Você gostaria de possuir magia? E se o método para obtê-la fosse obscura e perigosa e afetasse inúmeras gerações?
Martin, um jovem que achava que era tão normal quanto seus colegas de escola, terá que corrigir o terrível erro de uma sociedade enquan...
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- Parece que você esteve treinando bastante. Alguém te ajudou?
Martin achou que o professor deveria ter desconfiado de algo ou que Killua tivesse aberto a boca outra vez, mas Pedro respondeu com calma.
- Meus amigos...eles me ajudaram com meu treino.
Rai-daime observou ele por um momento e então deu um largo sorriso.
– Fico feliz que você tenha amigos tão bons!
- Acha que ele desconfiou? – Perguntou Pedro depois que saíram da aera do teste.
- É claro que sim! Você não é o tipo de pessoa que melhora do dia para noite. Droga, eu devia ter pensado nisso! – Falou Emma.
- Calma, mesmo que ele desconfie acho que não vai fazer nada. Viu como ele falou com Pedro? Não pareceu que ia nos punir ou algo assim.
O dia seguinte era o dia da última prova, a de Treino de Ninjutsu e Kenjutsu. Keyla finalmente reaparecera depois de dois dias repousando.
- Hoje eu estou inteira para a prova!
Os quatro saíram para o pátio onde os alunos mais novos, e também alguns mais velhos, se reuniam para esperar Mizu-daime. O professor chegou alguns minutos depois deles.
- Muito bem, hoje vocês irão testar todas as habilidades de Ninjutsu e Kenjutsu que aprenderam este semestre. A prova consiste em uma trilha de obstáculos que irão percorrer até o alto do morro. A aprovação não será feita para quem chegar em primeiro ao final, mas àqueles que conseguirem chegar lá vivos.
- Ele consegue assustar qualquer um. – Sussurrou Pedro a Martin que concordou com a cabeça.
- Vou leva-los ao começo da trilha! – Disse o professor e todos o seguiram até a entrada da floresta que ficava atrás das três construções principais próximo à guilda da Fênix.
Todos os professores da academia estavam ali na entrada da trilha, até mesmo os que não davam aulas aos alunos mais novos e os senpais dos laboratórios estavam sentados nas cadeiras de madeira, colocadas provisoriamente para aquela ocasião.
- Porque todos eles estão aqui? – Perguntou Martin a Emma em voz baixa.
- Porque este teste é o mais importante, é onde vamos pôr a prova tudo o que aprendemos em todas as matérias. Eles devem estar aqui também para analisar nossos resultados. – Respondeu ela, Martin sentiu um leve nervosismo em sua voz.
Ele observou o tal grupo de avaliadores e encontrou Rufos bem ali no meio que acenou. Ele retribuiu o aceno e reparou então em Killua que chegou naquele momento e foi direto a Rai-daime, sem dar atenção aos que estavam ao redor, sussurrar algo em seu ouvido. Martin voltou a atenção para Mizu-daime que começara a falar novamente.
– Vocês irão entrar na trilha por aqui, durante toda ela existem indicações para onde devem seguir e vocês só poderão utilizar esta espada de madeira que vou fornecer. Não será permitido receber ou dar ajuda aos seus colegas, lembrem-se que isso é um teste individual. Agora façam uma fila, peguem suas espadas e podem iniciar a trilha.
Um a um, os alunos entravam na fila, pegavam a espada de madeira fornecida e iam entrando na trilha, desaparecendo entre as arvores.
A mata era fechada e Martin teve dificuldade de se mover, decidiu seguir o aluno a sua frente de perto para se livrar das armadilhas que ele caísse antes. Keyla parecia ter tido a mesma ideia, ela entrara logo atrás de Martin e o seguia de perto.
Apesar dos cuidados, Martin teve que se desviar de diversas armadilhas e Keyla se aproveitando de uma delas passou na sua frente e ele passou a segui-la até em um ponto onde a mata ficou ainda mais densa. Ela parou, parecendo sentir algo por perto e Martin resolveu parar também. Mas Keyla ficou muito tempo assim, até que Martin resolveu falar com ela.
- Keyla?
Ela se virou, olhou para ele e sorriu. Martin não soube direito o que aconteceu naquele momento. Ele escutou um estrondo e sentiu o chão debaixo de seus pés desmoronar. Seu corpo rolou pelo que parecia ser um barranco e só conseguia ver a floresta girando até acertar uma arvore que o fez parar.
Quando se recuperou da dor da batida, Martin olhou para onde deveria estar a trilha, mas o que viu foi um monte de terra formando um despenhadeiro onde ele havia caído. Pelo jeito aquela parte havia desmoronado junto com ele. Sentiu um pouco de sangue escorrendo de sua testa e suas pernas e braços doloridos, mas por sorte não havia quebrado nada. Ele conseguiu se sentar e recostar na árvore que havia parado a sua descida. Se lembrou então de Keyla, olhou para os lados procurando a amiga quando a viu de pé um pouco atrás a sua direita. Ela estava com as mãos apoiadas nos joelhos, a cabeça baixa e ofegante.
- Keyla! Você está bem? – Ele se levantou com dificuldade para ir até ela.
- Nunca estive melhor.
Martin não prestou atenção ao que ela disse. Conseguiu chegar até onde estava e colocou a mão em seu ombro, mas ela não levantou a cabeça.
– Acho que caímos em uma armadilha. Precisamos subir. Provavelmente os outros já passaram por nós vamos ter que chegar até lá em cima sozinhos. Consegue andar?
A respiração de Keyla ficou normal e Martin teve a impressão de vê-la sorrindo.
- Você tem razão. Não tem ninguém por perto. Mas está errado... isso não foi uma armadilha. Fui eu que coloquei nós dois aqui.
A voz dela estava diferente, mais rouca e grossa do que o normal.
- Do que você está falando? – Martin tirou a mão de seu ombro e deu um passo para trás.
- Meu mestre vai ficar orgulhoso de mim... vai sim... – Keyla tirou a espada de madeira de sua cintura, se levantou e a apontou para o peito de Martin.
Ele pode então ver o rosto dela. Seus olhos estavam completamente vermelhos e maiores do que normalmente eram. Ela sorria mostrando grandes dentes afiados.
- Key.....o que....quem é você?
- Eu sou o espião dele – Keyla deu uma risada doentia – Eu enganei você muito bem não foi?? Nem sequer suspeitou de qualquer um dos seus amiguinhos. Quem suspeitaria da coitada e tímida Keyla, não é?
