Capítulo 18 - O Guardião de Fogo - Parte 2

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- Pelo visto você não vai conseguir descansar enquanto não te responder a tudo que quer perguntar, não é? – Rai-daime falou aquilo sorrindo – Eu coloquei ela aos cuidados de Killua

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- Pelo visto você não vai conseguir descansar enquanto não te responder a tudo que quer perguntar, não é? – Rai-daime falou aquilo sorrindo – Eu coloquei ela aos cuidados de Killua.

Martin sabia o que aquilo queria dizer. Ela seria provavelmente morta por ele.

- Ele vai fazer o trabalho dele assim que tirar algumas informações dela – Rai-daime pareceu ler a mente de Martin, o que não era tão improvável - Por falar em Killua ele me mandou felicita-lo por quebrar o recorde dele de vindas a enfermaria... particularmente não acho que seja um motivo de orgulho, mas...

Martin riu e suas costelas doeram um pouco. Mas logo ficou sério outra vez.

- Rai-daime, ela me disse algumas coisas...

- Você tem muitas perguntas meu jovem – Interrompeu Rai-daime.

Martin assentiu com a cabeça. O guardião o olhou com um olhar sereno.

- Eu compreendo. Pode me perguntar. Eu prometo responder tudo com sinceridade.

Eram tantas perguntas que Martin nem sabia por onde começar. Por fim se decidiu.

- Meu avô...ele....

- Ele não nos traiu nem se juntou a Kase-daime se é isso que você quer tanto saber.

Aquilo surpreendeu Martin. Não esperava que ele fosse realmente falar sobre aquilo tão facilmente.

- Ele só queria pará-lo e tinha várias ideias para isso. Foi com uma delas que ele descobriu coisas sobre nossa origem que ele não concordava. Bom, ninguém concordaria se descobrisse para falar a verdade....

- Que vocês mataram inúmeros bruxos para fazer a Pedra Filosofal? – Interrompeu Martin.

Rai-daime ficou surpreso com o tanto de informação que o garoto tinha. Ele ainda se demorou a falar mas continuou depois de refletir um pouco.

- Pedra filosofal... até hoje me pergunto de onde arrumaram este nome. O nome que nós demos àquilo acho que era mais apropriado.

Martin procurava entender o que Rai-daime estava tentando dizer, então se lembrou do nome no papel no grimório de seu avô.

- Lacrima .... quer dizer...lagrima?– Disse ele em voz alta.

- Sim. Pelas inúmeras tristezas que causamos ao fazer esta pedra demos este nome.

Apesar de Rai-daime estar confirmando aquilo, Martin não queria acreditar que fosse verdade.

- Por que? – Ele perguntou sem conseguir pensar em uma pergunta mais elaborada.

- Eu não sei te dizer os motivos dos outros guardiões. Mas quanto a mim, só posso dizer que eu era um tolo que passou por cima de tudo e de todos por causa de um sonho bobo.

Uma lagrima escorreu de seus olhos ao dizer isso. Martin não conseguiu sentir raiva dele, apesar de saber que o que ele fez era repugnante. Uma outra pergunta então veio à mente de Martin.

- Tsuchi-daime nos falou no começo do semestre que Kase-daime foi preso pelos bruxos por um ano. Foi por isso?

- Sim. Para Jean não bastou apenas possuir algum poder, ele queria mostrar àqueles que o humilharam por anos que conseguira. Eles ficaram surpresos é verdade, mas também suspeitaram e investigaram como aquilo foi possível. Quando descobriram sobre as mortes pegaram Jean e o prenderam, nós só escapamos porque ele disse ter agido sozinho e não nos entregou. Eu tive que apelar à compaixão do irmão dele que era bruxo para tira-lo da prisão. Quando ele conseguiu solta-lo nos ajudou a fugir para este lugar onde fundamos esta academia.

Os dois permaneceram por alguns minutos em silencio. Nenhum deles sabia o que dizer. Era um erro terrível, mas já haviam se passado centenas de anos, não havia como concertar ou voltar atrás.

- Mas, voltando ao seu avô – Rai-daime quis cortar o silencio e claramente mudar um pouco o assunto – Bom, ele nos perdoou depois de alguns anos revoltado com esta descoberta. E então pesquisou diversas outras formas de parar Kase-daime e ficou obcecado com isso. Saiu da academia em uma viagem em busca de melhores informações e nunca mais voltou. Encontramos ele alguns anos depois morto pelo nosso inimigo.

- Ele não foi morto – Martin interrompeu mais uma vez – Ele mesmo se matou porque não queria entregar o poder ao Shinig...a Kase-daime....

Dessa vez quem ficara de queixo caído foi Rai-daime.

- Isso é novo – Rai-daime ficou estático por um momento pensando naquilo. – Enfim, eu descobri que Kase-daime havia ido atrás da sua família. O peguei um segundo antes de que te atacasse. Ele já havia matado seus pais. Eu consegui detê-lo, levei-o longe dali e batalhamos em uma das ilhas vulcânicas aqui do Japão. Infelizmente não terminamos nossa batalha e ele fugiu.

"Depois disso retornei à sua casa, encontrei uma carta que sua tia tinha enviado a sua mãe felicitando pelo novo filho. Então peguei o endereço nela e te levei para lá. "

Martin olhou para o chão por um momento procurando pela próxima pergunta que poderia fazer.

- Rai-daime, eu realmente sou um guardião? É por isso que ele me quer morto?

- Ah, isso. Bom, é provável que você seja um guardião, ainda não estamos certos disso. E não sabemos se é esse o motivo dele te perseguir, mas é o único que encontramos até agora. Talvez ele queira te matar antes que fique mais forte.

- Keyla disse que ele quer meu maná. Por isso tinha que me levar vivo até ele.

- Entendo – Rai-daime ficou calado. Aquela parecia ser outra nova informação para ele que precisava processar melhor antes de comenta-la.

Martin não encontrou mais nenhuma pergunta que pudesse ser feita naquele momento, então resolveu fazer apenas mais uma, a que lhe parecia mais idiota e a mais importante de todas.

- Rai-Daime, o Senhor já sonhou com monstros?

- Monstros? – O guardião estranhou.

- Sim. Monstros que te oferecem o próprio poder para te deixar mais forte.

Rai-daimeparou por um momento observando o garoto com seus olhos negros. Parecia estaratônito com aquela pergunta. Por fim resolveu responde-la.

Continua na parte 3...

O Guardião e a sociedade secreta - Livro 1 (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora