Capítulo 2 - Fogo - Parte 2

159 63 297
                                    

Não muito distante dele estava Daniela, desmaiada

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Não muito distante dele estava Daniela, desmaiada. Martin se levantou fazendo um grande esforço, suas pernas estavam mais fracas, sentiu um liquido quente escorrendo pelo rosto, pernas e em seus braços, sabia que estava ferido, mas mesmo assim não poderia ficar naquele local e nem deixar Daniela lá. Cambaleando, Martin conseguiu chegar até a garota. Ele se ajoelhou ao lado dela e foi então que notou que estava cercado pelo fogo por todos os lados e as chamas aumentavam a cada segundo. Ele tinha que tirá-la dali o mais rápido possível. Tirou seu casaco, enrolou ela nele, e conseguiu pega-la no colo. Olhou ao redor e identificou onde estava o prédio da escola e saiu em direção a ele.

Uma parede de labaredas estava entre eles e o prédio. Não sabia porque, mas tinha certeza que não seria queimado mesmo passando por entre as chamas. Conforme se aproximava do fogo, ficava cada vez mais quente, suas pernas começavam a quererem ceder e o peso do corpo de Daniela parecia aumentar, ele tinha que chegar rápido ou ia desmaiar ali e os dois seriam queimados por aquelas chamas. Finalmente chegara próximo o bastante para atravessar, até ali o fogo não o atingira, e tinha certeza que nada aconteceria nem a ele nem a Daniela desde que a mantivesse segura em seus braços. Agarrou o corpo dela com mais força e começou a acelerar os passos, não conseguia correr porque suas pernas doíam muito, mas se esforçou ao máximo e finalmente conseguiu. Foi como havia pensado, os dois atravessaram sem sequer uma queimadura. Mas Martin não podia parar ali e caminhou até que conseguiu chegar ao prédio. Ali na entrada alguns professores conduziam os alunos para longe do incêndio. Seu professor de matemática logo reconheceu Martin e Daniela.

- Martin o que aconteceu? – Perguntou ele perplexo com os ferimentos do garoto e a menina desmaiada em seu colo.

- Agente estava perto da explosão, ela está inconsciente. – Informou Martin.

- Ok. Vamos levar ela até a enfermaria rápido! Já tem uma ambulância atrás da escola e os bombeiros estão a caminho.

O professor pegou Daniela dos braços de Martin.

- Consegue ir andando? – Perguntou ele preocupado com o jovem.

- Consigo...pode levar ela na frente. – Na verdade Martin não tinha certeza se chegaria a enfermaria sozinho naquelas condições, mas sabia que Daniela tinha que ser atendida o mais rápido possível.

- Assim que deixar ela eu volto para te ajudar. – Disse o professor.

O professor saiu apressado para dentro da escola e Martin tentou segui-lo, mas o perdeu de vista quando ele virou no final do corredor principal. Ele continuou caminhando sentindo seu corpo cada vez mais pesado, depois de alguns passos, cambaleou e teve que se apoiar na parede para não cair. Sua visão então voltou a ficar embasada até ficar tudo preto e ele perder a consciência.

Ele estava em um corredor escuro, não dava para ver nada a sua frente e o chão estava todo alagado. A única fonte de luz vinha de uma enorme porta aos fundos, de onde surgia uma luz alaranjada. O lugar estava silencioso e só se podia escutar os sons de pingos de água caindo dos canos acima de sua cabeça e se encontrando com a poça no chão. De repente, daquela porta enorme veio o som de correntes e o bater de uma porta de ferro seguido ao de uma respiração que parecia ser de um enorme animal. O medo invadiu todo o corpo de Martin, ele não conseguia se mover, seu coração disparou. Foi então que uma voz sussurrada, grave e um tanto rouca saiu daquela mesma porta.

- Venha, eu te dou o meu poder.

Logo depois um grito desesperado de uma mulher ecoou do lado oposto daquele corredor.

Martin abriu os olhos e viu um teto branco e algumas cortinas também brancas ao seu lado e sentiu que estava deitado em algo macio. Não conseguia se lembrar como chegara ali. Parecia ter tido um sonho estranho, mas a última coisa de que se lembrava era de estar no corredor da escola, e então a sensação de estar caindo e sentir seu corpo colidindo com algo duro e uma voz distante gritando seu nome.

- Martin?! - Chamou uma voz familiar que trazia tranquilidade para ele. Virou sua cabeça no travesseiro e viu sua mãe ao seu lado sentada em uma cadeira de metal. Aparentemente ela tinha estado ali todo o tempo, esperando ele acordar.

- Mãe?? Onde eu estou?

- Graças a Deus você acordou, estava começando a me preocupar! A gente está em um pronto socorro. – Explicou Lilian

- Quanto tempo eu fiquei apagado? Ai!! – Martin tentara se levantar e sentiu uma pontada forte na testa e se deitou novamente.

- Devagar filho! Deve fazer umas 2 horas que você desmaiou. O seu professor me disse que te encontrou no corredor da escola depois de deixar sua amiga na enfermaria.

O coração de Martin saltou. Os eventos começaram a voltar a sua memória como um raio.

- Daniela!! Cadê ela?? Como ela está?? – Ele tentou se levantar outra vez sem ligar para as dores que ainda sentia mas sua mãe o impediu.

- Calma filho – Disse Lilian acariciando os cabelos de Martin com a voz suave – Ela está bem, foi trazida aqui para o pronto socorro também, acordou antes de você e já voltou para casa com os pais. Seu professor me apresentou a ela quando estavam saindo do quarto. Ela me pediu para te agradecer por tê-la salvado.

"Então ela estava bem. Pensou Martin. Será que ela se lembrava de alguma coisa? E se ela viu como foi tirada do meio daquele incêndio... o que ele iria dizer? E se ela contasse para alguém? " Aqueles pensamentos foram interrompidos por mais um comentário bobo de sua mãe.

- Ela é linda, gostei muito dela...– disse ela como se o filho tivesse acabado de apresentar uma namorada e pedisse sua aprovação.

Martin corou e se afundou no travesseiro esperando que a mãe não notasse seu nervosismo.

- Não é nada do que você está pensando... eu só vi que ela estava desmaiada e a tirei do meio daquele....

Martin parou no meio da frase e parou um pouco para refletir. Achou que já era hora de encarar sua mãe e seus conflitos internos. Tinha que perguntar o que estava ali engasgado a muito tempo.

- Mãe eu preciso te perguntar algo...

- Pode falar....

- Na escola, teve uma explosão e depois um incêndio, eu e a Dani ficamos cercados pelo fogo.... e eu ..... eu consegui passar por entre as chamas sem me ferir e nem a Dani....

Continua na parte 3..

O Guardião e a sociedade secreta - Livro 1 (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora