Capítulo 4 - Partida parte 2

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- Essa noite nós partiremos para a academia

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- Essa noite nós partiremos para a academia. Arrume suas coisas em uma mala e descanse a tarde, as atividades começam assim que você chegar lá. Não vai ter tempo para dormir depois.

Quando terminou de falar ela saiu. Sem entender muito bem, Martin logo se levantou e começou a fazer sua mala. Se soubesse para onde iriam seria uma tarefa mais fácil. Teve que colocar todo tipo de roupa dentro da mala, desde o casaco mais pesado de inverno até as roupas mais leves de verão. E claro, mesmo sem saber se teria tempo para usar, não podiam faltar seus jogos portáteis e seu laptop onde passava seu tempo programando. Terminada a arrumação ele se jogou na cama. Não sentia nem um pouco de sono, tinha dormido não fazia muitas horas, e ainda estava agitado pensando no que encontraria no dia seguinte e como seria a viagem. Deveriam talvez viajar de carro, seus pais gostavam mais de dirigir na estrada de madrugada, ou pegar um avião naquela noite. Talvez a viagem fosse longa e por isso sua mãe disse que ele não teria tempo para descansar. Se fosse, essa seria a pior parte, Martin odiava ficar horas sentado em um avião ou dentro de um carro. Ficou pensando em inúmeras possibilidades até que conseguiu adormecer.

De repente ele estava em um corredor escuro, não conseguia enxergar nada a sua frente apenas uma porta enorme no final do corredor de onde saia uma luz alaranjada, e de onde saiu o som de correntes e uma voz sussurrada, grave e rouca:

- Você vai precisar do meu poder agora. Venha, eu posso te ajudar!

Quando a criatura terminou de falar um grito de uma mulher ecoou do outro lado do corredor.

Martin acordou assustado com sua mãe ao lado de sua cama.

- Tudo bem filho?

- Sim – Ele mentiu. Estava suando frio, com a respiração ofegante. Se sentou na cama para se situar melhor. Parecia que já tinha tido aquele mesmo sonho estranho antes, mas não se lembrava quando. Olhou o relógio, era exatamente meia noite.

- Tem certeza? – Insistiu sua mãe

- Está tudo bem, foi só um pesadelo... deve ser porque estou nervoso com a viagem.

Lilian o observou por um momento desconfiada. Mas pareceu não querer discutir com o filho.

- Ok, então se arruma para podermos ir. Vou te esperar lá em baixo.

- Ok – Os pensamentos dele voltaram ao normal. Se levantou, foi até o banheiro e tomou um banho, vestiu suas roupas e arrastou sua pesada mala para fora do quarto. Deu uma última olhada para dentro verificando se não tinha esquecido nada e para se despedir do seu espaço favorito de toda a casa.

Quando desceu, sua mãe estava aguardando sentada na sala conversando com seu pai. Quando ouviram os passos de Martin se aproximando eles imediatamente se calaram e voltaram suas atenções para ele.

- Está pronto? – Perguntou sua mãe.

- Estou.

- Pegou tudo?

- Acho que sim.

Seu pai se levantou de onde estava e se precipitou para abraçar seu filho.

- Se cuida. Mande mensagem para sabermos que você está bem e não se meta em confusão. – Disse ele e então soltou o garoto.

- Pode deixar – Respondeu Martin.

- Vamos? – Chamou sua mãe.

Martin assentiu com a cabeça.

- Me dá sua mão. – Pediu ela.

Martin estranhou o pedido, mas obedeceu.

- Você pode se sentir um pouco enjoado na primeira vez. Não solte minha mão por nada! Mantenha sua mala próxima a você e segure ela bem firme.

Aquilo não fazia muito sentido, mas ele não contestou. Ficou ao lado e bem próximo a sua mãe com a mala do outro lado. Ela fez o mesmo que fizera Killua quando se despediu na sua visita. Pegou seu celular e acessou alguma coisa nele. De repente Martin sentiu o chão desaparecer de seus pés, seu corpo estava sendo puxado para o vazio, as imagens ficaram todas turvas e seus globos e tímpanos pareciam quererem invadir seu crânio. Só conseguia sentir a mão de sua mãe e a mala na outra mão que parecia estar sendo puxada para o lado oposto. Agarrou ainda mais forte as duas, sua mãe e a mala. Depois de alguns segundos sentiu um baque em seus pés e acabou caindo de costas no chão. Sua visão continuava turva, se sentia tonto e enjoado.

Sentiu uma mão puxando ele pelo braço, colocando-o de pé - Tome isso, é para o enjoo – Sua mãe lhe deu uma pílula e ele engoliu. O efeito foi imediato e tudo voltou em foco. Conseguia ver agora que onde estavam era de dia. O sol estava alto e ao seu redor haviam algumas barraquinhas. Parecia que estavam no meio de uma feira.

- Onde estamos? – Perguntou ele ainda confuso.

- Do outro lado do mundo – Respondeu Lilian. Martin arregalou os olhos espantado – Literalmente... estamos no Japão.

Ele ficou boquiaberto. Jamais havia estado naquele país. Como crescera aprendendo sobre a cultura japonesa, ele algumas vezes pedira a seus pais que fossem visitar o Japão, mas a resposta sempre fora um grande não. Agora ele sabia o porquê. Todo o passado da família e tudo o que sua mãe menos gostava estava ali.

Ele deu uma olhada em volta. Estavam no início de uma rua comprida e estreita. Por toda ela haviam pequenas barraquinhas, uma seguida da outra. Havia muito movimento de pessoas vestidas de diversas maneiras, que provavelmente vinham de todas as partes do mundo, e seres que Martin nunca vira antes que pareciam miniaturas de humanos se não fossem os narizes grandes e pontudos, as orelhas também pontudas e a pele mais avermelhada. O cheiro logo tomou conta de suas narinas, uma mistura de comida, ervas e mofo que deixou ele enjoado outra vez.

– Vamos! – Chamou sua mãe.

Ele a seguiu arrastando a mala atrás de si. Olhando para todos os lados tentando ver tudo ao mesmo tempo. Apesar do lugar estar cheio de gente era muito limpo. A rua era pavimentada e não havia um buraco sequer ou lixo jogado no chão.

continua na parte 3..

O Guardião e a sociedade secreta - Livro 1 (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora