assim? Você não sabe?? – Disse Killua incrédulo.

Martin negou com a cabeça. O homem olhou de volta para Lilian.

- Você.... Não contou nada?? – Perguntou ele, mas Lilian ainda estava atordoada com a presença dele e não respondeu.

- Mãe, você sabe do que ele está falando? – Martin não entendia bem o que estava acontecendo, mas alguma coisa lhe dizia que aquilo tudo tinha alguma relação com o que acontecera na escola.

Lilian se sentou no sofá mais próximo e com o olhar cabisbaixo começou a falar.

- Eu não contei nada para ele, Killua...

Killua ficou atônito com a resposta dela.

- Nada??? Quer dizer, nada de nada???

Lilian negou com a cabeça.

- Me contar o que??? – Perguntou Martin ficando mais impaciente. Mas os dois adultos ignoraram ele mais uma vez.

- Killua... você veio entregar para ele? O convite?

- Sim, Rai-daime me tirou do meio da missão só para isso.... – Respondeu Killua

- Deixe que eu conte a ele antes de qualquer coisa, por favor!? – Disse Lilian ao homem que estava a sua frente.

- Rai-daime me disse que algo assim poderia acontecer... está bem, como você quiser... – Dizendo isso ele voltou a poltrona em que estivera sentado antes.

Fátima entrara de novo na sala trazendo as três xícaras de chá que colocou na mesa de centro.

- Obriga, Fátima, pode nos deixar agora, qualquer coisa eu te chamo. – Disse Lilian a empregada.

- Sim senhora. – Ela se retirou e Killua mais do que depressa agarrou uma xícara para si e começou a beber. Então Lilian se direcionou a Martin.

- Filho, vamos ter aquela conversa que te prometi no hospital?

O coração de Martin disparou, finalmente depois de tantos anos buscando uma resposta ele finalmente ia ter uma, mas, apesar de ansioso, ele também sentia um pouco de medo do que estava por saber.

- Sente aqui. – Lilian indicou o lugar ao seu lado no sofá. Martin obedeceu, se sentou e olhou nos olhos de sua mãe que estavam mareados e suas mãos tremiam quando pegaram as dele. - Filho, como Killua disse, você...nós.... Possuímos magia ....

- Magia? Quer dizer tipo.... um bruxo?

- Semi-bruxo na verdade! – Interrompeu Killua. Lilian lançou um olhar de repreensão que ele logo entendeu e se encolheu de novo na poltrona bebendo mais do seu chá.

- Semi-bruxo? Como assim? – Perguntou Marin confuso.

- Quer dizer que a magia que possuímos não é completa como a de um bruxo. É uma longa história, mas essa magia que temos foi, de certa forma, roubada a muito tempo atrás dos bruxos e passada de geração a geração. - Explicou Lilian

- Roubada? – Martin tentou imaginar como uma coisa dessas poderia ser roubada de alguém.

- Sim, mas não funcionou como os ladrões esperavam. A magia neles se tornou fraca e limitada. – Continuou sua mãe.

- Mas devo dizer que a sua é surpreendente! Apesar de ter despertado só agora... – Killua tinha desatado a falar novamente e Lilian olhou mais furiosa do que antes para ele. Martin, mais do que ninguém, conhecia aquele olhar e teve pena de Killua.

– Desculpa... – Disse Killua, dessa vez se encolhendo como uma criança que acabara de levar uma bronca.

Lilian respirou fundo.

Continua na parte 2...

O Guardião e a sociedade secreta - Livro 1 (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora